Recuperei o título de Daniel Sampaio depois de ler a entrevista do Presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais ao Público. Deixo-vos alguns mimos só para abrir o apetite:
"A função da escola não é disiciplinar, mas educar de acordo com as necessidades e capacidades de cada aluno"
"A escola ainda não descobriu que o miúdo que passa bem droga pode trabalhar no bar da escola. E isto é que é educação"
"...é possível atingir o que o Governo do PS tinha previsto em 2001: ter manuais gratuitos para todos os níveis de ensino"
"Sim defendemos uma escola a tempo inteiro que não seja um depósito de meninos"
"Uma criança bem ocupada é naturalmente bem educada"
É assim a educação em Portugal.
4 comentários:
De facto abriu-me o apetite. Muito lhe agradecia porém, que esclarecesse onde estão as duas primeiras frases que cita, porquanto as não encontro no texto que refere.
Cumprimentos
Agradeço a sua ajuda.
Afinal bastou entrar em “sociedade” ao fundo da página.
Compreendi agora as frases como uma forma de destacar a preocupação de que ninguém seja afastado da escola, em caso algum, reagindo ao diploma que prevê a expulsão ou transferência em determinadas circunstâncias.
Compreendo a sua posição embora não conheça o diploma ( Em 1975 deu 4 valores a três alunos para salvar uma turma), já que sou um daqueles cidadãos que já nem consegue ouvir falar em reforma da educação!
De facto, entendo que se tem mexido em excesso e pensado pouco. Costumo dizer que enquanto não se encarar o ensino como uma grande “malha” de escadarias a ligar os múltiplos patamares de conhecimento exigidos nos mais diversos níveis da sociedade, e se não der como certo que o esforço exigido é mais ou menos constante em todos os degraus, não vale a pena inventar soluções. Arrumada a questão da estrutura do ensino, tudo o resto vem naturalmente, penso eu.
De resto, devo confessar que não acompanhei muito de perto a sua acção governativa. A única imagem que guardo é a de alguma coragem.
Cumprimentos
Nesta entrevista também são feitas outras afirmações. Exemplos:
"...As escolas devem ter mais poderes, com o apoio dos pais e da comunidade. E há serviços da tutela que "têm de ser banidos"..."
"...Muitos dos serviços do Ministério da Educação (ME) têm de ser avaliados para perceber se as suas orientações chegam à sala de aula. Se não chegam, então têm de ser banidos. O ME tem de ter a coragem para caminhar para o modelo sueco: em Estocolmo há 60 pessoas que gerem a educação, nós temos dez mil no ministério."
"...de transferir para as escolas as competências organizacionais, as verbas, a colocação dos professores, para que elas tenham o que precisam e depois sejam avaliadas..."
"...Não podemos continuar a ver crescer as estruturas do ME com membros dos conselhos directivos das escolas que perderam eleições e não querem continuar a dar aulas..."
"...numa direcção regional de Educação, esse serviço tem dez pessoas, a ganharem cerca de dois mil euros mensais, e a decidir se uma escola deve ou não ter psicólogo...Precisamos que a escola peça esse apoio ao ME, que, a nível central, coloca os profissionais de acordo com as necessidades..."
Estas sim parecem-me afirmações de relevo e que apontam caminhos consensuais(?) a percorrer. Claro que são difíceis e o Sr. Professor bem o saberá. Mas não podemos continuar a enredar-nos à volta das discussões sobre as modas que a psicologia e a sociologia nos está continuamente a trazer, para não enfrentar os problemas concretos do modelo de gestão.
Não aproveitemos pequenos "deslizes" em assuntos dos quais ninguém tem certezas, para não abordarmos os verdadeiros problemas. Não é intelectualmente honesto.
Em primeiro lugar, o meu agradecimento pela atenção da resposta.
Em segundo lugar, não posso estar em desacordo consigo na questão referida. Mas essas questões eu já "dou de barato", já não me "apetece" discutir!
O que me preocupa é a "ausência" de um modelo de gestão para uma profissão - professor, altamente qualificada, uma elite, com maior número de pessoas em Portugal (perto de 1/3 dos funcionários públicos, ao que julgo saber). Um modelo em que as pessoas são colocadas (geridas)tendo em conta apenas o que fizeram na universidade (ou a nota que lhe deram)e a idade. Nada do que fizeram na profissão conta!
Um professor é preterido por outro numa colocação porque teve menos uma décima trinta anos antes quando sairam ambos da universidade, independente de ter sido um profissional exemplar, o preterido, e um "baldas", o colocado.
E o Sr. Professor bem sofreu na pele as vicissitudes deste modelo sem sentido no mundo actual.
Isto, quando, por notícias recentes, ao que parece, já estamos atrás da Turquia no que diz respeito às qualificações profissionais na faixa dos 20 aos 40 anos.
Este é que é "O" nosso problema.
Com todo o respeito
Enviar um comentário