Escreve o Governo no Orçamento para 2015 que a CES-Contribuição Extraordinária de Solidariedade, passa para metade em 2016 e termina em 2017.
O Governo promete o que nunca vai cumprir, pois que em 2016 já não estará em funções. Prometer o que previamente se sabe não ir cumprir, mais do que demagogia primária, é mentira rasteira,
Há limite para tudo. Ou devia haver.
Nota: A CES nasceu como contribuição extraordinária, enquanto não baixava a despesa pública. Claro que, enquanto o Governo conseguir extorquir receita a quem não tem meios de defesa, nunca a despesa baixará. E quanto à transitoriedade, os outros que acabem com ela.
19 comentários:
V.Exª deve rever a conferência de imprensa da Ministra. Pessoa que eu acho, trabalha mais do que ninguém. Minha espôsa dizia; esta mulher com marido e 3 filhos não devia estar em casa a esta hora!Ouviu mal o orçamento- 21h.
Adivinhar não são certezas.Oxalá tudo corra bem e a bem de todos.
Cumps.
Subscrevo integralmente.
Enquanto o pais depender de empréstimos e de fundos externos, não haverá governo que prescinda da cobrança de impostos e contribuições. E nunca haverá a vontade nem serão tomadas as decisões políticas suficientemente sérias, capazes de alterar esta tendência.
O governo não reestrutura os seus serviços, não leva a cabo as reformas profundas que se impõem.
Apesar de as receitas fiscais aumentarem por via de uma fiscalização mais eficaz, mantêm-se as despesas com o funcionamento dos serviços do estado, os buracos financeiros são constantes, a economia não cresce, o investimento privado é nulo, não se criam indústrias, não se cria emprego, cada dia há mais gente a requerer subsídios ao estado...
Em suma... no nosso país, ninguém tem meios de se defender de um governo que se encontra atado a uma dívida externa, a uma despesa incontrolável e a um estado social cada dia mais exigente.
Meu caro Bartolomeu, o "enquanto" que utiliza no seu comentário é expressão de um desejo que se compreende e facilmente se partilha. Porém, não é de desejos que é feita a realidade. E a realidade, impiedosa, é que durante muito tempo o País vai depender de empréstimos e de fundos externos. O nosso positivo voto deverá ser, por isso, que nunca nos falte quem se disponha a emprestar.
Só há uma forma de não viver dependente de outrem, meu caro Bartolomeu. É não gastar mais do que se tem ou do que realisticamente se pode vir a ter num futuro à vista. No caso dos Estados, só com contas equilibradas se consegue. E como temos de pagar a brutalidade das responsabilidades que se acumularam e diminuir a pressão sobre a criação de riqueza que impõem, tambem esperar que um ciclo de crescimento e a inteligência de quem então governe, permita superavites e, por via deles, alguma amortização do que devemos. Ainda que, como creio que todos esperam, mesmo aqueles que o não expressam, um destes dias se consiga renegociar os termos de (alguma) dívida com (alguns dos) credores.
Do início do seu comentário, caro Dr. José Mário, infiro que me pressupõe defensor ou apoiante da "estratégia" que o Dr. António Costa parece anunciar para que, sendo governo, se resolva o problema da dívida portuguesa "a Europa que pague". Se assim é, engana-se. Sou dos que acham que a dívida portuguesa deve ser honrada e que para isso, são necessárias reformas profundas. Agora, é obvio que se este ou outro governo qualquer não adotar medidas sérias e que visem acima de qualquer outros, os interesses do país, nunca sairemos deste ciclo de dívida crescente e desta espiral recessiva (como foi dito pelo PR)na economia e na vida dos portugueses. O estado gasta acima das suas possibilidades, o que obriga a contrair mais empréstimo e como gasta sem resultados de retorno, a necessidade de dinheiro é sempre grande e a somar ao cumulo.
Renegociar a dívida - tendo presente que não possuo conhecimentos que me permitam afirmar nada - não me parece a solução para o equilíbrio das nossas contas. Gerir o orçamento do país, do meu ponto de vista e a uma dimensão totalmente diferente, é como gerir o orçamento familiar; as despesas não podem de forma alguma ultrapassar as receitas, a menos que, o gasto seja um investimento com retorno.
Não infiro nada do que supôs, Bartolomeu. O meu comentário vinha na sequência das suas considerações e não visava contrariá-las, pelo contrário. O que quis dizer é que o "enquanto" pressupõe uma transitoriedade que infelizmente não ocorre, mas que é natural que se deseje. E por isso bom será que haja quem esteja disposto a financiar o nosso déficite, tendo nós de fazer a parte que nos cabe, isto é, reduzir ou anular o que é improdutivo e aproveitar os momentos do ciclo para aliviar a pressão.
O Costa é outra estória...
Dando de barato que "e a realidade, impiedosa, é que durante muito tempo o País vai depender de empréstimos e de fundos externos", então que haja equidade nos sacrifícios.
A criação de mais 10.000 milionários no último ano é um escândalo e a demonstração clara da falta de equidade dos sacrifícios.
O crescimento de 10 mil milionários neste ano é muito bom. Melhor ainda é manter esta taxa de crescimento. Significaria que em menos de um século metade da população portuguesa se tornaria milionária!
Significaria também que em menos de um século, a outra metade da população portuguesa seria escrava da metade milionária. Ser milionário, é um desiderato universal neste país, mas impossível de passar da utopia. E se a equidade (como o Carlos Sério refere) fosse o diapasão usado por este governo para "afinar" os sacrifícios que impõe aos cidadãos, então, teríamos um país rico em valores sociais, o que já poderia ser considerado meio caminho para encontrar soluções concretas para os problemas que fazem definhar a nação.
Mas em 200 anos, Bartolomeu, deixava de haver servidão. Os portugueses serão então todos milionários e darão mais este novo mundo ao mundo...
Mas em 200 anos, Bartolomeu, deixará de haver servidão. Talvez em menos tempo por efeito da demografia (salvo se as medidas de incentivo à natalidade gerarem uma explosão e tenhamos de alargar fronteiras). Os portugueses serão então todos milionários e darão mais este novo mundo ao mundo...
Agora mais a sério: os meus Amigos ainda não perceberam como são feitos e para que são feitos estes títulos dos jornais (a estória dos 10.000 novos milionários era o título de um deles).
Estes títulos, caro Dr. José Mário, têm um propósito e um objetivo que nunca são ou serão atingidos. Mas essa também não é a questão. A questão é a desigualdade que o governo alimenta também pela via do critério que decide as taxas dos impostos sociais.
Caro Bartolomeu:
Taxar a 40% a CES para além de sete mil e tal euros e simultaneamente aplicar uma taxa de IRS de 40% mais adicional e sobretaxa é, pelos vistos, na opinião do meu amigo, alimentar a desigualdade.
Tudo certo, então.
"O crescimento de 10 mil milionários neste ano é muito bom"
O mesmo é dizer, porque a riqueza não cai do céu, que é muito bom o aumento da pobreza verificada no último ano.
Da riquesa produzida, do bolo total, se uns comem mais e maiores fatias alguns forçosamente terão de comer menos ou ficar sem fatia nenhuma.
Para os novos ricos seguramente que o aumento de pobreza é a boa notícia que já esperavam.
"Para os novos ricos seguramente que o aumento de pobreza é a boa notícia que já esperavam".
Oh, Carlos Sério, grande retórica, conteúdo nulo.
Não haverá um só justo entre esses "novos ricos"?
Viva Pinho Cardão,
como deve ter reparada a lógica do discurso é do JMFA. Quando se diz que"O crescimento de 10 mil milionários neste ano é muito bom", bem a conclusão só pode ser a que anunciei. Devolva portanto a retórica ao seu colega de Blog.
Nota - a justeza não é a avaliação pessoal de qualquer dos novos ricos, não faz qualquer sentido colocar a discussão nesses termos.
Caro Dr. Pinho Cardão, um de nós dois demonstra ter dificuldade em entender aquilo que o governo deliberou relativamente à taxa da CES.
O Senhor dá a entender no seu comentário que a taxa de 40% incide sobre sete mil e tal euros.
Eu entendo que essa taxa incide sobre o excedente de sete mil, cento e vinte e seis euros e setenta e quatro cêntimos. Ou seja: 40% sobre o montante que ultrapasse 17 vezes o valor do IAS (Indexante de Apoio Social - 419,22€).
Assim, será que podemos concluir que está tudo certo?
Caro Carlos Sério:
Isso é que não devolvo. A frase que comentei é a do meu amigo. O seu a seu dono!..
Caro Bartolomeu:
O meu amigo anda a ler mal...Acontece.
Escrevi e transcrevo: "taxar a 40% a CES para além de sete mil e tal euros e simultaneamente aplicar uma taxa de IRS de 40%...". Escrevi "para além de 7.000 e tal euros", portanto não dei a entender nada daquilo que o meu amigo refere.
Ora o multimilionário empregado por conta de outrem que descontou para a Segurança Social de acordo com o que ganhava é agora tributado para além de 7.126,64 cêntimos com uma taxa marginal de 80%. Haverá depois, no ano seguinte, lugar a alguns acertos, já que a CES é descontada ao bruto para efeito da incidência da taxa de IRS.
Com a agravante de quem descontou para fundos de pensões privados, que nada têm a ver com a segurança social, também agora apanham por tabela e com a mesma tabela.
No entanto, o meu amigo acha que o Estado levar cerca de 80% em taxa marginal discrimina positivamente os mais ricos, beneficiando-os....
Repare que em França o socialista Hollande quis impor uma taxa marginal de 75% para rendimentos superiores a 1 milhão de euros, isto é, 83,3 mil euros por mês. Em Portugal, o neoliberal Coelho impõe 80% a quem ganha mais de 10 vezes menos.
Elucidado?
Caro Dr. Pinho Cardão; "para além" tem um significado diferente de "exceder". Diferenças semânticas que podem induzir os menos atentos a construir opiniões muito afastadas da realidade.
Mas, quem sou eu - um simples analfabeto - para vir aqui falar de termos certos ou incertos. A minha antiga quarta classe foi feita à noite, alumiado por uma candeia apagada, sentado num banco sem pernas, soletrando um jornal sem letras...
Enviar um comentário