Cada vez mais tenho a sensação de que vivo em dois países. De um lado, o país mediático no qual convive a política e a comunicação social, em especial, as televisões. Governantes e políticos lutam uns contra os outros, debaixo dos holofotes das televisões, exibindo as armas da demagogia, da mentira, da desresponsabilização e vestindo pele de cordeiro, ao serviço da desorientação e da confusão, num espectáculo deprimente e medíocre. Do outro lado, o país de carne e osso feito de pessoas, boas e decentes, que esperam ou desesperam por gente capaz de tomar conta do seu país, que lhe mereça confiança e em quem possam depositar esperança. O país tem vindo a galopar de mal a pior e o que se segue é de pior a um grande ponto de interrogação. Em lugar de vermos esclarecer o futuro, para além da Troika, que já não é pouco, assistimos a comportamentos que não se coadunam com a sobriedade, a serenidade e a credibilidade que a situação exige. Este divórcio entre ambos os países é um sinal evidente de falta de coesão, de que estamos mal preparados para enfrentar os problemas, que são muitos e grandes. A luta política é saudável e o debate de ideias é fundamental, mas o clima político a que se chegou é insuportável. Uma total falta de respeito pelos cidadãos que estão a pagar a bancarrota em que o país se enterrou e uma total desconsideração por todos aqueles que trabalham de forma séria e empenhada, a quem devemos o sucesso de muitos casos espalhados por esse país fora.
Acabo sempre a pensar, quando penso nestas coisas, na falta que faz a educação e no nosso défice cívico, nas décadas perdidas sem dedicarmos à educação o olhar estratégico que merece. Estamos a pagar a factura…
Acabo sempre a pensar, quando penso nestas coisas, na falta que faz a educação e no nosso défice cívico, nas décadas perdidas sem dedicarmos à educação o olhar estratégico que merece. Estamos a pagar a factura…
5 comentários:
Sabe bem perceber que não estamos sozinhos...
Concordo a 99,9%.
A falta de educação não explica tudo. Há muita falta de valores e de carácter.
E para além da Troika FMI,
para não irmos mais longe,
a destruição provocada pela Troika lusitana:
Barroso-Santana- Sócrates.
Do Euro 2004 (passando pela Paixão Educação) ao Magalhães, que podia esperar-se de positivo?
Cara Dra. Margarida,
Quem me dera não concordar consigo... Mas concordo.
Margarida, tenho um texto escrito sobre isto mesmo, só não o publiquei por falta de tempo...Agora, é só mesmo dizer que concordo em absoluto, parece que vivemos em mundos paralelos que a comunicação social se esforça por acentuar. A quem é que isto interessa?
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