Logo de manhã, com a água do banho, está a pagar aos Serviços Municipalizados uma quota de serviço, uma tarifa de tratamento, uma taxa de saneamento, fixa, uma taxa de saneamento, variável e o IVA a 5%. As taxas significam 2/3 e a água 1/3 da factura.
Ao pequeno-almoço, paga IVA sobre o bolo e o café com leite. Entra no carro, dá à chave de ignição e logo paga um imposto sobre os combustíveis e ainda o IVA por cima da gasolina e do imposto. E já nem lhe vem à cabeça os impostos sobre impostos que pagou aquando da compra da viatura.
Pára na bomba para comprar um maço de tabaco e é esportulado do imposto sobre o tabaco.
Fumando ou não fumando, a malha fiscal persegue-o em toda a manhã de trabalho: se tem que se sujeitar a qualquer acto burocrático paga imposto de selo, seja na ida ao notário, numa escritura pública, num processo de habilitações de herdeiros, numa procuração, numa renda, numa operação bancária, ao levantar cinco cheques no Multibanco!...
Se entra na tabacaria e compra o jornal, paga IVA, e se, ao comprar o jornal, compra uma raspadinha, paga imposto de selo sobre jogos, se compra um bilhete de lotaria, paga imposto de selo sobre lotarias, se mete o totoloto ou o totobola, paga o imposto de selo sobre as apostas mútuas.
E se, ao almoço, pretender espairecer com um digestivo, aí suporta o IABA, bonito nome para denominar o Imposto sobre o álcool e bebidas alcoólicas.
Da parte da tarde, continua a labuta e a luta. Se tem um assunto em tribunal, paga taxa de justiça, se precisa de registar um filho, paga a taxa do registo civil, se precisa de registar um prédio, paga a taxa de registo predial e se precisa de registar um acto da sociedade, paga uma taxa de registo comercial, se precisa de ir ao hospital, paga taxa moderadora, se vai ao talho, paga a taxa de comercialização e abate de gados, que é repercutida sobre o preço da carne, se compra umas acções na bolsa, paga a taxa sobre operações de bolsa, se tem filhos na Universidade, paga as propinas.
Lá mais para o fim do dia, e numa qualquer aquisição, poderá acontecer estar a pagar uma qualquer taxa vinícola, ou uma taxa de portos, um qualquer emolumento sobre qualquer situação desconhecida ou uma taxa sobre o controlo metrológico e de qualidade, obviamente para ser bem servido, taxas essas devidamente repercutidas sobre os preços dos artigos comprados.
Ao pequeno-almoço, paga IVA sobre o bolo e o café com leite. Entra no carro, dá à chave de ignição e logo paga um imposto sobre os combustíveis e ainda o IVA por cima da gasolina e do imposto. E já nem lhe vem à cabeça os impostos sobre impostos que pagou aquando da compra da viatura.
Pára na bomba para comprar um maço de tabaco e é esportulado do imposto sobre o tabaco.
Fumando ou não fumando, a malha fiscal persegue-o em toda a manhã de trabalho: se tem que se sujeitar a qualquer acto burocrático paga imposto de selo, seja na ida ao notário, numa escritura pública, num processo de habilitações de herdeiros, numa procuração, numa renda, numa operação bancária, ao levantar cinco cheques no Multibanco!...
Se entra na tabacaria e compra o jornal, paga IVA, e se, ao comprar o jornal, compra uma raspadinha, paga imposto de selo sobre jogos, se compra um bilhete de lotaria, paga imposto de selo sobre lotarias, se mete o totoloto ou o totobola, paga o imposto de selo sobre as apostas mútuas.
E se, ao almoço, pretender espairecer com um digestivo, aí suporta o IABA, bonito nome para denominar o Imposto sobre o álcool e bebidas alcoólicas.
Da parte da tarde, continua a labuta e a luta. Se tem um assunto em tribunal, paga taxa de justiça, se precisa de registar um filho, paga a taxa do registo civil, se precisa de registar um prédio, paga a taxa de registo predial e se precisa de registar um acto da sociedade, paga uma taxa de registo comercial, se precisa de ir ao hospital, paga taxa moderadora, se vai ao talho, paga a taxa de comercialização e abate de gados, que é repercutida sobre o preço da carne, se compra umas acções na bolsa, paga a taxa sobre operações de bolsa, se tem filhos na Universidade, paga as propinas.
Lá mais para o fim do dia, e numa qualquer aquisição, poderá acontecer estar a pagar uma qualquer taxa vinícola, ou uma taxa de portos, um qualquer emolumento sobre qualquer situação desconhecida ou uma taxa sobre o controlo metrológico e de qualidade, obviamente para ser bem servido, taxas essas devidamente repercutidas sobre os preços dos artigos comprados.
A continuar, que a procissão vai no adro...
4 comentários:
Caro Pinho Cardão,
Quem ler este teu "post" e continuar a ver passar a procissão não pode regatear palmas aos andores. Porque, meu caro Pinho Cardão, tu tens carradas de razão, desculpa o prosaico da rima.
Já há dias, ao ler um outro "post" teu sobre a mesma praga, estive tentado a dizer o mesmo: Bem visto!
Pessoalmente, pus-me a fazer as contas, devo estar a ser esportulado para o Estado com nada menos de 60% dos meus recebimentos mensais. É demais!
De modo que, caro amigo, não é por esse lado que te vou incomodar, porque estou inteiramente de acordo contigo. Aparte aqueles que têm engenho e arte para escapar substancialmente a este saque (saberás, por exemplo, se o Berardo paga tanto do tanto que exibe?), a esmagadora maioria, está de acordo.
O problema começa, como bem sabes, do outro lado.
Dizias tu há dias, e dizias bem, que a única forma de reduzir tanta gula do Estado é cortar-lhe na ração.Apoiado!Aliás, é prescrição infalível: se os gordos deixarem de comer terão, fatalmente, de emagrecer.
Há contudo, neste paralelo uma incómoda diferença que nos baralha as contas: quem cortar nos impostos, fatalmente terá de cortar nas depesas. E aí é que a porca torce o rabo. A menos que proceda como o G.W.Bush e deixe crescer o déficit.Coisa que, irritantemente, também não nos resolverá o assunto: do que não formos sacados nos impostos seremos espoliados pela inflação.
Ou não?
E chego aqui sem ter descoberto a pólvora: resta cortar na despesa.
Parece a carga que nos carrega é, sobretudo, constituída pelos vencimentos dos funcionários públicos.
Despedimo-los? Por mim não vejo mal. Mas parece que é anti- constitucional.
Perdoa a rima e diz lá quem sai de cima.
Caro PC,
uma pequena precisão/dúvida, a menos que tenha sido alterada a lei nos últimos dois anos (o que é bem possível) eu não paguei nada pelo registo do nascimento de qualquer um dos meus dois filhos... só paguei o impresso para eles tirarem o BI Português, porque no caso do BI Francês nem sequer paguei impresso...
Quanto aos impostos o quadro que descreve é deprimente... mas realista... por enquanto só não paga o oxigénio que respira... mas espere lá que isso também está em estudo!...
Eu tenho que admitir que até consigo engolir a maioria desses impostos (excepto talvez os impostos sobre impostos IVA-ISP-ISV) e até os aceitaria... desde que já não me levassem à cabeça (mesmo com pouco mais do salário mínimo) mais cerca de 40% do rendimento do meu trabalho, assim sendo e com um rendimento bruto de uns 1200 EUR (média razoável)mês levam-me logo quase 50% do rendimento, e depois levam-me no mínimo mais 21% daquilo que adquirir, o que perfaz a bela soma de mais de 70% daquilo que uma pessoa ganha vai parar ás mãos do Estado. E para quê?
Para andaram a dar dinheiro ao "pobre" do Comendador Joe para meter quadros no CCB e em Sintra, com entradas a pagar, e para reduzirem as minhas condições de acesso à saúde...etc. e tal...
Uma maravilha!
A grande medida que deveria ser levada ao Simplex era unificar todos estes impostos e taxas num só imposto a que se poderia chamar "Imposto sobre a Existência".
Caro Rui Fonseca:
Um abraço.
Pois claro que tem que se cortar na despesa, o que até agora não tem sido feito. Em 2006 e 2007 até cresce mais do que a inflação, pelo que o aumento é real. E tem que haver uma diminuição real. Falas das despesas com o pessoal. Tem sido a desculpa dos Governos: não baixa a despesa por causa do pessoal... Acontece que aí também há desperdício óbvio, mas tal argumento não é válido. As despesas com pessoal previstas para 2007 são de 21.010 milhões de euros, cerca de 28,9% da despesa global prevista de 72.538 milhões de euros. Portanto ainda há para gastar e desperdiçar 51.500 milhões de euros, o que o Estado vem fazendo com grande eficácia e competência!...Trata-se de despesa rígida, como também se diz? Nem toda, nem toda, há muito desperdício.E quando não há dinheiro, não pode haver vícios. Acontece é que cada vez mais os Governos são governos de funcionários, que actuam segundo as regras dos funcionários. Esse é o problema!...
Enviar um comentário