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segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Exportações . casa assaltada, trancas à porta...

1.Exportar, exportar, exportar - é agora o lema da “política económica”...as agências de comunicação lembraram-se provavelmente da ideia e estamos mergulhados em mais uma série de sessões de propaganda, tendo agora por lema as exportações – o novo “shangri la” da economia portuguesa.
2.Ao cabo de SEIS ANOS em que se foram acumulando medidas de política em tudo opostas à criação de condições favoráveis aos sectores que mais podem contribuir para as exportações portuguesas, eis que, numa cambalhota mais própria dos acrobatas de circo,se lembraram das exportações e os sinos tocam a rebate para exportarmos mais e mais!
3.Com efeito, assistimos nestes últimos SEIS ANOS, como aqui no 4R tem sido sistematicamente denunciado (por Pinho Cardão, entre outros) a um desmedido crescimento da despesa pública, financiada por um aumento SUICIDA da dívida ao exterior e por um igualmente SUICIDA agravamento fiscal, para os particulares e para as empresas.
4.Essa política conduziu ao agravamento sucessivo das condições de competitividade - competitividade que agora sofre mais um sério contratempo com o súbito e muito sério encarecimento do factor capital, penalizando brutalmente as empresas que estão expostas à concorrência – e as que exportam, em especial.
5.Este encarecimento súbito e brutal do factor capital – que devemos “agradecer” aos desvarios de política que, não sendo exclusivos deste últimos SEIS ANOS, tiveram neste período uma “época de ouro” - quando era absolutamente proibido repeti-los - vai ter repercussões profundas não apenas ao nível da actividade corrente das empresas (e do emprego), mas também ao nível do investimento.
6.Não se pode omitir que o agravamento do custo do factor capital (o conhecido WACC) reduz consideravelmente a rendibilidade esperada dos investimentos, aumentando o respectivo risco...num ano apenas, o WACC deve ter sido agravado em qq coisa como 2 pontos percentuais ou mais, constituindo um rude golpe para quem pretenda investir...
7.Penalizando-se o investimento desta forma estamos a incentivar as exportações? Só quem não tiver a menor noção desta problemática pode dar crédito a estas renovadas fantasias...
8.E é curiosamente neste quadro que a propaganda oficial resolve erigir as exportações em próximo alvo da política económica, a prioridade das prioridades...e lançando objectivos LÍRICOS como o de fixar uma meta de 40% do PIB para as exportações no ano X...
9.Como se usa dizer, “casa assaltada, trancas à porta”...e é mesmo o mínimo que se pode dizer neste caso...

12 comentários:

Anónimo disse...

Li a entrevista do Ministro da Economia. Distraído, não sabia que tinha assumido funções um novo ministro, Vieira da Silva de seu nome, que descobriu agora que o desequilíbrio da balança se corrige exportando. E que existem escolhos administrativos e outros para serem removidos, e que com ele e com a nova política que transporta isso será empenhada e definitivamente resolvido. Claro está que, sendo novo o governante, não poderia responsabilizar-se pelo que os outros, antes de si, fizeram para destruir as poucas vantagens competitivas da economia nacional. Na entrevista dada pelo recém-chegado ministro pareceu-me que Vieira da Silva percebe que só exporta quem produz. Mas não explicou como vai resolver o problema da falta de produção de bens transaccionáveis, designadamente por ausência de quem arrisque investir para dar ao Estado.
Mas há que compreender: tendo aportado agora a estas coisas da governação, é natural que ainda não domine os "dossiers"...

Caboclo disse...

" 2.Ao cabo de SEIS ANOS em que se foram acumulando medidas de política .... "

Caro Tavares ..sinto muito mas não são 6 anos ..são quase 40 ...37 para ser mais preciso.
37 anos de politica suciacida .
Suciacida é a junção de socialismo com suicidio ..
Passamos de donos de um império a pedintes ..

Eis os frutos das arvores plantadas por mario soares e esbirros ..
são podres !!
E agora ? para ter novos frutos sãos será necessário plantar novas arvores que demorarão outros 40 anos para mostrar isso mesmo..

Caboclo disse...

Não é justo omitir que houve uns 10 anos em que as coisas estiveram melhor..no tempo efêmero de Sá Carneiro e no de Cavaco ..mas fora esse hiato de suciacida moderada ..foi sempre a abrir !!para o fundo claro !!

Muito divertido ..agora querem exportar por decreto hahahahahahahah ahahahahahaha

Caboclo disse...

Dei uma googlada com o nome JM Brandão de Brito e vi demasiada proximidade com Fernando Rosas ..uma besta quadrada.
Nessa olhada fui remetido a um post do Britinho de agosto http://quartarepublica.blogspot.com/2010/08/deutschland-uber-alles.html
em que ele fala que a Alemanha está melhor que os EUA..só pode ser de rir ..
Em termos de riqueza global a Alemanha é o estado mais rico europeu com excepção do luxemburgo mas esse é do tamanho de um grão de mostarda..Mas apesar da Alemanha ser o mais rico europeu fica abaixo do estado mais pobre dos EUA o Louisiana.

Ó lá Britinho se não são as más companhias como essa do Fernandinho rosas que te andam a treinar como lançador de fumaça ao serviço do governo ? Tou de olho em ti !

Caboclo disse...

http://www.tvi24.iol.pt/politica/ana-benanvente-ps-socrates/1231345-4072.html
E esta burra ? como uma burra destas chega a ministra ? demorou seis anos para perceber o obvio !!!
Seis anos senhores !! seis anos para entender uma coisa básica !!
Se demora tanto tempo para perceber algo tão evidente ..quanto tempo demorará para equacionar algo complexo ?
Como pôde uma burra destas chegar a ministra ?
Só mesmo de um governo ultra hiper mega banana como o do guterres ..
Meu Deus ..

Anónimo disse...

Meu caro Caboclo, todos os comentadores e simples leitores são bem vindos ao 4R. Pede-se-lhes, todavia, alguma moderação nos comentários. Peço-lho pessoalmente porque pode bem exprimir as suas ideias sem necessitar de recorrer a expressões que só desvalorizam o que quer transmitir.
Quanto ao JM Brandão de Brito que "gloogou", é mesm o caso de haver "mais Marias na Terra". Mas ainda que fosse o JM Brandão de Brito a que se refere, não se justificaria o desprimor do seu comentário.
Como frequentador que é do 4R, estou certo que aprecia o tom e o modo como neste espaço gostamos de nos exprimir. E sei também que compreenderá o que lhe peço.

Adriano Volframista disse...

Caro Tavares Moreira
Sugiro quem possa assistir a uma palestra do Prof Félix Ribeiro.
Entre os vários pontos interessantes que aborda, um é relevante para ajudar a comentar este post: o peso/contribuição do sector externo de Portugal para o PIB é semelhante ao da França ou de Itália. Os países com o mesmo tamanho que o nosso: Holanda e Irlanda,por exemplo o peso é superior a 60%.
Posso estar errado mas, exportações sem importações é como querer que um candeeiro eléctrico ilumine sem estar ligado à tomada. Por outras palavras o importante é a balança externa: isto é, tudo o que vendemos e o que compramos. Ora, o saldo, em 2010, 2009,2008,2007 e anteriores é deficitário.
Mas, apenas para "evitar" ser considerado pessimista vamos a alguns números
No caso da exportação bens ainda não atingimos no ano de 2010 os valores de 2007; estmos "curtos" de +/- 6/7 Mil Milhões.
A U.E continua a ser o maior mercado, com mais de 75% do total das exportações. Os tão proclamados "novos" mercados, não representam mais do que 20/25% mas, se retirarmos Angola e os EUA/CAanadá, não passam de 6/7%. As nossas principais empresas exportadoras têm uma fortissíma componente importada; AUTOEUROPA, GALP, SIEMENS representam quase 20% do total das nossas exportações. Como não cultivamos motores de automóvel, não extraímos petróleo e não pescamos semi condutores e outro matrial eléctrico, um aumento das vendas daquelas empresas, corresponde a um aumento das importações.
Há que exportar, claro que sim, mas então criem-se as condições para as empresas exportadoras possam competir com as suas rivais internacionais com as mesmas armas e não que estas emrpesas tenham de concorrer com as nacionais que não exportam.
Há que diversificar, claro, mas antes de tudo produtos e serviços mais do que mercados; com o crédito estrangulado muito dificilmente poderemos competir com outras empresas europeias ou poderemos evitar que as nossas vendas ao exterior seja semelhantes à estrutura de vendas das Honduras.
Por isso, o seu comentário é pertinente e devia ser encarado como um alerta sério e construtivo
Cumprimentos
joão

Tavares Moreira disse...

Caro Ferreira de Almeida,

Faço minhas as suas palavras tanto do seu primeiro como do último comentário.
Quanto ao Ministro em causa, é notável a forma como pretendem estas pessoas colocar-se fora dos problmeas para os quais contribuíram, e de forma militante!
Quanto aos comentários de Caboclo, que é bem-vindo a este blog, também sou de opinião de que um pouco de moderação não fica mal a ninguém...
Acresce que Caboclo se enganou no destinatário da sua "frechada"...

Caro Caboclo,

Se tiver lido com atenção o Post, verificará que não restrinjo aos 6 últimos anos a adopção de políticas lesivas da economia...mas é preciso ler com atenção...

Manuel Brás disse...

Sem retornos confirmados...

Depois da casa assaltada
por tão puro desleixamento,
qualquer vontade encantada
terá um abjecto saimento…

Depois de tantas fantasias
nestes anos desbaratados
restam-nos tais hipocrisias
de políticos enquistados.

Após décadas perdidas
entre milhões emplumados,
ficam vontades vendidas
sem retornos confirmados.

Anónimo disse...

Caro Tavares Moreira,

Há em Portugal uma fauna que aparenta pensar que as empresas exportadoras têm uns departamentos de exportação cheios de sofás onde os funcionários dormem o dia todo à espera que o ministro lhes venha ensinar como é que se exporta mais, com certeza a mando do respectivo superior hierárquico. É preciso ter cuidado com este género, porque normalmente é daqui que brotam as mais invioláveis fórmulas mágicas de curto prazo, como aquela de aumentar a concorrência colocando painéis de preços dos combustíveis nas auto-estradas, ou incrementar as exportações com fotos de página inteira em revistas internacionais, com uns dizeres tipo "West Coast" ou "Allgarve". Aliás esta é a maior marca que o recém-fundado partido de José Sócrates deixará em Portugal: a capacidade de, a partir do nada, gerar estas "barras" de urânio empobrecido, que não dão para fazer a bomba atómica de que o país precisa mas emitem uma radiação fraca e contínua que seca e mata tudo o que está à sua volta. E se sobrar alguma coisa, os chineses matam o resto. Mas há mais: estas fases em que se aproxima a hora de mais uma procissão em que o Senhor vem em nosso socorro trazido num andor são as mais propícias aos mais perigosos milagres. Nao há que ter vergonha: devemos ter medo, que neste caso pode ser o nosso maior aliado.

Nota: faço questão de reconhecer publicamente que a natureza do meu comentário humorístico não é a tecnicamente espectável para o nível que lhe é reconhecido, mas parece-me que isto já só lá vai a martelo.

Tavares Moreira disse...

Caro Manuel Brás,

Sem retornos confirmados nem por confirmar...é que não há retorno mesmo nenhum - ou, para ser mais rigoroso, há sempre retorno para as agências de comunicação, que beleza!

Caro Flash Gordo,

Simplesmente na "mouche", com a sua notável caracterização de mais este episódio propagandístico!
A propópsito deste tema, foi-me contado este fim-de-semana por um responsável de uma importante cadeia hoteleira que o All-garve mete dó, parece um deserto, desapareceu o turismo de inverno, os hoteis estão vazios, os restaurantes estão a fechar por todo o lado...
Quantas dezenas ou centenas de milhões de Euros o herário público desbaratou com as loucas promoções do famoso All-garve?
Ninguém presta contas dessa luxuria, agora lançada às malvas?
O Tribunal de Contas nada diz? É assunto para esquecer?

Pinho Cardão disse...

Caro Ferreira de Almeida:
Certeiro, correcto, perfeito, ajustado, claro, conciso, esse seu comentário sobre o novo Ministro da Economia. De compêndio.

Caro Caboclo:
Pois também faço minhas as palavras do Ferreira de Almeida.
Esta é uma república de porta aberta, que gosta de receber bem, mas que, acima de tudo, preza o bom ambiente entre todos os que entram.