Hoje de manhã, quando ia a caminho do emprego, ouvi na TSF a notícia de que o Ministério da Educação tinha lançado um "Programa de Generalização de Refeições aos Alunos do 1º Ciclo do Ensino Básico".
Pensei para comigo: ora aqui está uma boa medida.
Afinal, estava a ser enganado!
À medida que a notícia se desenvolvia, fiquei a saber que as escolas não tinham condições para servir as refeições. Um sindicalista da FENPROF dizia que nalgumas escolas as crianças comiam num hall de entrada, que noutras escolas não era possível instalar cozinhas. "Até só falta colocarem as crianças a comer na sala de aula". Outro sindicalista, da FNE, criticou igualmente o Ministério da Educação por considerar que esta medida carecia de um esforço financeiro muito grande e não havia condições para a realizar.
Tornei a pensar: será que estes sindicalistas estão a dizer que como não há cantina para as crianças comerem, não se lhes serve refeições?
...pobre sindicalismo...
11 comentários:
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Caro Vítor:
De facto, pobre sindicalismo!...
Quando, nos tempos que correm, seriam necessários sindicatos fortes, abertos às novas causas , temos um sindicalismo fossilizado, a defender questões mais que ultrapassadas e cego aos verdadeiros problemas.
Não vai longe este sindicalismo, para mal daqueles que dizem representar.
Por isso é que tem vindo a perder terreno e só demonstra alguma força na função pública!...
Meus caros amigos,
penso que a notícia precisa de um pequeno esclarecimento.
Como sabem são as autarquias locais que têm a responsabilidade de fornecer refeições às escolas do 1.º ciclo. Há que reconhecer que muitas das nossas Câmaras têm feito um trabalho notável no que diz respeito a refeições e transportes. Porém há um número considerável de autarquias que não asseguram o serviço de refeições.
A situação que se arrasta há alguns anos traduz-se em que uma criança quando frequenta um estabelecimento público do pré-escolar tem acesso a refeições subsidiadas pelo ME, deixa de ter quando frequenta o 1.º ciclo, e volta a ter a partir do 2.º ciclo.
O que o ME agora decidiu foi comparticipar as refeições do 1.º ciclo, de forma a incentivar as Câmaras a proporcionarem esse serviço que era da sua competência.
Abriu candidaturas ao financiamento e as referidas Câmara apresentam-se.
Também ouvi o testemunho dos sindicalistas, mas eles sabem melhor do que nimguém qual é o problema. Se uma escola do 1.º ciclo não tem refeitório ou não assegura o serviço de refeições o problema é da Câmara local, não do Ministério.
O que há de novo neste quadro? O prolongamento dos horários das escolas do 1.º ciclo até às 17.30. Qual é então o objectivo dos sindicatos? Acabar com esse prolongamento de horário porque as escolas não têm condições de funcionamento.
Como é natural não vão atacar os presidentes de câmaras.
É minha opinião que a aplicação da medida do prolongamento dos horários só deveria ser aplicada às escolas que têm condições adequadas à permanência dos miúdos. As que não tivessem as Câmaras teriam de criar essas condições dentro de um prazo razoável.
Só que o problema não é de refeitórios nem de refeições.
Porque é que um sindicato tem de se pronunciar sobre refeitórios e refeições para as crianças?
A Guerra à Ministra já começou e eles sabem quais são os pontos fracos. Não estranham o silêncio das associações de pais?
É lamentável esta opção dos sindicatos de aparecerem sempre contra tudo o que possa significar qualquer alteração ao "status quo", seja em que sentido for. Parece que já assumiram que a sua existência depende de aparecerem "contra" e que os respectivos recados serão entendidos pelos destinatários.
Caro djustino,
Obviamente não me posso alongar (pelo menos consigo!) em análises ao sector, mas assim de repente, retrospectivando todos os posts sobre o assunto colocados neste blogue, ocorre-me o seguinte: Temos um elemento comum a todos os problemas que se vão verificando na Educação, não temos?...
Cumprimentos,
cmonteiro
Meu caro cmonteiro,
permita-me que acrescente algo mais, "temos, pelo menos , um elemento comum". Se fosse só um a solução do problema seria bem mais fácil.
Cumprimentos
Sr Professor Justino vai-me desculpar mas a culpa é da classe política..já estou farto de vos ver andar a jogar as culpas de uns para os outros pensado que deste lado só há gente que não pensa. A paciencia para aturar esta politiquice mesquinha já acabou
Sabem o que vos digo a todos... ainda bem que posso ter o meu filho no Liceu Francês em Lisboa, senão acabaria por passar fome se dependesse do Estado (no geral, não me interessa quem especificamente), mas o problema é que infelizmente nem todos os portugueses têm essa oportunidade... e no meio destas "guerrinhas" da treta só sei é que nas crianças ninguém pensa... e pelo meio de tudo isso só sei que se nada for feito ficam milhares de crianças, cujos pais não têm possibilidades, a passar fome porque não têm dinheiro para comprar comida no bar da escola.
Eu estou-me nas tintas para as desculpas que quem quer que seja invente, o que me interessa é que neste ponto é uma ideia 110% correcta e a todos os intervenientes só lhes compete, como seres humanos que deveriam ser, procurar soluções para que fosse posta em prática ontem, e não vir com a mesma "conversa da treta" para não fazer nada e atirarem com as culpas uns para cima dos outros.
MEUS SENHORES... DEIXEM AS CRIANÇAS COMER... ELAS SÃO O NOSSO FUTURO...
Para o Vírus e Miguel Sousa:
não entendam o meu comentário como "desculpa de político". Nesse aspecto sei que tenho um enorme "fardo para carregar" para o resto da minha vida.
Estou a tentar ser o mais objectivo e rigoroso possível. Vamos a factos:
1. O protocolo com a Associação Nacional de Municípios ficou pronto quando saí di ME.
2. A actual equipa introduziu algumas alterações e alargou o seu âmbito de aplicação, o que subscrevo.
3. A conservação e construção de equipamentos do 1.º ciclo (incluindo refeitórios) é da exclusiva responsabilidade dos Municípios.
4. Há municípios que têm feito um trabalho extraordinário quer na construção e reabilitação de edifícios, no serviço de transportes e no fornecimento de refeições.
5. O alargamento dos horários até às 17.30 tem custos: um desses custos é o fornecimento de refeições às crianças que passam a ficar mais tempo na escola.
6. Se foi o actual governo que determinou esse alargamento de horários, fez muito bem em "ajudar" os Municípios a suportar os custos adicionais.
7. Por favor, deixem de ver estes problemas como se estivéssemos na barra de tribunal a tentar saber quem é o culpado, e entendam que a "conversa da treta" diz respeito a todos e não andamos a jogar "ping-pong" com o futuro dos miúdos. Eu também sou profesor e sou pai. Aceito que exista quem se preocupe com os miúdos "tanto" como eu, "mais" não aceito.
8. Por isso continuo a apelar para que se deixe de considerar a educação como campo de batalha. Seria para mim mais "atractivo" fazer oposição sistemática ao Governo do PS. Até dava algum "gozo", mas sinto que não é disso que o país precisa, em especial na educação.
9. Todos dias me cruzo com crianças que vão para a sua escola. Por vezes penso: quantas delas irão de barriga vazia? Por mais "políticos" que sejamos, não ficamos indiferentes à inquietação da pergunta.
Cumprimentos
Uma sociedade "desfocada" é uma sociedade onde medidas destas são assunto de dscussão. Sou eu que sou demasiado radical, ou pode faltar dinheiro para tudo menos para isto?
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