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sexta-feira, 29 de junho de 2007

Humor, só certificado!...

Na DREN, a Madame Directora mandou apanhar novos ares ao Dr. Fernando Charrua, que abusivamente vinha conspurcando com ditos jocosos a atmosfera bacteriologicamente pura da sua distinta e liofilizada direcção.
No Centro de Saúde de Vieira do Minho, o Ministério da Saúde mandou apanhar novos ares à Directora, que deixou conspurcar com escritos jocosos a atmosfera bacteriologicamente pura do Centro, com graves problemas para a liofilizada saúde pública minhota.
É que isto de fazer rir é uma coisa muito séria e o sorriso tem que ser de qualidade, perfeitamente incompatível com free-lancers e bichos caretos de pacotilha, com quem a República não pode, de forma alguma, pactuar.
Um humorista da República tem que ser devidamente certificado, assim ao modo dos antigos fornecedores da Casa Real. Um humorista não certificado ofende as autoridades e perverte a juventude.
Não foi já Sócrates condenado à cicuta pelos seus ditos jocosos contra as autoridades atenienses?
Obviamente que o actual Sócrates é generoso e, por comparação, os episódios relatados só revelam a sua magnanimidade.
E para não ter que chegar a extremos, a partir de agora, humor, só certificado!...

14 comentários:

rui f. disse...

Nem tanto ao mar...

Se fosses o Ministro da Saúde, e um qualquer funcionário se lembrasse de te ridicularizar em posters colocados no local de trabalho ou de acesso aos utentes, fazias vista grossa?

E se a moda pegasse até ao ponto de não ser o Ministro mas a República a estar a ser ridicularizada, mantinhas ainda total alheamento?

A mim também me parece que estamos a caminhar para uma sociedade que mais parece um jardim-escola com as criancinhas a querer fazer o que a sua idade lhes consente. E o Mestre despacha à moda antiga, com palmatória.

Eu não recomendo o procedimento mas a indifereça não me parece também a melhor opção.

Pinho Cardão disse...

Caro Rui F.

Segundo li hoje no DN, mas não pus o link, porque a notícia não está na edição digital, a Directora, logo que soube, mandou retirar o cartaz. Em que consistia o cartaz? Consistia num recorte de jornal com a notícia, verdadeira, em que o Ministro dizia que, se estivesse doente, nunca iria a um Centro de Saúde, e no qual o médico juntou um apontamento manuscrito em que convidava os utentes a dirigirem-se às urgências do Hospital de Braga.
Ora a Directora mandou logo retirar o cartaz e chamou e censurou o médico, que logo confessou ter sido o autor. Segundo o DN, a Directora foi demitida por não ter instaurado um processo disciplinar.
Como vês, há escritos jocosos e escritos jocosos e castigos e castigos...

Virus disse...

Caro rui f.

parece-me que o camarada não consegue bem fazer a destrinça entre a sociedade civil livre e uma sociedade militar, entre uma instituição civil e uma instituição militar (se calhar nunca por lá passou?!)...

Numa instituição militar (que serve para combater e defender a Republica) a disciplina e o respeito quase cego pelos superiores hierárquicos faz parte do modo de vida da instituição (e mesmo assim ainda vai havendo lugar para piadas e comentários) e de outra forma não poderia ser, senão num caso de confronto militar real mais de metade das tropas fugia e não queria saber das ordens que lhes eram dadas quando a sua própria sobrevivência (=vida) fosse posta em perigo diáriamente e a todo o momento! E a instituição militar em última análise existe para isso... combater, consquistar o inimigo sem piedade... faz parte da guerra! Mas nesta só entra quem tem "estofo" para o fazer, sabendo de antemão as regras que tem de cumprir!

Já na sociedade civil, ou numa instituição civil (aquela pela que optam a esmagadora maioria das pessoas) esse respeito cego pelos superiores hierárquicos não é razoável, nem aconselhável!
Isso é o mesmo que o meu caro dizer-me que só pode trabalhar para o Estado quem vota no partido que estiver no Governo, isto é, só quem está de acordo com o partido que ganhou as eleições é que pode fazer piadinhas, mandar "bojardas" e ofender os que perderam as eleições, os que não são do partido do Governo nem votaram nele têm de viver silenciosamente no medo até ao fim da legislatura, olhando sempre por cima do ombro e pensando em cada palavra que dizem não vá alguém interpretá-la erradamente e "aviá-lo" com base na falta de lealdade e respeito pelo Governo!
Sim porque eu gostava de saber quantos casos existem de piadinhas à altura do M&M (PSD), etc. e tal, que foram afastados por comentários jocosos desde que este Governo foi eleito! Alguém conhece algum?
E quantos casos existem de pessoas afastadas por fazerem o mesmo ao Governo? Bastantes... bem mais do que estes dois... mas por enquanto nem todos têm (nem nunca chegarão a ter) a exposição mediática destes dois.

E notem que aqui digo Governo e não Estado, porque são coisas diferentes! O Estado é a Republica das Ban... perdão, a República Portuguesa, O Governo são os senhores de um partido que o povo elegeu que devem servir o Estado!

Quanto à sociedade de jardim-escola e o Mestre despachá-las com palmatória seria bom que este Governo não adoptasse demasiado essa postura, porque não estão a tratar de criancinhas, estão a tratar de adultos com familias a seu cargo... e a diferença é que as criancinhas comem e calam... os adultos qualquer dia dão a resposta... se não se restringir ás eleições pode vir a ser muito pouco agradável... e aí entramos num nível completamente diferente e desaconselhável!

Rui Fonseca disse...

Terrível Vírus,

Cumpri o serviço militar, sim senhor,se isso lhe interessa.

E trabalhei durante muitos anos,em todos os níveis de executante a executivo.

Pelo que me diz P.C., houve hiperreacção do Ministro.

Mas nenhum trabalhador de uma empresa se daria ao luxo, impunemente de ridicularizar publicamente o patrão.

E não me digam que o Estado não é uma empresa, e os funcionários públicos são uma casta à parte.

Não são.

Virus disse...

Terrivel...eh...eh... gostei...

voltando à questão do comentário jocoso, em todas as empresas todos os trabalhadores brincam com o patrão e gozam com o patrão! E ele não os despede a todos num abrir e piscar de olhos por duas razões:

1-Principio da proporcionalidade-aplica-se uma sanção proporcional à infracção cometida e foi completamente desproporcional... ainda se lá tivessem posto um poster 1x2 do ministro nú a ter relações sexuais com uma galinha, mas aquilo que foi!!!...

2-A Lei não permite despedir um empregado por fazer uma piadinha sobre o patrão...caía-lhe logo a IGT, os Sindicatos e o Tribunal do Trabalho em cima e ainda acabava o patrão a pedir desculpa ao empregado pelo incómodo que lhe causou (pelo menos no privado é assim)!

Great Houdini disse...

Uma troca de ideias interessante esta, entre o Rui Fonseca e o Vírus, como se costuma dizer é na diversidade, que surge a riqueza.

Concordo com o Rui, há locais para tudo. Não me parece que este sítio deva ser utilizado para afixar cartazes que não sejam de natureza institucional. O boletim de voto, aí está um bom local para a critíca.

Vírus você tem tido sorte com as entidades patronais que lhe saíram na rifa, eu já vi por bem menos pessoas ser despedidas e nem um ar da alegria dos referidos sindicatos, apesar de tal ter sido requerido.

A ideia de proporcionalidade é lógica, tudo tem peso e medida e mais é instucional. Tem de distinguir que fomentar a cultura do respeito é uma coisa, impô-la a todo o custo, é outra.

Rui, não acha estranho, que o autor do cartaz, tenha assumido as culpas e que o "bufo" seja um militante socialista tal como o Sr. que substituiu a Sra.?

Convenhamos que podiam ter posto a piada noutro local, mas entendo às vezes esta gente mete-se tão a jeito ...

Pelo bem da liberdade e da minha saúde mental, faço questão de publicamente insultar por dia 5 membros do governo, 5 da oposição, 2 Juízes, o Pinto da Costa, o Fernando Santos e a contratação do Derlei.

Pinho Cardão disse...

Caro Great Houdini:
Tudo bem...mas o Pinto da Costa?!!!!
Por que bulas, senhor?

Anónimo disse...

Humor só certificado, e por entidade oficial, Pinho Cardão!

Virus disse...

Já agora e para rematar:

-o Correia de Campos exonorou uma directora de um SAP por falta do dever de lealdade para com o superior hierárquico (ele mesmo) uma vez que a sra. não puniu severamente (quiçá com a pena de morte) a situação ocorrida;

- O Correia de Campos dias antes quando questionado sobre o que fazer com um saco de medicamentos para doentes oncológicos, no valor de 1.700 EUR, deixado numa farmácia (quiçá algum doente que morreu à espera de tratamento atempado) respondeu "DÊEM-NO AOS POBRES!". Segundo o próprio ministro nada mais foi que um "COMENTÁRIO JOCOSO!" e não maldoso;

FACTO: O dever de lealdade de um Director de um Serviço Público é para com o Governo (e não com o Estado, pelos vistos)!

PERGUNTA: O DEVER DE LEALDADE DO MINISTRO É PARA COM QUEM?

A) Ninguém. É Ministro logo não responde a mais ninguém!

B) Apenas e tão só para com o Primeiro Ministro!

C) Para com o Povo que jurou proteger e defender quando aceitou o cargo de Ministro!

Digam de vossa justiça... estou curiosos em ver os resultados!

Virus disse...

Já agora confirmem-me lá uma coisa...

Vieira do Minho não é local onde está aquele Sr. (que é do PSD) que "marrou" aqui à uns tempos com a Sra. da DREN?

Raimundo_Lulio disse...

Caro Sr Rui Fonseca,

Sou funcionário público e o Sr. Primeiro Ministro José Sócrates Pinto de Sousa não é meu patrão, mas meu superior hierárquico. Somos os dois servidores da res publica, os nossos patrões são os contribuintes portugueses que, alíás, parecem estar já fartos da má gestão deste governo.
Entendo a sua confusão, o Sr.José Sócrates é patrão do Partido Socialista e como tal, ao que parece, seu patrão. Não deve confundir o estado com o partido.

rui f. disse...

Não caro Raimundo, nem José Sócrates é meu patrão, nem o Partido Socialista é o meu clube. Nunca fui funcionário público nem nunca pertenci a qualquer partido ou a qualquer clube de futebol.

Mas uma coisa tenho por certa: aos funcionários públicos não assiste nenhum direito especial nas suas relações com outros e, nomedamente, com os seus superiores hierárquicos.

Vivemos em democracia, temos o direito de contestar as decisões do Governo, mas não devem os funcionários públicos comportar-se no seu local de trabalho de forma menos respeitosa que cada trabalhador no sector privado guarda em circunstâncias idênticas.

Salvo melhor opinião.

rui f. disse...

Não caro Raimundo, nem José Sócrates é meu patrão, nem o Partido Socialista é o meu clube. Nunca fui funcionário público nem nunca pertenci a qualquer partido ou a qualquer clube de futebol.

Mas uma coisa tenho por certa: aos funcionários públicos não assiste nenhum direito especial nas suas relações com outros e, nomedamente, com os seus superiores hierárquicos.

Vivemos em democracia, temos o direito de contestar as decisões do Governo, mas não devem os funcionários públicos comportar-se no seu local de trabalho de forma menos respeitosa que cada trabalhador no sector privado guarda em circunstâncias idênticas.

Salvo melhor opinião.

Virus disse...

Curioso... perderam o pio!