Aviso já que posso vir a retratar-me desta primeira impressão. Só foram anunciados os nomes dos ministros. Falta conhecer os secretários de estado para se ter uma ideia mais precisa da consistência das soluções governativas a nível departamental e do executivo no seu todo.
Tenho, todavia, de confessar que até aqui Sócrates me tem surpreendido - e julgo que à maioria dos cidadãos isentos - pela positiva.
Primeiro, pela maneira como soube gerir o momento. Sobre isso está tudo já dito pelo imenso coro dos analistas da nossa praça. Mas nunca é demais salientar que é fundamental para a credibilidade de um governo não dar a ideia que se constituiu "na rua" ou por pressão dos media. E este, infelizmente para os media, não a deu.
Em segundo lugar não me parece que à partida existam flagrantes erros de casting como foi manifesto que existiram (e cedo se confirmou) nos dois últimos governos, mas também nos de António Guterres.
Um desejo, à semelhança do feito no post anterior do David Justino: que na pasta da justiça o ministro transforme as suas fraquezas - essas curriculares -, nas forças necessárias para catalizar os consensos parlamentares e entre os actores judiciários, indispensáveis à travagem do caos que se está a instalar nas instituições (de que o que se passa ao nível das execuções é uma singela manifestação). E que tenha a habilidade de se rodear de secretários de estado capazes de enfrentar o que de mau prenunciam as palavras de confronto corporativo do recém-eleito presidente do Supremo Tribunal de Justiça.
Uma palavra sobre o novo Ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional. O Prof. Nunes Correia, que tem a seu crédito o bom trabalho ao nível da reabilitação urbana na gestão do Programa Polis, parte com uma não desprezível vantagem. Não tem, como outros num passado recente, de iniciar-se pelo costumeiro flirt ao movimento ambientalista. Já lhe agradou. Pode começar a governar.
2 comentários:
É um governo politicamente correcto.Tirado a régua e esquadro.
Contudo profundamente errado. Tem a contradição de ter um Liberal ortodoxo nas Finanças (para falsamente nos sossegar) e os restantes Ministros Estatistas/Despesistas ou Lobistas.
Ou o Ministro das Finanças consegue segurar as rédeas e paralisa os outros Ministros e o Monstro cresce apenas por inércia ou não consegue e o Monstro dispara.
Precisava em cada uma das pastas de ter Ministros capazes de enfrentar o Monstro.
Que giro! E eu que pensava que tínhamos um novo governo e afinal é um filme de terror!
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