A simplificação administrativa só faz sentido se for garantido a todos os cidadãos o exercício dos seus direitos e obrigações. Os Indicadores Sociais 2009 do INE não deixam dúvidas quanto ao nível de infoexclusão existente na nossa sociedade.
O retrato social traçado pelos Indicadores Sociais deve moderar os ímpetos da simplificação, evitando que se atropelem os mais elementares direitos dos cidadãos, com particular atenção para a realidade dos cidadãos pertencentes a grupos vulneráveis.
Indicadores Sociais 2009:
A proporção de agregados domésticos privados, residentes em Portugal, com pelo menos um indivíduo com idade compreendida entre os 16 e os 74 anos, que dispunham de acesso em casa, a computador de secretária, a portátil ou a PDA, atingiu 56%, representando um aumento de cerca de 6 pontos percentuais face ao ano anterior. O acesso à internet continuou, também, a aumentar, passando de 46% para 48% dos agregados, e, no caso particular de utilização de banda larga, de 39% para 46%.
O retrato social traçado pelos Indicadores Sociais deve moderar os ímpetos da simplificação, evitando que se atropelem os mais elementares direitos dos cidadãos, com particular atenção para a realidade dos cidadãos pertencentes a grupos vulneráveis.
Indicadores Sociais 2009:
A proporção de agregados domésticos privados, residentes em Portugal, com pelo menos um indivíduo com idade compreendida entre os 16 e os 74 anos, que dispunham de acesso em casa, a computador de secretária, a portátil ou a PDA, atingiu 56%, representando um aumento de cerca de 6 pontos percentuais face ao ano anterior. O acesso à internet continuou, também, a aumentar, passando de 46% para 48% dos agregados, e, no caso particular de utilização de banda larga, de 39% para 46%.
5 comentários:
Como vem sendo habitual, percebe-se nítidamente que este governo, tem sede em Plutão.
Mesmo que as estatísticas indicassem que 100% dos agregados domésticos, privados, dispõem de computador com acesso à internet, seria rasoável pensar que mais de metade dos pensionistas portugueses, não saberão seguramente utiliza-los.
A minha mãe é aposentada e recebeu a sua declaração de rendimentos para efeitos de IRS, com um destacável no final da folha, que lhe comunicava essa nova "exigência". Ao tentar fazer o registo no endereço electrónico indicado, deu "com o nariz na porta". O serviço não estava activo.
Cá para mim, não é só a sede do governo que está em Plutão, o servidor deve estar em Neptuno, com certeza...
Drª Margarida
Continua tudo na mesma!!
A actividade dos serviços do estado é orientada para servir os próprios e não os Clientes que somos todos nós. Aliás, os serviços do estado servem em primeiro lugar para dar emprego!
Até aqui a análise é conhecida e não me vou alargar. Mas quando entra a informática, a percepção da população é de que tudo ficou mais simples e até seremos um País da frente. Mas como isso seria possível se os fundamentos da actuação dos serviços continuam a ser os mesmos? Seria só por falta de equipamento ou tecnologia que as coisas, antes da net, se passavam da forma que sabemos? Claro que não.
Na minha actividade empresarial noto que a utilização da informática tem permitido o aumento exponencial da complexidade dos processos e das exigências para com os cidadãos e empresas. O peso relativo da burocracia acaba por ser o mesmo. Esta observação tem na base as explicações que dei inicialmente e que são comuns à falta de sensibilidade para com os idosos que é o tema do seu post.
Cara Margarida,
"Materialização informática de granel e onanismo burocrático" é diferente de "simplificação". Na realidade, simplificação começa por se rasgar coisas...
Aviso da CGA aos 510 mil aposentados sobre a declaração para efeitos de IRS:"A partir do próximo ano, aquela declaração será fornecida apenas em formato electrónico, a partir dos serviços online da Caixa, pelo que todos aqueles que pretendam ter acesso a ela deverão registar-se com a devida antecedência". Foi preciso um alarme geral para o MF vir "esclarecer" que é só uma recomendação e não uma obrigação...
Caro Bartolomeu
Portugal é um país de infoexcluídos, o que está aliás em linha com o baixo nível de habilitações e qualificações, para já não falar do nível de analfabetismo. Temos um país a várias velocidades e portanto há vários limites para respeitar, a começar por quem nos governa.
Caro Agitador
Os "serviços do estado", como lhes chama, continuam a não colocar o cidadão no centro da sua existência. Se juntarmos a falta de sensibilidade social, bem patente na medida anunciada pela CGA, concluímos que precisamos que a sociedade civil intervenha mais, seja mais exigente e mais vigilante. Que participe também nas soluções (bem sei que é pedir muito!).
Caro Tonibler
Preocupação com a utilização das palavras é coisa que há muito também desapareceu. Simplificar não é rasgar coisas, simplificar deveria ser mesmo tornar as coisas menos complicadas...
Suzana
Uma desautorização, é assim que eu vejo a intervenção do MF, que esperemos seja para cumprir. Alguém da CGA foi responsabilizado? Têm acontecido coisas inscríveis no funcionamento dos serviços públicos, lesivas dos mais elementares direitos dos cidadãos, mas depois não acontece nada...
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