Pergunto-me que razão haverá para que os dirigentes do PSD, Passos Coelho incluído, alimentem continuamente a histeria mediática. Não seria tempo de deixar o PS a falar sozinho de culpas e responsabilidades? Ninguém percebe que o PSD se deve virar para o futuro com uma mensagem realista, sabendo que a tarefa que tem pela frente será tanto mais fácil quanto mais contribuir para restaurar a confiança dos portugueses?
13 comentários:
Até que enfim, consigo ler uma reflexão que faz sentido!
Faço coro com essa sua reivindicação, caro Dr. José Mário.
Parece que anda tudo parvo e ainda não perceberam que as pessoas, apesar de gostarem de tricas, já estão fartos de as ouvir. Sempre os mesmos, a dizer o mesmo... dos mesmos.
Aquilo que faz falta, é dizerem clara e objectivamente, o que pretendem fazer, e de preferência, não se contradizerem.
Isso sim, é o que todos estão à espera de ouvir, para depois poderem decidir!.
Assino por baixo, José Mário.
Caro JMFAlmeida
Sou, dos poucos que considera que, esta fase é necessária para toda a gente perorar e dizer o que lhe vai na gana; é uma espécie de carnaval tardio.
Repare: o acordo com o FEEF/FMI vai condicionar, completamente, a campanha eleitoral; até lá, jogamos a feijões.
Para simplificar vamos usar um simil culinário, estamos em época de comadres...
Até este ano, os partidos entretinham-se a prometer picanha ou acém e, depois, ofereciam entrecosto ou couratos.
Agora, só vão poder oferecer mais ou menos pão ralado porque o rissol (ou croquete) já está feito.
Claro que a fritura é nossa.
Percebe, agora, porque acho que estamos em Carnaval tardio....
Cumprimentos
João
Neste momento assalta-me uma dúvida, caro Jardine; será que o FMI, vai poder concorrer às próximas eleições legislativas?
Pois é, caro João Jardine, a fritura é nossa...
Esta situação, parece denotar uma questão grave:
Falta de liderança (de PPC),
ou fraca liderança, que vem a dar no mesmo.
No fundo, poderá estar de acordo com a elevada capacidade lusa para a verborreia.
Falar demais fazer de menos, uma boa tradução da psique lusa.
Vamos acreditar que pode haver dois registos, o da gritaria pública e o do entendimento em privado, pode ser que passada esta catarse resultante do choque súbito, volte alguma serenidade.Temos que acreditar.
E que razão haverá para que mal o PSD tem um novo líder passe a ser criticado por tudo o que diz e o que não diz? Não farão estas críticas parte integrante da histeria mediática? Claro que não me refiro às críticas que aparecem nos blogs, mesmo em blogs tão lidos e tão importantes como a Quarta República. Mas as críticas de personalidades ligadas ou próximas do PSD aos sucessivos líderes têm contribuído para prejudicar a afirmação do partido e para a instabilidade das chefias.
Caro Freire de Andrade, embora possa compreender o seu estado de espírito, acho que não é a ausência de críticas que faz um bom lider ou fortalece um partido, mas sim a capacidade de as enfrentar e lhes dar uma resposta que possa ser entendida democraticamente.
...ou de antecipar as críticas que advirão de algumas condutas, renunciando a elas.
A questão não se coloca no domínio da crítica a PPC ou ao PSD, caro Freire de Andrade. É verdade que a autofagia do PSD - fruto heterogeneidade da sua militância, da excessiva competitividade interna e do afastamento progressivo de quadros com ascendência curricular e sobretudo intelectual - está sempre latente, sendo um risco ameaçador, não só da estabilidade mas da sua existência como formação partidária de alternativa. Mas até por isso a liderança tem de conduzir o partido marcando a diferença, resistindo à tentação de jogar no campo do adversário, com as mesmas armas. Nessa arena o PSD está condenado a perder. Aí, Sócrates e este PS são melhores. Muito melhores.
Estou certo que Pedro Passos Coelho sabe disso. Com a mesmissima convicção que me permite afirmar que junto dele existe quem pensa exactamente o contrário.
Caro Dr. José Mário, aquilo que o meu Amigo designa por «excessiva competitividade interna», muita gente vê como excessivo pedantismo que resulta em excessiva incapacidade de diálogo, que por sua vez resultam em excessivas fracturas internas e incapacidade de união em torno de um projecto sério e coerente. Por norma, os projectos que saem dos fornos do PSD, visam beneficiar ou proteger a classe rica, dos grandes empresários capitalistas. Esquecem-se que o mundo globalizado é incompatível com essas políticas que causaram o desastre económico em que as nações estão mergulhadas.
Não creio que seja assim, meu caro Bartolomeu. Justiça seja feita, se há partidos que ao longo da sua história sempre defenderam a ideia de uma justiça redistributiva, um desses é o PSD. Com uma diferença em relação a outros que também o defendem: é que reconhece que ninguém pode distribuir o que não tem. E para ter é necessário desenvolver o País.
Outra coisa é, no plano interno, a concorrência pelo poder não se fazer entre os melhores. Mas esse não é um problema só do PSD...
Mandam as regras da educação, que se assista aos comentários.
Ao que o caro Dr. José Mário me dirigiu, é difícil fazê-lo em concordância. Acrescentarei somente que, o facto da discordância interna, já é, por si só, um factor indiciante da fractura com a realidade social. Isto, obviamente sem deixar de concordar inteiramente com o seu ponto de vista, quando afirma ninguem poder distribuir o que não tem. No entanto, no tempo em que Cavaco Silva foi primeiro ministro, abriu-se uma porta larga, que deu acesso a esse espírito-maravilha.
Mas isso são "águas passadas", aquelas que já não "movem os moínhos", mas poderíam ter movido, e bem.
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