Morno, muito morno, a apelar ao tédio. De certa forma o debate estava feito: transformaram o programa eleitoral em programa de governo, o que me parece óbvio dado que todos os partidos se apresentaram a eleições com um programa para governar, destacaram uma ou outra medida emblemática prioritária e acabaram por fazer um autêntico passeio na Assembleia. A oposição ainda está aturdida pela vitória do PS e pela maioria absoluta. O PSD é o que revela maiores dificuldades. Fazer uma intervenção a criticar o Governo por “alimentar o benefício da dúvida” e por “prolongar o estado de graça” é por demais patético. Miguel Relvas sabe fazer melhor e só a desorientação que vai naquela bancada justifica tamanho vazio.
Seria muito mais interessante que ficasse do debate o compromisso do Governo em não aumentar impostos, em reduzir a despesa pública sem estar à espera de um plano para daqui a seis meses, em aliviar os idosos e aposentados da elevada factura da saúde, em alterar o modelo de financiamento das autarquias, etc. Nada disso, fica apenas a preocupação com estado de graça.
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