O que se previa ser uma cimeira para discutir e relançar a estratégia europeia de competitividade e desenvolvimento, arrisca-se a ficar marcada por duas polémicas em tudo contrárias aos objectivos da chamada Estratégia de Lisboa: a reforma do PEC e a directiva Bolkestein para a liberalização dos serviços.
Quer num caso quer noutro o que está em causa é a capacidade de os países europeus superarem, nem que seja ao de leve, o famigerado “modelo social”. Como é possível a Europa ser mais competitiva externamente se não promove a competitividade interna? Como é possível concorrer nos mercados internacionais, face aos países asiáticos e aos Estados Unidos, se não tem os custos de mão-de-obra dos primeiros e a tecnologia e conhecimento do segundo?
Pensar que a competitividade se promove só pelo conhecimento e pela sustentabilidade ambiental, esquecendo a competitividade fiscal e a competitividade social, poderá ser um excelente sinal de boa vontade, mas é um péssimo sinal de irrealismo, próprio de quem já perdeu o comboio e continua à espera de que ele volte atrás para o apanhar.
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