"Estou muito feliz de ter esta oportunidade extraordinária de poder conversar convosco durante a vossa missão. Neste momento, a humanidade atravessa um período de grande progresso do ponto de vista do conhecimento científico e aplicações tecnológicas. Vocês são os representantes dessa tecnologia, com a qual levais em frente a capacidade humana e as novas possibilidades do futuro, que tornam melhor a nossa existência de todos os dias. Admiro a vossa coragem e compromisso para o qual vos preparais toda a vida”. (Papa Bento XVI aos Astronautas da Estação Espacial Internacional, 21 de maio de 2011)
O Papa Bento XVI tomou a iniciativa de comunicar em videoconferência com os astronautas da Estação Espacial Internacional. A iniciativa, já de si extraordinária, assume um significado muito especial quando se sabe que um dos objectivos da missão é deixar no espaço um equipamento destinado a estudar umas moléculas que podem explicar a origem do universo. Conseguirá a máquina ir além do que alcançam os espíritos, conseguirá a descoberta conduzir a Deus, no que Ele significa para os crentes, esperança, amor, paz e misericórdia?
O Papa perguntou ainda aos astronautas se, lá de cima, se lembravam das condições em que vivem muitos povos na terra, no que podia muito bem ser uma suave e quase maliciosa ousadia de questionar o que tantas vezes parece a distracção de Deus... Enfim, a mim pareceu-me mais a compreensão de um homem inteligente perante as dúvidas que a ciência levanta a quem tem fé, ou a falta de fé a quem conhece tanto da ciência, quem sabe? Em qualquer caso foi um gesto simbólico de alcance universal, uma revolução, diria mesmo, nesta modernidade em que a ciência e os seus prodigiosos avanços desafiam domínios que até agora estavam reservados à Fé.
Incompatíveis? O Papa vem dizer que não, vem dizer que a procura do bem estar e do progresso da humanidade é uma causa da qual ninguém deve reclamar-se dono absoluto, todos são precisos e, de mãos dadas, encorajando-se uns aos outros, desejando-se felicidades, talvez se encurte o longínquo e árduo caminho.
Admiração, apreço e encorajamento, tudo o que os grandes homens da Fé e da Ciência, unidos no mesmo objectivo, devem prestar-se mutuamente.
Um momento virado para o futuro que há-de ficar para a História. Se Deus e os Homens quiserem.
O Papa Bento XVI tomou a iniciativa de comunicar em videoconferência com os astronautas da Estação Espacial Internacional. A iniciativa, já de si extraordinária, assume um significado muito especial quando se sabe que um dos objectivos da missão é deixar no espaço um equipamento destinado a estudar umas moléculas que podem explicar a origem do universo. Conseguirá a máquina ir além do que alcançam os espíritos, conseguirá a descoberta conduzir a Deus, no que Ele significa para os crentes, esperança, amor, paz e misericórdia?
O Papa perguntou ainda aos astronautas se, lá de cima, se lembravam das condições em que vivem muitos povos na terra, no que podia muito bem ser uma suave e quase maliciosa ousadia de questionar o que tantas vezes parece a distracção de Deus... Enfim, a mim pareceu-me mais a compreensão de um homem inteligente perante as dúvidas que a ciência levanta a quem tem fé, ou a falta de fé a quem conhece tanto da ciência, quem sabe? Em qualquer caso foi um gesto simbólico de alcance universal, uma revolução, diria mesmo, nesta modernidade em que a ciência e os seus prodigiosos avanços desafiam domínios que até agora estavam reservados à Fé.
Incompatíveis? O Papa vem dizer que não, vem dizer que a procura do bem estar e do progresso da humanidade é uma causa da qual ninguém deve reclamar-se dono absoluto, todos são precisos e, de mãos dadas, encorajando-se uns aos outros, desejando-se felicidades, talvez se encurte o longínquo e árduo caminho.
Admiração, apreço e encorajamento, tudo o que os grandes homens da Fé e da Ciência, unidos no mesmo objectivo, devem prestar-se mutuamente.
Um momento virado para o futuro que há-de ficar para a História. Se Deus e os Homens quiserem.
6 comentários:
«Conseguirá a máquina ir além do que alcançam os espíritos, conseguirá a descoberta conduzir a Deus, no que Ele significa para os crentes, esperança, amor, paz e misericórdia?»
Muito pretinente, a meu ver, a questão que a cara Drª Suzana, coloca.
Fé, mistério, ciência, matéria e espíritualidade, são "condimentos" que constituem um todo e... muito provávelmente, é esse todo que designamos por Deus.
Agora... quanto à viagem virtual do Papa a bordo da estação orbital... não era suposto já lá estar, sem ser necessário o recurso aos meios sufisticados do audiovisual?
;)
Suzana
Fé e ciência não são incompatíveis, ambas procuram fornecer ao Homem o bem-estar que lhes proporcione felicidade, bem-estar não apenas material mas também espiritual e a esperança de um mundo melhor.
A fé também nos dá a força necessária para prosseguirmos na descoberta da ciência, a ciência alimenta-nos a fé de querermos ir mais além.
O homem procura incessantemente uma explicação para a sua existência. Fé e ciência encontram-se na busca para as interrogações sobre quem somos, de onde viemos e para onde vamos.
O Papa Bento XVI na sua viagem virtual pelo espaço também nos mostra esta união de esforços entre a fé e a ciência na descoberta de uma vida melhor para todos os homens.
Muito bem escrito e sem dúvida, sentido.
Para os descrentes, resta-lhes: "Respect the gods but do not rely on them" (Bushidõ).
Caro Bartolomeu, o Papa está no Vaticano e faz mais falta cá na terra do que na nave espacial, esperemos que o Ominipresente é que esteja com eles e, juntamente com a tecnologia, os traga de volta sãos e salvos! Por isso o Papa, se quis dar um saltinho virtual ao espaço, usou os meios de que dispõe, e eu achei uma emoção :)
Margarida, para nos esforçarmos a sério por alguma coisa temos que acreditar que é possível e que vale a pena. A fé apresenta-se de muitas formas e a Fé em Deus deverá, talvez, admito eu, ser a esperança permanente em que, apesar de todos os erros e falhanços dos homens,a vida terá um sentido. Admito eu.
Caro Cagedalbatross, respeitar os deuses já é uma boa atitude, se fosse dominante não haveria muitos dos problemas com que nos confrontamos nesta nossa era. Um excelente conselho, sem dúvida.
Gostei muito deste seu apontamento, as always :)
Quando vi esta notícia, e as imagens a ela associadas, confesso que a coisa me impressionou.
Tem muito de simbólico - e, nesse sentido, de interpelador - ver o Papa "voltado para o céu" a perguntar aos homens, como vêm eles a Terra. É ao mesmo tempo uma nota de humildade e fé nos homens e um desafio à nossa vocação co-criadora, inesgotável, tendencialmente boa e inerentemente transcendente.
A mim deu-me que pensar. Como, acho, que acontece sempre que nos descentramos de nós mesmos.
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