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sexta-feira, 3 de junho de 2005

Bom fim de semana

Chegámos ao fim de uma semana estafante. O ritmo com que o Governo anuncia medidas deixa-nos quase exaustos. Chama-se a isto levar a sério o conselho de que as más notícias e as medidas difíceis devem ser todas tomadas logo no início do Governo, não vão depois os eleitores lembrar-se das malfeitorias, ainda que animadas do melhor espírito de governação! No entanto, tudo tem um limite de credibilidade e começamos a desconfiar que não é possível tomar tantas decisões em tão pouco tempo. Decisões, quero eu dizer, e não anúncios de decisões para um futuro a considerar. Ora, tirando 2 ou 3 casos concretos, como é o caso do congelamento de escalões e de suplementos remuneratórios, que deverão integrar já o orçamento rectificativo, e os aumentos de impostos, o que estamos a assistir é à re-elaboração em versão "heavy" do programa do Governo - que vai rever as carreiras e regime remuneratório até finais de 2006; que vai rever o regime de pensões; que vai alterar o regime de afectação e desvinculação dos funcionários; que vai transformar os dirigentes da administração pública em comissários políticos legalmente investidos; que vai combater a fraude e evasão fiscal com um novo regime que torne públicos os rendimentos de todas as pessoas. ..Tudo temas que deviam ter sido bem claros no programa do governo e que são isso mesmo - um programa de acção para a legislatura. E só falo de alguns, porque a catadupa de anúncios tem sido tal que nem dá tempo para os apreendermos devidamente. Será que o Governo quer mesmo que as pessoas entendam cada medida? Ou que fique só uma nebulosa tão densa que a concretização de uma pequena parte delas já nos suscite um suspiro de alívio por afinal não terem sido as outras todas? É sem dúvida uma atitude de coragem assumir que tudo isto deve ser feito JÁ. Esperemos que seja também uma prova de credibilidade quando for a sua execução, uma vez que está em causa o interesse nacional.

1 comentário:

O Reformista disse...

Estamos a assistir a várias coisas:

1ª Redução dos vários direitos da função pública.- Era a há muito considerado pela classe economicamente pensante, seja lá ela qual for, que em Portugal os Funcionários Públicos têm uma rentabilidade muito baixa.
Que são bem pagos de mais,que têm promoções automáticas não baseadas no desempenho,que faltam muito, que se reformam cedo, que não há como lhes pagar as pensões.
Quanto há função pública o que Socrates está a fazer não é conjutural, ou seja, não foi por causa do déficit ser maior do que o esperado. Esta foi a encenação para poder pôr em prática este plano que existia na cabeça de muitos. Eu tiro-lho o chapéu pela coragem e determinação, apesar de ser um dos antingidos por todos os lados.
Os elogios de Cavaco e de António Borges confirmam o que penso. Mesmo Marques Mendes não tocou na parte referente à função pública que seria aquela pela qual seria mais fácil pegar.

2º Aumentou os impostos porque precisava de receitas. Esta sim tem sobretudo a ver com a actual crise e serve para fazer demagogia esquerdista. Bem como com as pensões dos políticos.Popularucho e faz parte dos manuais que as classes dirigentes devem mostrar que também tomam o remédio.

3º Por questões de contenção do déficit mas também por um sentido de retirar poderes exagerados a lóbies iniciou uma guerra com as farmácias e a indústria famacêutica. Veremos com que resultados.

4. Pelas mesmas razões iniciou uma guerra com algumas classes profissionais como médicos e magistrados. Veremos o que acontecerá com os professores.

Mas nada fez para mudar o actual Estado Social. Todas estas medidas são para manter o actual modelo.

A Reforma do Modelo fica para o PSD na próxima legislatura e é aqui que o PSD se deve concentrar.