"O receio de esclarecer os portugueses, para “não minar a confiança”, como se a actividade bancária fosse o Projecto Manhattan, é o colchão em que o “eles são todos iguais” gosta de se deitar. Se são todos, então não é ninguém. Isso é inaceitável em democracia – é uma fuga ao escrutínio e à prestação de contas. Os políticos e os banqueiros não são crianças inimputáveis. De uma vez por todas: sim, há responsáveis. E não, não são todos iguais". - João Miguel Tavares | Publico | 21/06/2016
7 comentários:
Para algumas coisas, sim, para outras, não. E vice-versa. Conforme os partidos e as circunstâncias. E vice-versa. Estamos no domínio da geometria variável. E do relativismo.
Recordo-lhe, caro Dr. José Mário que numa das sessões de inquérito na AR, Ricardo Salgado declarou subsidiar as campanhas eleitorais dos principais partidos. Diz a voz do povo: Cesteiro que faz um cesto, faz um cento, se lhe derem corra e tempo.
Então, somos forçados a concluir que o poder político se encontra sustentado pelo poder financeiro, por sua vez, o povo e o sector empresarial, são sugados pelo poder político na forma do pagamento de impostos. Haverá alternativa a tudo isto?
Ouvi hoje o João Galamba, do PS, a criticar o PSD que, disse ele, esteve os últimos 4 anos no governo, logo com a responsabilidade de acompanhar o que se passava na CGD, de vir, agora, propor a constituição de uma Comissão de Inquérito para averiguar o que deu origem aos enormes prejuízos que ali se verificaram, considerando essa atitude como um erro.
Eu também penso que há qualquer coisa de errado: quem deveria tomar essa atitude era o PS e não entendo a razão porque não o fez. Nem eu nem muita gente que eu conheço.
Eu acho que temos ali matéria para o que faltava de revolução. É óbvio que o que ali está é boa parte do regime, está ali o alfa e o ómega de termos um governo montado num esquema, aceite por "todos" apesar de ser um golpe palaciano grotesco. Tudo isto cheirava mal à distância e começa-se a perceber de onde.
Começa a ser óbvio que não são 4 mil milhões, nem pouco mais ou menos. E começa a ser óbvio que isto não é um problema de um banco. Isto é tão grave que determinou um governo inteiro.
Nunca ninguém se mexeu tanto na cadeira como agora e isso é bom. Vêem-se muitos rabos apertadinhos, alguns que pensavam nunca ser apertados. E isso é bom.
A mim cheira-me que está ali um dos maiores escândalos financeiros da Europa que terá repercussões a todos os níveis, reguladores, auditores, políticos a todos os níveis. E isso é bom.
Espero que desta vez os portugueses percebam a oportunidade que isto traz.
Muito bem esteve Passos Coelho em entregar o passado do PSD ao inquérito que, me cheira, vai ter que levar com a maior parte das culpas.
"A Caixa também simboliza a forma como o Estado se imiscui indevidamente em negócios privados e os tenta dominar. A forma como tomou de assalto o Banco Comercial Português é apenas um exemplo. E, claro, também simboliza a promiscuidade entre poder político e empresas. Basta ver a quantidade de gente com cartão do PSD-PS-CDS que passou pela administração da Caixa. Fica-se com a ideia de que ser-se independente é um critério de exclusão, talvez por falta de competências naquilo a que se chama soft skills". - Luis Aguiar-Conraria | Observador.
Bons comentários!
Tiro ao alvo não falhou o tiro.
Ron Paul: When one gets in bed with government, one must expect the diseases it spreads.
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