- Um grupo de ilustres personalidades (Notáveis), resolveu lançar um pungente apelo público, pretendendo que os decisores políticos envolvam o Estado na corrida à compra da PT, ao que parece movidos pelo receio de que esta “estratégica” empresa deixe de ser dominada por nacionais (BES ?) e passe a ser dominada por investidores estrangeiros (apesar de não serem chineses, desta vez)...
- Não vou questionar os fundamentos invocados por este grupo de Notáveis, no qual curiosamente se incluem alguns dos subscritores do famoso Manifesto pró-reestruturação da dívida - tema que entretanto caiu no esquecimento depois de o Dr. A. Costa ter decidido a sua recolha ao “freezer”, por tempo indeterminado…sem que, com a honrosa excepção do Prof. Louçã, tenha havido qualquer gesto de protesto por parte dos Manifestantes…
- Não questiono os fundamentos invocados pelos Notáveis, mas questiono que queiram utilizar com tal finalidade os fundos que sou forçado a entregar ao Estado como contribuinte cumpridor, sendo certo que antes dessa aplicação há necessidades muito mais urgentes a satisfazer com estes recursos…
- E questiono essa utilização, pela razão apontada no número anterior e também porque estou saturado de ver dinheiros públicos aplicados de forma muito discutível, nomeadamente em sucessivos resgates financeiros de empresas públicas – como em 2015 vai novamente acontecer, com destaque para a área dos transportes e da saúde - e ainda porque me julgo capaz de antecipar o filme do que seria esta PT nas mãos do Estado...
- Se o respeitável grupo de Notáveis tem de facto uma genuína intenção de proteger a PT, então que contactem os investidores que se mostram disponíveis para a adquirir, oferecendo-lhes os seus préstimos para gerir a empresa, assegurando assim que o poder de decisão da mesma continua em mãos nacionais…
- Não deixo de notar que a PT foi ao longo dos anos sucessivamente usada e abusada por decisores políticos, para fins bem pouco recomendáveis , e foi também estranhamente abusada por um grupo financeiro, precipitando a sua deriva actual, sem que esses atropelos tivessem merecido a menor palavra de protesto por parte dos Notáveis que agora tão veementemente apelam à sua protecção…
- Mas, como disse, que arranjem outras formas de tomar o controlo da empresa, isso nada me apoquentará. Com o meu dinheiro é que NÃO. Chega…
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terça-feira, 4 de novembro de 2014
"Resgatar" a PT? Com o meu dinheiro, NÃO...
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18 comentários:
O envolvimento de algumas pessoas neste delírio é de estarrecer por revelarem ignorância do tema; a PT tinha grossos proveitos quando espoliava empresas e cidadão por mor do exclusivo do fixo!, hoje, e falo com conhecimento de causa efectivo, os custos de comunicação nas empresas baixaram para cerca de metade e constituem uma das mais poderosas alavancas do desenvolvimento empresarial e económico. A política seguida no sector foi exemplar e mostra o caminho a seguir!, bem sabemos que muitos chorarão, mas o bem geral é superior.
Sinceramente não percebo tudo o que está a gerar-se em torno da PT. É uma empresa privada com accionistas privados e ninguém tem nada a ver com o que por lá se passa.
Lendo a imprensa Portuguesa sobre o tema fica a ideia que de hoje para amanhã Portugal vai ficar sem telefones, telemoveis e, sabe-se lá, talvez até sem sinais de fumo e pombos correio.
Não posso estar mais de acordo, meu caro Dr. Tavares Moreira.
Caro Tavares Moreira,
Venha de lá esse abraço...
Embora, confesse lá, se fosse uma instituição financeira a «mostrar dificuldades», o meu amigo seria o primeiro a defender uma «recapitalização« à custa do contribuinte, para evitar «riscos sistémicos»...
N'est-ce pas?
Querem iniciar tudo outra vez
Se a PT estivesse para falir e deixar o país sem TDT e rede fixa de telefones, o Diogo teria razão e faria sentido o estado meter o bedelho.
Não está, mesmo que estivesse há duas outras empresas capazes de nos fornecer todos esses serviços, e estão uns franceses dispostos a pagar 7000M€ para manterem a PT a funcionar.
Porque motivo há-de o estado, outra vez, boicotar o negócio na secretaria? É estratégico a PT ser da Oi?
Caro Tavares Moreira
Em 11 anos, a PT distribuiu cerca de € 8 bi de dividendos.
Pagou, aos administradores de turno, no mesmo período, algo em torno dos € 300 milhões em salários.
Hoje, a empresa, valor de bolsa vale 10% do que valia há 11 anos atrás.
Como escola de gestão de de boas práticas e exemplo de centro de decisão nacional (acho que não me esqueci de nada), os dados são esclarecedores.
Por isso acompanho-o no post e acrescento que não compreendo como se pode pedir(?)/exigir (?) que nós (aqueles que pagam impostos) tenhamos de pagar. Um privado com alguma informação não investe muito provavelmente não investiria na empresa, porque será que o contribuinte tem de pagar.
Cumprimentos
joão
Concordo em absoluto.
E pedindo antecipadamente desculpa por este meu comentário e sabendo como sabemos como é a natureza humana, gostaria de saber se destes notáveis, quantos têm familiares a trabalhar na PT.
Só por coisas.....
Caros António Barreto e Zuricher,
Agradeço vossos úteis contributos para o debate deste tema.
A hipótese de perda dos pombos-correio, suscitada pelo Zuricher, confesso que não me tinha ocorrido...mas devo admitir que, não declarado expressamente, seja esse, em últimas análise, o real motivo da tomada de posição dos Notáveis...será?
Caro Luís Moreira,
Que iniciem tudo de novo, desde que não seja com o meu dinheiro mas com o deles ou de quem neles confiar...
Caros Nuno Cruces e João Jardine,
Registo também vossos oportunos contributos para este debate, ajudando a desmontar a peripécia subjacente a esta tomada de posição do grupo de Notáveis...
Caros Ferreira de Almeida e Lamas,
Apraz-me registar o vosso apoio à tomada de posição tão singelamente expressa neste Post.
José Gomes Ferreira, é um jornalista que gosto de ler e ouvir as análises e opiniões sobre politica e economia. No seu livro mais recente "Carta a um bom português" ha um capítulo cujo título é, "Um governo sem força para combater lóbis".
Começa assim:«A esta altura, estarás a perguntar: Mas os políticos não estarão conscientes de todos estes constrangimentos? Estarão todos enganados? Ou sabem e não podem falar? Ou estarão todos a enganar-nos?
Há de tudo um pouco. Alguns não sabem seqquer formular o problema, são inconscientes e ignorantes.
Outros sentem que algo de grave se passa na máquina do Estado, mas as máquinas dos seus partidos não os deixam mudar nada, nem sequer os deixam fazer muitas perguntas. Outros enganam deliberadamente porque benificiam com o sistema.
etc, etc, etc.
Caro Dr. Tavares Moreira; todas estas análises e considerações são do conhecimento de todos nós. Todos sabemos menos do que na realidade se passa dentro e fora das sedes de decisão do nossos país.
Então, somos forçados a concluir que, neste cenário, esta fastidiosa, esta incidiosa, esta nefasta realidade política em que vivemos, ultrapassa já, largamente, em sofrimento, em dor e raiva impotente, em desespero e desesperança num futuro diferente, o "Inferno", concebido na "Divina Comédia" por Dante Alighieri. Receio ainda que iremos manter-nos eternamente neste estágio e que nunca atingiremos o Purgatório. O Paraíso acha-se completamente fora de hipotese.
Caro Bartolomeu,
Tenho percebido, em função do tom dos seus últimos comentários, que o meu ilustre Amigo se encontra num estádio de insatisfação muito avançado em relação à generalidade dos assuntos que marcam a actualidade político/económica.
Respeitando em absoluto os seus sentimentos de preocupação pelo semelhante, que em boa parte partilho, tenho a sensação de que nos está a faltar um bom repasto em comum, num dos locais nossos preferidos e já experimentados, para, aberta e sinceramente, podermos trocar ideias sobre estes temas, exprimindo sem reservas ou cerimónias as nossas diferenças e procurando, no contexto da amena cavaqueira, algumas pontes de entendimento.
Confesso que me sinto um pouco embaraçado para avançar com uma proposta concreta, depois dos insucessos anteriores, mas acho que teremos de tentar novamente.
Em relação ao tema quente do enfrentamento dos lobbies, suscitado pelo muito bem intencionado Gomes Ferreira, convidava-o entretanto a uma breve reflexão sobre o episódio mais recente do colapso do ex-BES, para melhor entendermos quem são e de que lado estão os ditos lobbies...assunto para a tal degustação em comum, que espero seja possível desta vez...
Gostaria, mas com toda a sinceridade lhe digo, estimado Amigo, Dr. Tavares Moreira, que não consigo encontrar motivos capazes de fazer alterar este meu estado de espírito profundamente insatisfeito. As minhas preocupações e inquietações, não se resumem aos meus semelhantes nem à política e à economia nacionais, vão mais além, estendem-se ao mundo, começando pela Europa de que fazemos parte integrante; Europa que asfixia e nos asfixia. Quanto ao caso do ex-BES (não consigo perceber muito bem, quão "ex" é o ainda BES) - a meu ver, o paradigma daquilo que pode ser considerado um lóbi em toda a sua máxima expressão - penso que o meu estimado Amigo estará a referir-se somente ao período pós-BES e às perdas sofridas pelos acionistas do banco. No entanto, penso que é justo pedir-lhe que olhe também para o periodo em que o BES subsidiava campanhas políticas, garantia lugares de topo para políticos e lucros exorbitantes em transações que provávelmente, se algum dia os altos responsáveis do banco chegarem à barra do tribunal, se irão provar criminosas.
Quanto ao almoço que o estimado Amigo promove e porque, como bem sabe, nada me dá maior gosto que usufruir da sua e das restantes habituais companhias comensais-o-tertulianas - apesar dos motivos que anteriormente evoquei manterem o latejo - não seria educado da minha parte, nem a amizade que nos identifica, merecem que os mantenha. Estou então disponível para novo encontro à mesa e em ambiente de franca amizade.
Caro Bartolomeu,
Para lhe transmitir um testemunho sereno e informado sobre a tragédia do BES e o quanto a mesma se identifica com o inexorável processo de decadência nacional que já algumas vezes abordei, teremos de recuar pelo menos até 2002, nomeadamente envolvendo episódios de que fui pouco auspicioso protagonista.
Espero ter oportunidade de lhe relatar uma parte dessa história - toda, não é possível pois levaria horas e mais horas - no nosso próximo ágape, cuja realização deverá preceder a celebração da quadra de Natal, forçosamente.
Conjunturas diametralmente opostas, quanto ao caso a que se refere, caro Amigo, Dr. Tavares Moreira. Não conheço pormenores do caso em que se viu lamentávelmente envolvido, mas uma parte dos protagonistas era outra. Claro que concordo com a realização do encontro gastronómico antes da quadra natalícia... não nos resta muito tempo.
Ui, esta história eu quero ouvir.
Curiosity killed the cat...
Caro Bartolomeu,
This time around the "cat" will be alive and well...don't worry.
Never know, my friend, if the mouse is such bigger that he can eat the cat...
;) ;) ;)
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