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quinta-feira, 14 de abril de 2011

Histerias

Pergunto-me que razão haverá para que os dirigentes do PSD, Passos Coelho incluído, alimentem continuamente a histeria mediática. Não seria tempo de deixar o PS a falar sozinho de culpas e responsabilidades?  Ninguém percebe que o PSD se deve virar para o futuro com uma mensagem realista, sabendo que a tarefa que tem pela frente será tanto mais fácil quanto mais contribuir para restaurar a confiança dos portugueses?

13 comentários:

Bartolomeu disse...

Até que enfim, consigo ler uma reflexão que faz sentido!
Faço coro com essa sua reivindicação, caro Dr. José Mário.
Parece que anda tudo parvo e ainda não perceberam que as pessoas, apesar de gostarem de tricas, já estão fartos de as ouvir. Sempre os mesmos, a dizer o mesmo... dos mesmos.
Aquilo que faz falta, é dizerem clara e objectivamente, o que pretendem fazer, e de preferência, não se contradizerem.
Isso sim, é o que todos estão à espera de ouvir, para depois poderem decidir!.

Margarida Corrêa de Aguiar disse...

Assino por baixo, José Mário.

Joao Jardine disse...

Caro JMFAlmeida
Sou, dos poucos que considera que, esta fase é necessária para toda a gente perorar e dizer o que lhe vai na gana; é uma espécie de carnaval tardio.
Repare: o acordo com o FEEF/FMI vai condicionar, completamente, a campanha eleitoral; até lá, jogamos a feijões.
Para simplificar vamos usar um simil culinário, estamos em época de comadres...
Até este ano, os partidos entretinham-se a prometer picanha ou acém e, depois, ofereciam entrecosto ou couratos.
Agora, só vão poder oferecer mais ou menos pão ralado porque o rissol (ou croquete) já está feito.
Claro que a fritura é nossa.
Percebe, agora, porque acho que estamos em Carnaval tardio....
Cumprimentos
João

Bartolomeu disse...

Neste momento assalta-me uma dúvida, caro Jardine; será que o FMI, vai poder concorrer às próximas eleições legislativas?

Anónimo disse...

Pois é, caro João Jardine, a fritura é nossa...

Bmonteiro disse...

Esta situação, parece denotar uma questão grave:
Falta de liderança (de PPC),
ou fraca liderança, que vem a dar no mesmo.
No fundo, poderá estar de acordo com a elevada capacidade lusa para a verborreia.
Falar demais fazer de menos, uma boa tradução da psique lusa.

Suzana Toscano disse...

Vamos acreditar que pode haver dois registos, o da gritaria pública e o do entendimento em privado, pode ser que passada esta catarse resultante do choque súbito, volte alguma serenidade.Temos que acreditar.

Freire de Andrade disse...

E que razão haverá para que mal o PSD tem um novo líder passe a ser criticado por tudo o que diz e o que não diz? Não farão estas críticas parte integrante da histeria mediática? Claro que não me refiro às críticas que aparecem nos blogs, mesmo em blogs tão lidos e tão importantes como a Quarta República. Mas as críticas de personalidades ligadas ou próximas do PSD aos sucessivos líderes têm contribuído para prejudicar a afirmação do partido e para a instabilidade das chefias.

Suzana Toscano disse...

Caro Freire de Andrade, embora possa compreender o seu estado de espírito, acho que não é a ausência de críticas que faz um bom lider ou fortalece um partido, mas sim a capacidade de as enfrentar e lhes dar uma resposta que possa ser entendida democraticamente.

Anónimo disse...

...ou de antecipar as críticas que advirão de algumas condutas, renunciando a elas.
A questão não se coloca no domínio da crítica a PPC ou ao PSD, caro Freire de Andrade. É verdade que a autofagia do PSD - fruto heterogeneidade da sua militância, da excessiva competitividade interna e do afastamento progressivo de quadros com ascendência curricular e sobretudo intelectual - está sempre latente, sendo um risco ameaçador, não só da estabilidade mas da sua existência como formação partidária de alternativa. Mas até por isso a liderança tem de conduzir o partido marcando a diferença, resistindo à tentação de jogar no campo do adversário, com as mesmas armas. Nessa arena o PSD está condenado a perder. Aí, Sócrates e este PS são melhores. Muito melhores.
Estou certo que Pedro Passos Coelho sabe disso. Com a mesmissima convicção que me permite afirmar que junto dele existe quem pensa exactamente o contrário.

Bartolomeu disse...

Caro Dr. José Mário, aquilo que o meu Amigo designa por «excessiva competitividade interna», muita gente vê como excessivo pedantismo que resulta em excessiva incapacidade de diálogo, que por sua vez resultam em excessivas fracturas internas e incapacidade de união em torno de um projecto sério e coerente. Por norma, os projectos que saem dos fornos do PSD, visam beneficiar ou proteger a classe rica, dos grandes empresários capitalistas. Esquecem-se que o mundo globalizado é incompatível com essas políticas que causaram o desastre económico em que as nações estão mergulhadas.

Anónimo disse...

Não creio que seja assim, meu caro Bartolomeu. Justiça seja feita, se há partidos que ao longo da sua história sempre defenderam a ideia de uma justiça redistributiva, um desses é o PSD. Com uma diferença em relação a outros que também o defendem: é que reconhece que ninguém pode distribuir o que não tem. E para ter é necessário desenvolver o País.
Outra coisa é, no plano interno, a concorrência pelo poder não se fazer entre os melhores. Mas esse não é um problema só do PSD...

Bartolomeu disse...

Mandam as regras da educação, que se assista aos comentários.
Ao que o caro Dr. José Mário me dirigiu, é difícil fazê-lo em concordância. Acrescentarei somente que, o facto da discordância interna, já é, por si só, um factor indiciante da fractura com a realidade social. Isto, obviamente sem deixar de concordar inteiramente com o seu ponto de vista, quando afirma ninguem poder distribuir o que não tem. No entanto, no tempo em que Cavaco Silva foi primeiro ministro, abriu-se uma porta larga, que deu acesso a esse espírito-maravilha.
Mas isso são "águas passadas", aquelas que já não "movem os moínhos", mas poderíam ter movido, e bem.