"Estado obrigado a enviar número do eleitor para casa” é o que pretende o PCP ver aprovado no Parlamento.
Dei comigo a pensar no seguinte. Mas é preciso estar na lei aquilo que é tido como uma actuação necessária e responsável por parte de quem gere os processos eleitorais? Se não são capazes de tomar esta decisão e não o fazem porque não está na lei, então pergunto o que estão lá a fazer. Fica na lei, porque se podem esquecer e assim já não há desculpa? Mas o esquecimento de aspectos tão essenciais, não é sinal de incompetência e irresponsabilidade? Então, mantém-se a pergunta, o que é que estão lá a fazer?
Não seria mais simples acabar com o número do eleitor? Para quê mais leis, mais números, mais registos, mais controlos, mais sistemas de informação, mais máquinas burocráticas, mais dirigentes, mais “responsáveis”, mais despesas, mais problemas, enfim, mais complicações quando afinal há uma solução mais simples? Porque é que o cartão do cidadão não há-de servir para votar? Haverá algum inconveniente, que eu não esteja a ver? Julgo ter ouvido que esta solução esteve há uns anos no Parlamento para ser apreciada, quando se avançou com a criação do cartão do cidadão.
E já agora, não seria de aproveitar a boleia e decretar que fossem retiradas dos cadernos eleitorais as pessoas que já não estão entre nós? Porque razão, de acto eleitoral em acto eleitoral, o problema se vai avolumando, com palpites sobre a sua quantificação e os seus efeitos, ora mais para cima ora mais para baixo, e não se põe fim a esta aberração? Será assim tão difícil? Enfim, perplexidades a que nos habituámos e que agora são difíceis de remover...
4 comentários:
Eu cá acho que deveriam recontar os votos das ultimas legislativas..iria ser uma supresa !!
Mas vejam no que o executivo é bom !!! a arrancar o couro do cidadão.
O cidadão tem que pagar as loucuras e os desvarios do socratismo sistemico.
http://economia.publico.pt/Noticia/penhora-de-automoveis-tem-novo-sistema-de-apreensao-em-tempo-real_1479276#Comentarios
Pois, cara DRª Margarida, a sua reflexão tem toda a lógica; porque é necessário legislar uma tarefa funcional? Nesse caso, todas as as restantes competências dos diferentes serviços, têm de ser também legisladas, não vão os dirigentes e os funcionários esquecer-se de as efectuar.
Bom, mas analisando um pouco melhor a questão da actualização dos cadernos e dos números de eleitor, sou capaz de encontrar uma justificação para a "bronca".
É que as eleições ocorrem normalmente numa periodicidade de 4 e 5 anos o que, temos de convir, é muito tempo, é tempo suficiente para que os zelosos funcionários se esqueçam das actualizações.
E depois, já se sabe... novas eleições, novos eleitos, novos nomeados para os cargos de secretário disto-e-daquilo, novos critérios, novos "boy's", novos "job's" e... dá no que dá. No fim, o importante é ter-se uma desculpa que pareça credível, para disfarçar a incompetência. Neste caso, a falta de meios informáticos.
Bem visto!
Concordo! Mas rasgar leis é uma coisa que não se consegue fazer neste país, não se percebe muito bem porquê. Deve ser por os juízes serem burros, ou coisa parecida...
Pois é, Caro Caboclo, quando se trata de arrecadar receita não falta criatividade. E para poupar despesa também não, nem que para tal não sejam protegidos os direitos dos cidadãos.
Caro Bartolomeu
Este é mais um caso que engrossa a imagem que está instalada sobre a incompetência que grassa nos serviços públicos, sem esquecer as excepções porque as há. Num momento em que é preciso que o sector público administre correctamente os recursos que lhes estão afectos - humanos, financeiros, etc. - aliando a qualidade do serviço que prestam ao cidadão, a razão da sua existência, à racionalidade dos custos, financiados pelo contribuinte, o que se passou nas eleições presidenciais, a somar com toda a probabilidade a muitas outras falhas que não nos apercebemos, é muito grave.
A falta de critérios de competência na escolha das pessoas para cargos de gestão dos serviços públicos é uma falha grande da nossa democracia, que tem uma elevada quota de responsabilidade no descalabro a que chegámos. Não é, obviamente, a única.
Caro Tonibler
A diarreia legislativa é um vício muito mau!
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