Ontem dei por bem empregue o tempo que passei na casa onde em formei e na qual passei quase 20 anos da minha existência como aluno e docente. O Instituto de Ciência Juridico Politicas da Faculdade de Direito de Lisboa (FDL) e a Prof.ª Carla Amado Gomes tiveram a simpatia de me associar a mais uma iniciativa, convidando-me para participar numa conferência. Desta feita sobre a Convenção de Aahrus no confortável papel de moderador do painel sobre o pilar do acesso à justiça ambiental.
Não resisti ao impulso de deixar aqui esta nota, num dia em que os media e as redes sociais pintam mais uma vez de negro a realidade. Nota para assinalar que muito mudou na academia portuguesa e mudou para bem melhor.
No "meu tempo" era impensável discutir a propósito de um tema como a Convenção de Aarhus, suas dimensões e efeitos. Mas era sobretudo impensável lançar um debate assim, como muitos outros a que tenho assistido impulsionado por aquele e por outros centros de investigação da FDL, nos quais não marcam presença majestades nem se sentem atitudes professorais, antes uma saudável troca de saberes.
À Faculdade que conheci em que os mestres se distinguiam pelo que guardavam para si e para os tratados que revelavam a sua imensa e indiscutível sabedoria, sucede-se uma Escola. E uma Escola é um centro de criação e transmissão de conhecimento. Aberta, como tem de ser.
Num momento em que parece que só se assinala o que é negativo, apetece-me registar isto que é um facto: esta Escola Nova é bem melhor que a Escola que me fez jurista. E ainda bem que o é.
Saúdo pois, a pretexto de Aahrus como poderia ser a pretexto de muitas outras inciativas, quem dinamiza esta nova ideia de Universidade, em especial os jovens professores, boa parte dos quais me devolvem multiplicado por "n" vezes, o que em tempos tive a pretensão de transmitir a alguns deles.
4 comentários:
Tive uma esperiência semelhante do outro lado da Alameda da Universidade e conclui basicamente a mesma coisa relativamente à FCL. É muito melhor hoje, com gente melhor e mais humilde que os "génios" do passãado a quem não cabia um feijão no dito, sem nunca ter percebido porquê. Ainda bem que no "nosso tempo" é que "não era"...
É bem verdade, há muito que se foram as "torres de marfim" as universidades são hoje muito dinâmicas na procura de confronto de ideias, de novos saberes, recebem alunos de todos os cantos do mundo, apoiam empresas e estão em muitos campos avançados de investigação científica. Pena é que só falemos disso quando muitos dos alunos se afirmam fora de portas.
As portas hoje são outras, cara Suzana. E para as antigas portas não precisavamos destes alunos para nada.
Precisávamos sim, caro João Pires da Cruz, só que não os tínhamos.
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