A Espanha vai utilizar 14 fotografias do catálogo europeu para colocar nos maços de cigarro.
Impressionante! Mas mesmo assim, tenho alguma dúvidas sobre os seus efeitos.
Já agora, fumadoras e fumadores do 4R, vejam e não se impressionem em demasia, porque a realidade pode ser muito pior...
9 comentários:
Oh, ver estas fotos depois de uma merenda não foi muito inteligente da minha parte.
Qual será a razão porque em Portugal, Espanha, Itália e Grécia ainda há um número elevadíssimo de fumadores em comparação com os países nórdicos e os do continente norte americano? Será porque nos primeiros não tem existido campanhas de sensibilização competentes e eficazes?
Caro professor, eu fumador me confesso. Já vi essas imagens e também as dos maços brasileiros, mais chocantes até. Já vi ao vivo os efeitos do cancro de pulmão num dos antepassados que já se me foram e de outros cancros. Continuo a fumar.
Eu, ao mecânico que substitui os calços de travões, não peço que me ensine a guiar; ao economista e ao padre não requeiro que me ensinem a conduzir a minha vida. Já o Estado não apenas me dá conselhos que não pedi como ainda me faz pagar por isso.
Muitas podem ser as formas de ensinar, JMG. Tantas, quantas as formas de aprender. Gratuita ou oneradamente.
Conheço casos particulares de pessoas a quem bastou um pequeno-grande susto, para compreender que deixar de fumar, era em si mesmo a diferença entre manter-se vivo, ou não.
Mas posso dizer que compreendo, não as motivações (se é que existem) mas as desmotivações, para que um(a) fumador(a), passem a deixar de o ser.
Sinceramente, aquilo que ainda não fui capaz de entender, é a sujeição de um ser humano racional, inteligente, capaz de lutar pela sua auto-determinação, a um pequeno tubo de papel, cheio com folhas de tabaco reduzidas a finas tiras, que "entala" incandescente entre o indicador e o pai-de-todos e sorve espaçadamente, engolindo-lhe o fumo proveniente e expelindo-o depois.
Havera gesto mais infantil e inconsequente?
JMG
Os conselhos são à borla! Não paga mais por isso...
Caro Bartolomeu, nós fumadores em geral não vivemos alienados do mundo. Sabemos que fumar faz mal à saúde e, aliás, sentimo-lo diariamente. Todos esses anúncios e campanhas também nos chegam. Não ando na rua com umas palas selectivas nos olhos que me fazem ver algumas coisas e não ver outras. Agora, todos temos o nosso livre arbítrio de optar por fumar ou não, sendo certo porém que temos também a certeza de que mais cedo ou mais tarde as probabilidades são de que soframos as consequências da opção que tomámos por fumar.
Eu posso contar-lhe o meu caso pessoal. Fumo desde os 18 anos. Aos 25 tentei deixar de fumar. Estive sem fumar 54 dias até que uma situação de stress extremo me levou a voltar fumar. Aliás, no momento em que a situação se iniciou fiquei de cabeça perdida, com os nervos totalmente esfrangalhados. Tive, claro na minha cabeça, que não iria conseguir lidar com ela nervoso como fiquei mas tinha que resolver o assunto. O que fiz? Primeiro fui comprar um maço de cigarros. Depois sentei-me à secretária a fumar um cigarro, calmamente. Aí então senti-me com forças para tratar do problema. Desde então não voltei a deixar de fumar. E não voltei por vários motivos. Primeiro e mais importante de tudo, porque não quero, não tenho vontade de deixar de fumar. Segundo porque me sabe bem. Aliás, eu sou fiel a uma e uma única marca que fumo há muitos anos. Terceiro porque tenho bem vincados na memória os suplícios e tormentos por que passei quando tentei deixar de fumar e não quero repetir a gracinha de submeter-me voluntariamente a tais tratos de polé.
Estou ciente de que me faz mal? Sim, estou. Estou ciente de que mais cedo ou mais tarde poderá suceder-me alguma coisa má relacionada com cancro? Sim, estou. Fumo, enganado, e pretendendo que o cigarro não faz mal ou que esses males apenas acontecem aos outros? Claro que não, tenho perfeita noção de que poderá acontecer-me a mim. Mas é uma opção pessoal, minha que tomo livremente e sem constrangimentos. Não julgo quem optou por deixar de fumar. Preferia não ser julgado por fumar.
É isso aí, Zuricher, bem dito.
Quanto à gratuitidade, meu caro Prof., vírgula: O aumento exponencial do preço do tabaco via impostos veio com uma campanha de culpabilização do vício, da qual estas imagens terroristas são um exemplo. Os aumentos de impostos têm sempre lugar por razões nobilíssimas, já se sabe.
No Dia Mundial sem Tabaco – 31 de Maio de 2006 - , fiz uma confer^rencia sobre "O tabaco mata sob todas as formas". Está no "Quarto da República".
http://quartodarepublica.blogspot.com/search?q=tabaco
Prezados Amigos Zuricher e JMG.
Tive um director que me jurava ser incapaz de deixar de fumar. Dizia-me tambem, que estava perfeitamente consciente dos riscos que corria, quando tentava que compreendesse a dependência a que se auto-sujeitava.
Um dia, o enfermeiro do meu serviço foi ao gabinete desse director, pedindo-lhe que autorizasse uma despeza e ele, aproveitando a sua presença, pediu-lhe que lhe dissesse o que deveria tomar para eliminar uma borbulha que lhe nascera sob a língua.
O enfermeiro pediu-lhe que abrisse a boca e, mal viu a dita cuja, pediu-lhe para utilizar o telefone, ligou para um médico conhecido, que o quis ver imediatamente. 8 dias depois, este meu director, estava a ser operado a um cancro na boca. A recuperação foi inimaginávelmente dolorosa, mais para o próprio, mas muitíssimo tambem para os amigos que acompanharam o seu sofrimento.
Este exemplo, após outras complicações, acabou por conhecer um final feliz, não é o caso de muitas outras vítimas do mesmo mal.
O importante e a propósito das vossas peremptórias afirmações, é que este meu amigo, assim que foi conhecedor do problema que o afectava e aconselhado pelo médico, deixou imediata e definitivamente de fumar.
Hmmm??
Sim, sim, esse que declarava ser incapaz de deixar de fumar e de estar inteiramente consciente dos males que o poderiam afectar!
Meus queridos amigos, todos estamos sujeitos a acidentes vários mas, sejamos vítimas somente, daqueles que formos incapazes de evitar.
Enviar um comentário