A decisão parece estar tomada: Manuela Ferreira Leite não é candidata à liderança do PSD no próximo Congresso de Pombal. Sem o ter enunciado publicamente, confesso que era, para mim, a melhor solução. Já o era quando da saída de Durão Barroso. Assim não o ditaram as circunstâncias e, neste último caso, o compreensível e respeitável balanço que entendeu fazer antes de tomar a decisão.
A busca da chamada “terceira via” reflecte a existência de um vazio que não está a ser preenchido pelas duas actuais candidaturas. Esse vazio corresponde a uma particular maneira de entender a política, os problemas do país e o papel que cabe ao PSD no novo ciclo político prestes a iniciar-se. Sei que para muitos esse vazio corresponde também à perda de uma oportunidade de se manterem à frente dos seus mesquinhos poderes, para outros de sobreviverem política e profissionalmente. Mas esse é o ónus e a sombra de quem quiser dar um pouco de luz às trevas que se instalaram no partido.
Se os actuais candidatos perceberem este vazio, estão muito a tempo de o preencher. Tudo depende da real vontade de reformar o PSD, de contribuir para a reforma do sistema político, de assumir o mais cedo possível o que, dos últimos anos da governação, deve e não deve constituir-se como património político do partido. Enfim, tudo depende da capacidade do futuro líder em romper com o que de pior marcou a governação, ao mesmo tempo que consegue unir o que o actual líder desuniu.
Não é tarefa fácil.
1 comentário:
1.Está na altura de se juntarem as duas faces da moeda boa ( que desde o Congresso de sucessão de Cavaco têm de alguma forma estado separadas).
2. Uma moeda boa só é boa quando tem as duas faces. Mendes o rigor e a qualidade política. Manuela Ferreira Leite o rigor e a qualidade económica.
3. Há uma semana que no Reformista luto por isso.
4. O meu reconhecimento a Manuela. Uma Grande Senhora. Uma Grande Patriota. Uma Grande PSD.
Antonio Alvim
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