Pois é, Mário Soares. A Fundação Mário Soares, um luxo de ex-Presidente para continuar a afagar o ego, subsiste mediante o financiamento público: 685.000 euros em 2014 e 548.000 euros em 2015. Para não chocar muito, dividido por vários ministérios, dos quais o do planeamento, com 299.000 euros, e o ministério da educação, com 150.000 euros.O ministério da cultura também contribuiu.
Além destes subsídios directos, em 2014 ainda contribuíram o Instituto Camões, e a Fundação para as Ciências e Tecnologia, que secaram a fonte em 2015.
Para além disto tudo, ainda recebeu contribuições camarárias de 60.000 euros, 20.000 de Lisboa e 40.000 de Leiria. E, ao abrigo do mecenato, foi provida de vários donativos (Octafharma, Dynamicspharma, Lalanda de Castro, Fundação Ilídio Pinho, Novo Banco,etc, com as consequentes perdas de receita fiscal.
No fim, a Fundação apresentou prejuízos de 210.000 euros, duplicando os de 103.000 euros de 2014.
Bom, ficamos a saber que dinheiro de sobra têm vários ministérios e departamentos do estado, ao ponto de financiarem luxos privados com dinheiros públicos.
Ai, se fosse outro ex-Presidente...De facto, está provado, as esquerdas lavam mais branco.
10 comentários:
O quê? não acredito.
Atão não era a coligação PPD/PP que prometeu ia acabar com as fundações?
"...as esquerdas lavam mais branco." Esta provado, o caro Dr. Pinho Cardão, demonstra possuir muita dificuldade em colocar os assuntos em perspetiva. Diga-me por favor; quem era primeiro ministro, chefe do governo portanto, na altura em que foi aprovada a atribuição de uma tença à Fundação do Sô Mário? Quem era primeiro ministro quando foi arrendado, recuperado e equipado o edifício onde funcionariam a fundação e o gabinete do Sô Mário quando passasse á condição de ex? Quem era primeiro ministro quando foram aprovados os reforços ao orçamento da PR, por forma a provir ás reais despesas em S. Bento, em Cortes, na casa museu, no Vau e em Nafarros?
Pois... deve ter sido algum lavador de esquerdas....
Estimado António,
É bem observado, sim senhor. Como é, aliás, timbre do meu Amigo.
No entanto, a observação de Carlos Sério, é pertinente, reconheça-se.
O anterior governo, tão decidido, p.e., no corte de pensões e complementos de pensões (onde o Estado não é parte envolvida!)
cedeu em quase toda a linha em outras matérias, nomeadamente no
continuado consentimento de subsídios a fundações privadas, na quase inalteração de múltiplos observatórios e outros institutos que só compadrio político justifica, e que o meu Amigo várias vezes denunciou aqui no Quarta República.
Que tudo isto constitui um desaforo, é verdade.
Que, lamentavelmente, nenhum partido está isento de culpas é uma fatalidade que, como em muitos outros casos, reflecte a imagem deste país projectada nas águas turvas em que somos obrigados a viver.
Ou emigrar, para quem ainda pode ir a tempo.
Abç
Sim, é um escândalo que se continue a chamar fundação a uma entidade - por muito meritórias que sejam as suas atividades para lá da conservação de espólios - que vive, não dos rendimentos do seu substrato patrimonial como é de lei, mas do contributo compulsório dos contribuintes. E sim, é algo que responsabiliza todos os partidos sem exceção. E ainda sim, não fora a fundação de Mário Soares e a situação seria objeto de não sei quantos editoriais de fazer o Carmo, a Trindade e a estátua do Marquês! Mas é a fundação de Mário Soares e quem está predestinado à canonização não pode ser manchado de pecado, muito menos por causa de um dos seus altares. Essa é uma regra que a direita e a esquerda aceitam sem discutir, é um dos dogmas da loja em que se transformou o quadrado...
É óbvio que se a fundação fosse de uma pessoa de outra cor política, estaria a ser amplamente criticada. A esquerda lava mais branco.
Os senhores têm sorte, pois pelo menos o financiamento público dessa fundação privada dá-se às claras!! Digo isso, porque a fundação do nosso ilustre ex-presidente do Brasil, Lula da Silva (Instituto Lula), prefere ser financiada por empreiteiros de obras públicas, a maior parte deles presos por corrupção, por roubarem o Erário em dezenas de bilhões de dólares (obras superfaturadas), mediante pagamento de subornos, também na casa dos mil milhões de dólares, a membros do próprio governo de Lula!!! Ele próprio, Lula (e familiares), ficou milionário em dois anos, ministrando "palestras" que ninguém assistiu, pagas também por esses mesmos empresários corruptos!!!
Caro Bartolomeu:
E depois? Isso justifica alguma coisa? E quantos primeiros-ministros e quantos governos se seguiram? E quantos milhões foram transferidos para a Fundação? E quais o benefício público da Fundação? Claro que o benefício privado conhecemos nós.
Caro Rui Fonseca:
Quanto a isso, estou perfeitamente à vontade, até por uma exposição que em tempos fiz na Ordem dos Economistas, no âmbito de um Manifesto Despesa Pública menor para um Estado melhor. Claro que o governo de Passos Coelho merece crítica severa por ter deixado que as coisas continuassem como estavam, apenas com uns ligeiros cortes. No caso concreto, capitulou por completo perante o politicamente correcto, dado tratar-se de Mário Soares.
Claro, caro Ferreira de Almeida, meia Lisboa cairia.
Caro Alberto Sampaio:
É isso mesmo!
Caro Paolo Hemmerich:
Bom, ainda vamos estando na Europa. Porque, em muitos casos, se estivéssemos noutro continente...
Já agora também seria interessante conhecer-se quais os custos de recuperação do palacete, na zona de Alcântara, destinado a albergar Cavaco e Silva e a sua troupe.
Mais; quanto é que o Estado vai ter de suportar mensalmente com tais mordomias?
Os comentaristas que tecem loas à esquerda estão certos: Cavaco e Silva e sua troupe conservadora deveriam dar o exemplo aos socialistas e assemelhados, apstendo-se de onerar o Aerarium!!! É obrigação dos conservadores darem bons exemplos aos irmãos socialistas!!! Caso contrário, onde estes iriam aprender?!!!
Ora, está o caro Dr. Pinho Cardão a dar resposta á sua questão: Se foi um PM escrupuloso, incorruptível, verticalíssimo a autorizar as despesas e os reforços de despesas, se depois dele vários outros mantiveram o carrocel em andamento, então estamos à espera de quê? Que apareça o super-homem com a sua capa esvoaçante e dê um fim aquele sorvedouro e a mais umas centenas de outros, cujas verbas autorizadas por outros e mantidas pelos mesmos de sempre? Ou o Senhor, ao longo da sua já vasta experiência, ainda não notou a evidência do nacional compadrio? Olhe que ela é bem clara e não se esconde, só a não vê quem não quer.
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