Hoje de manhã, lá ia ouvindo no carro um ilustre comentador tipo stand multi-marcas, daqueles que abarcam toda a natureza e modelos de questões, e têm assinatura vitalícia em várias rádios e televisões. Em resposta a uma pergunta do jornalista, lá foi dizendo, com suma sapiência e voz algo enjoada, certamente pela pouca relevância da questão, que o Programa do PSD efectivamente ia no sentido de apoiar as empresas exportadoras, com vista ao crescimento. Mas isso era um pormenor dispiciendo. Para o país crescer, necessário era que se dinamizasse o consumo interno. E aí nada via...
No fim, a culpa da falta de visão nem é dele. A ignorância dos Directores de Informação que o contratam é que é a grande responsável.
Nota: Trata-se do mesmo comentador que aqui há uns meses dizia que ninguém podia criticar Sócrates pelo aumento da despesa, já que tanto ele próprio, comentador, como a generalidade dos colegas da arte defenderam essa mesma política. Portantos...a política entregue a comentadores contratados...
9 comentários:
Os directores de informação seguem a lógica do comentador: consomem!
Ó Dr. PC, chegue-se lá aqui à minha beira e explique-me uma coisita: Nós vamos exportar exactamente o quê?
A areia da praia?
Não faço a menor ideia de quem tenha sido a criatura que botou discurso na rádio, mas o que é que nos interessa exportar muito se tivermos de importar o mesmo ou mais do que aquilo que exportamos? Onde é que isso faz criar postos de trabalho?
Sinceramente, já começo a perceber porque é que as sondagens revelam uma grande aproximação entre o PS e do PSD. Não é só porque as pessoas têm algumas lacunas, vá lá, ao nível da articulação de informação de modo a produzir conhecimento para as próprias, não é só por manipulação de informação por parte do poder instituido, é acima de tudo pela incapacidade que o PSD demonstra em ser diferente.
Neste momento, na minha perspectiva, a única diferença entre PSD e PS é o facto de considerar que os primeiros são tecnicamente mais competentes que os segundos, o que é positivo mas não chega. Tem de haver mais qualquer coisa, porque não há nada pior para um governo - seja ele qual for - do que tentar gerir pessoas que já não têm nada a perder.
Pois... faz sentido o que a Anthrax reclama. Para exportarmos sem depender de matéria-prima importada, é necessário dinamizar a produção interna dessa mesma matéria-prima, se não ficamos no mesmo ponto. E, se não produzirmos e exportarmos, não poderá aumentar o consumo interno, a menos que os Troikos dupliquem o empréstimozito. Quer dizer... multipliquem!
Mas, esta enxurrada de comentadores, ou, como diz o outro senhor; opinion-mackers, faz-me lembrar a onda de negócios fantásticos de ha duas décadas atrás, em que, quando surgia um novo negócio, com ele, surgiam um sem número de novos empresários e todos eles, sem nunca terem visto o produto, de uma hora para a outra, transformaram-se em peritos acerca do mesmo, vendendo-o como se fossem especialistas.
Um amigo, que depois de vender maquinaria pesada e mobiliário, quando chegou a grande moda dos montes no alentejo, dos jipes e das motas de água, montou imediatamente uma oficina que montava ganchos de reboque, atrelados, grelhas cromadas, etc. Um dia perguntei-lhe; olha lá pá, mas o que é que tu percebes desse tipo de negócio?
Nada, respondeu-me o artista, mas tenho aí uns gajos que já trabalhavam nisto e sabem como se montam estas coisas.
Aquilo era tudo material importado da alemanha frança e itália. Um dia assisti à chegada de um fulano com todo o ar de menino "queque" que pretendia colocar uma grelha cromada à frente, e um guincho e mais uma série de acessórios num jipe topo de gama.
Depois do mocinho saír, comentei com o meu amigo, este fulano está a pensar ir para o Iraque com o jipe? Não era melhor montares-lhe também uma metralhadora no tejadilho?!
Diz-me ele; não sabes que é este tipo?
Nunca o vi mais gordo, respondi-lhe.
É pá é filho do "X" isto manda caroço que até chateia e quer meter estas coisas todas só para "dar estilo" quando vai para o monte.
Ah pronto... então é isso... o que é preciso é "dar estilo"!
Cara Anthrax, não dê ideias! A areia da praia é necessária por cá. Temos pouca e a que temos não dá para garantir que este País se encurte a olhos vistos todos os anos.
Oiçam o Bartolomeu que o rapaz tem razão e é 100 vezes mais entendido nestas coisas do que eu!... além de que tem mais credibilidade do que moi mêmê porque não trata tudo a tiro de canhão.
Caro JMFA quando me lembrei desse detalhe o comentário já tinha ido :S, de facto o nosso areal está a encolher um bocadito.
Claro, caro Ferreira de Almeida, consomem tempo e asneiras e tiram-nos a paciência.
Cato Anthrax:
Exportámos em 2009 cerca de 47 mil milhões de euros de bens e serviços, um pouco mais de 28% do PIB. É número significativo, apesar de tudo. Claro que importámos mais, cerca de 59 mil milhões de euros. E se uma parte foi para consumo interno, a outra parte juntámos valor acrescentado para exportação.
Portanto, nada de ser não negativista a ver estas coisas das exportações e nada também de ser tão igualitária a ver estas coisas dos partidos.
Nesta matéria, o PSD fez uma opção de fundo: sair do investimento em bens não transaccionáveis para apoiar a actividade económica dos bens transaccionáveis, nomeadamente os destinados à exportação.
Caro Bartolomeu:
Cada coisa em seu sítio...
Caro Pinho Cardão,
Há uns tempos dizia a um amigo meu, que é jornalista de um semanário grande, que a falta de rigor é uma vergonha. E ele respondeu-me algo surpreendente e, até, compreensível:
-Os jornais já não conseguem vender notícias porque as pessoas consomem-nas na internet 3 segundos depois dos factos ocorrerem;
- Portanto, ou vendem notícias que ninguém tem - como o pai que assassinou metade da família em Esposende para casar com o cão - ou vendem opiniões. Quem quer passar por sério, vende opiniões porque as notícias escabrosas "não são negócio sério".
O problema está em as pessoas quererem consumir opiniões e contra isso batatas. Eu faço os possíveis por só consumir dados.
Caro Dr. P. Cardão,
Mesmo estando (ou, parecendo estar) arrumadinhas, cada uma no seu sítio... as coisas, acabam sempre por ser "efeito" de outras. O resultado final, aquele que se nos depara, é que se apresenta muitas vezes difuso e incompreensível.
Eu costumo chamar "paineleiros" a este tipo de pessoas ... por causa ... dos painéis de comentadores ...
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