Foi hoje divulgado o estudo “Violência e armas ligeiras, um retrato português” realizado pelo Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra que vem mostrar que existem em Portugal 2,6 milhões de armas de fogo - sem contar com as que pertencem a forças de segurança e militares - das quais 1,2 milhões são ilegais. Resulta uma média de uma arma por cada quatro habitantes, mais do dobro que na média dos países desenvolvidos. Se retirarmos as crianças e as pessoas idosas chegamos a números ainda mais impressionantes.
São números que nos deveriam fazer reflectir sobre o que justifica este estado de coisas e conduzir a uma actuação séria que contrarie esta perigosa dimensão.
O estudo vem também revelar que nos últimos cinco anos triplicou o número de crimes cometidos com recurso a armas de fogo. No ano passado, houve um total de 7.060 casos com este grau de violência - a uma média de quase um crime por cada hora - enquanto em 2004 esse número foi de 2. 546.
Não conhecendo o estudo, não sabendo se o mesmo conclui sobre os factores que explicam estes sinais de “violência”, acho que não é demais concluir-se que o País está doente e que as pessoas estão inseguras. Será legítimo questionar se este fenómeno não terá que ver com a percepção que as pessoas têm de não eficácia de actuação das autoridades policiais.
Já tenho mais dificuldade em estabelecer uma correlação directa entre este surto de armas de fogo e o número de crimes com recurso às mesmas. É claro que alguém com intenções criminosas na posse de uma arma de fogo poderá mais facilmente passar da intenção à prática.
São números que nos deveriam fazer reflectir sobre o que justifica este estado de coisas e conduzir a uma actuação séria que contrarie esta perigosa dimensão.
O estudo vem também revelar que nos últimos cinco anos triplicou o número de crimes cometidos com recurso a armas de fogo. No ano passado, houve um total de 7.060 casos com este grau de violência - a uma média de quase um crime por cada hora - enquanto em 2004 esse número foi de 2. 546.
Não conhecendo o estudo, não sabendo se o mesmo conclui sobre os factores que explicam estes sinais de “violência”, acho que não é demais concluir-se que o País está doente e que as pessoas estão inseguras. Será legítimo questionar se este fenómeno não terá que ver com a percepção que as pessoas têm de não eficácia de actuação das autoridades policiais.
Já tenho mais dificuldade em estabelecer uma correlação directa entre este surto de armas de fogo e o número de crimes com recurso às mesmas. É claro que alguém com intenções criminosas na posse de uma arma de fogo poderá mais facilmente passar da intenção à prática.
Fico perplexa com tantas armas de fogo legais. São 1,4 milhões. Será que temos assim tantos caçadores? Uma questão que me coloco é porque é que não há um combate efectivo à actividade de transacção ilegal de armas de fogo? O que é que de errado está a ser feito que permite este estado de coisas? Será assim tão difícil?
3 comentários:
Tem conhecimento de no nosso país ter existido já, algum combate efectivo a qualquer actividade ilícita, Drª. Margarida Aguiar?
Eu não!
Aquilo que de mais próximo existe em matéria de combate a actividades com resultados para os que combatem, tem sido às actividade lícitas, que "falham" em pequenos pontos, relativamente àquilo que lhes é imposto por lei.
Caro Bartolomeu
Tenho dificuldade em encontrar um caso.
É verdade que normalmente vai-se atrás de quem comete "pequenas" falhas dentro da legalidade. A área da fiscalidade é um bom exemplo. Mas há mais...
Mas a questão mantém-se: porque é que as coisas são assim?
Dois motivos que me parecem muito fortes podem ser, a nossa cobardia e o outro, como refere no seu post mais acima o Sr. Professor Massano Cardoso, o "canibalismo cultural". Eu, poría as duas dentro do mesmo saco, que, de tão velho, quanto a nossa existência como povo... já se encontra roto.
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