Surtos epidémicos provocados pela Escherichia coli O157:H7 enterohemorrágica têm sido descritos ao longo do tempo, assim como muitos casos esporádicos. Agora a comunicação social descobriu uma “pepinada dos diabos!” E já começou a fazer a sua saladinha. Abertura de telejornais e entrevistas ao pessoal das alfaces, dos tomates e de muito vegetais nas diferentes praças. – Mas tem a certeza de que são nacionais? – São sim senhora, porque eu sei onde os compro. – São nossos, pois claro, eu como-os e não me fazem mal. E a conversa meio apatetada conduzida pela jornalista alia-se ao dramatismo do pivot que fala da bactéria mortal como se fosse o próximo fim do mundo. E se estivessem calados? Ou, então, se falassem menos, transmitindo a informação como deve ser, sem aquele alarmismo que os caracteriza? Seria muito melhor para todos, deixando aos entendidos na matéria a realização dos estudos necessários destinados a avaliar a cadeia epidemiológica do surto. Mas não, sempre que descobrem uma fonte de problemas saltam logo em cima pintando-os com as mais terríveis cores. Claro que os técnicos e políticos ao serem interpelados pela comunicação social sobre o assunto começam logo a encolher-se despejando algumas banalidades e considerações apropriadas para que não venham no futuro a ficar mal no filme. A comunicação social não “comunica” devidamente, gosta mais de alarmar, de provocar o caos, de divulgar a tragédia. Irra! É demais! Outra vez! Mas será que não aprendem e não veem que provocam mais prejuízos do que benefícios.
O pepino mata! O que mata são as formas estúpidas de informação.
9 comentários:
Ó Prof. MC, isso não é aquilo a que os americanos chamam genericamente de "E-coli"?
Comunicação social em Portugal ? deve estar a brincar !
Não existe comunicação social em Portugal !
Existem sim centrais de comunicação/propaganda ..que necessitam de todo o tipo de distração ..apenas para tirar o foco do essencial !
Central de comunicação/propaganda é muitoooo diferente de Comunicação social
Assustador.
É sim senhora, Anthrax.
Mas o alemães já admitiram ter bactérias nos tomates...
Bactérias?!! Hum!!! Parece-me que deverá ser outra coisa, oh Tonibler! ...
Muito obrigada prof. MC :-)
Não é que os meus conhecimentos sobre a matéria sejam muito extensos, dado que se resumem a ouvir falar da coisa num ou noutro episódio do CSI, mas a ideia com que fiquei foi a de que só em casos extremos é que a infecção pode ser mortal. Daí até dar a entender que se trata de um flagelo mundial vai uma grande distância.
Nós, de facto, somos muito dramáticos :S
Para a grande maioria dos profissionais(?) da comunicação social, coisa que não tenha muitos mortos, outros tantos feridos e muitos mais com uma diarreia do pior, não é notícia! E o mais grave é que a grande maioria dos ouvintes/leitores/telespectadores gosta de ouvir, de ler e de ver!!
E, como diz o Sr Professor, nem entendem que estão a cair num imenso equívoco: confundem informação com alarmismo. E põem o povinho a pão e água! Não nos chegava o Engenheiro!!!
Por outras palavras, digo que o jornalismo é um instrumento incapaz de discernir entre uma queda de bicicleta e o colapso da civilização.
Gabiela, a principal causa de morte em todo o mundo, é mesmo a diarreia, incluindo a jornalistica!
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