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domingo, 6 de fevereiro de 2011

Uma vez mais, a estratégia do medo.

O PM regressou à estratégia que adoptou antes das eleições legislativas. Veio dizer que com ele não haverá privatizações, nem despedimentos na função pública. Privatizações e despedimentos são o programa "da direita", gritou. É o regresso da política da dramatização e do medo que, convenhamos, deu os resultados esperados nas últimas eleições para o Parlamento.
Esta nova onda para já obrigou o PSD a justificar-se. Ouvi alguns dos dirigentes social-democratas a dizer que com eles não senhora, nada de despedimentos, nada de privatizações. A táctica da negação quando eu pensava que a oposição não tinha se não que recordar que o PM que recusa despedir funcionários públicos é o mesmo que jurou não subir impostos. O mesmo que nem sequer admitia ser necessário reduzir vencimentos na função pública. Aquele que disse e repetiu que as SCUT do interior do País jamais seriam pagas pelos utentes. Que o investimento público seria a mola da economia e não abdicaria dele. Que as pensões de reforma, com ele, não se degradariam. Que não aumentariam os pobres. Que Portugal se iria aproximar da média europeia. Que a dívida soberana era sustentável. Que o Código do Trabalho não necessitaria de ser revisto.
Eu cá estou convencido que a afirmação de que o Governo não despedirá funcionários públicos, se não motivou uma reacção à altura por parte da oposição, deixou muito preocupados aqueles trabalhadores. Muito preocupados...

4 comentários:

Adriano Volframista disse...

Caro JMFAlmeida
Para o actual PM cumprir a sua tarefa só falta isso mesmo: consagrar o despedimento na função pública.
Não sei se vai ter tempo para tal, "isto" começa a acelarar e, o tempo, a escassear.
Só não percebi porque é que o líder do PSD não tenha respondido ao PM. Não percebeu que são um eleitorado muito poderoso e que, neste momento o essencial é diminuir o grau de ansiedade e de medo?
Cumprimentos
joão

SC disse...

Pois é, caro Ferreira de Almeida,
Parece que foram premonitárias as "nossas" perplexidades sobre as ideias mal explicadas, a propósito do seu outro texto sobre este mesmo tema.
Parafraseando, "demagogia com demagogia se paga..."
E nós, sem realmente saber quais são as "verdadeiras" ideias dos nossos políticos, para além de termos garantida a convocatória para contribuir para o "regafofe"...

Anónimo disse...

Meus caros joao e SC,
Não tenhamos ilusões, o problema do País não se resume a um PM ilusionista. É também a existência de uma oposição com autoridade para o demonstar. Se assim não fosse, este governo e estes PM já tinham passado à História. O que não significa que não se tenha de fazer o caminho apoiando as boas medidas e as boas ideias, criticando as omissões e contribuindo, por pouco que seja, para a formação de uma opinião mais exigente com governantes e oposição. Até lá, vamos pagando...

Suzana Toscano disse...

Belo post, caro Ferreira de Almeida,é bom ir lembrando estas coisas. Mas o que acontece é que o Governo tem uma espantosa capacidade de sempre parecer oposição enquanto a oposição está sempre a querer parecer que é Governo, de tal modo que todas estas incoerências parecem naturais e se mantém o papão da "direita liberal", como se ainda houvesse alguém que saiba o que é o socialismo. Tal como aqui lhe disse, era muito previsível que PPC iria estar à defesa mal desse por si. Aí está, o problema é que já não se ouve as explicações, ficam só os desmentidos da interpretações. Um clássico.