Os governantes socialistas andam numa verdadeira jigajoga pelo país explicando aos seus militantes as razões das medidas, ou melhor, as suas intenções.
Em Santarém, o Senhor Ministro Correia de Campos lá foi dissertando sobre as “medidas difíceis” do seu Governo.
Um militante questionou-o porque razão terá de “passar a pagar cinco por cento dos medicamentos que é obrigado a tomar para não cegar enquanto os que vão passear ao Algarve continuam a passar de graça na Via do Infante”. A resposta do Senhor Ministro não deve ter agradado ao militante. A mim também não. Disse que está garantido mecanismos para aqueles que não possam suportar os encargos. Gostava de saber quais são esses mecanismos. Será que têm de provar que são pobres? Que declarem valores abaixo de um montante do IRS?
Conheço vários colegas que concordam que todos os doentes devem pagar alguma coisa e que os medicamentos nunca deveriam ser gratuitos. Acontece que certas doenças crónicas são limitativas e susceptíveis de impedir a concretização de muitos projectos de vida. A gratuidade de alguns fármacos não me choca rigorosamente nada. Preocupo-me com o facto de muitos doentes, até agora beneficiários destas medidas sociais, não venham revelar que são novos-pobres. A sua auto-estima e identidade podem ser feridas se tiverem que revelar a pobreza envergonhada que grassa por aí. Quanto ao mau uso na sua utilização não colhe, a não ser que haja alguma rede de contrabando com o reino vizinho. Se assim for chamem a polícia.
Estou de acordo com a necessidade de poupar e sermos mais racionais com os nossos limitados recursos, mas há limites. Afinal, onde vai parar o Estado Social?
1 comentário:
Se não for reformulado o Estado Social vai-se degradadando, devagar devagarinho...hoje corta aqui, amanhã ali.Mas vai-se degradando
ps já hoje, aqueles que provem ter uma pensão inferior ao ordenado mínimo têm um maior descoto nos medicamentos. Mas têm que provar. No cartão de utente a seguir ao numero têm as letras RT
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