Primeiro foi Assunção Cristas, agora Passos Coelho a defender uma reforma da Segurança Social e a lançar o desafio ao PS. PSD e CDS/PP, é bom lembrar, tiveram a oportunidade de a fazer mas a solução que apresentaram, que a bem dizer não configurava uma verdadeira reforma, foi chumbada pelo Tribunal Constitucional.
Já é difícil negar que há um problema de sustentabilidade do actual sistema de pensões. Há soluções técnicas para o problema, o que falta é uma solução política. E uma solução política depende de haver vontade política. Uma solução política exige diálogo político e diálogo social. Um exercício difícil e exigente, mas necessário. Sem uma base alargada de representação social não há condições para fazer mudanças.
Como em muitos outros domínios, tem-nos faltado capacidade de realização, de olhar para um horizonte mais alargado. Não tem havido coragem política. A fraca intervenção da sociedade civil não ajuda, constitui uma barreira. O passar do tempo que por vezes pode ser uma solução para certo tipo de problemas, neste caso não o é, muito pelo contrário, com o decorrer do tempo as dificuldades crescem e o campo de hipóteses vai-se estreitando.
É fundamental que o PSD apresente, então, uma proposta de reforma da Segurança Social, para que se conheça quais são as mudanças que devem ser concretizadas. É preciso que passe das palavras aos actos. Seria um ponto de partida para abrir uma discussão. De outra maneira, a medida defendida não passará de um anúncio de circunstância ou de uma "provocação" política sem qualquer outra consequência...
3 comentários:
Cara Margarida Corrêa de Aguiar,
Eu não o faria (mas quem sou eu) e duvido que o psd o faça porque seria um completo desperdício. Se há interesse, então os partidos no poder que o afirmem e solicitem.
Os partidos de extrema-esquerda têm outra visão, em especial o bloco que se aliou ao ps por razões negativas, revanchismo sobre os psd e cds e canibalizar o ps e irá continuar a fazê-lo enquanto isso lhe for proveitoso para a sua estratégia de longo prazo, que como se sabe e faz parte das suas linhas programáticas/ideológicas, mas evitam dizê-lo para não afugentar o eleitorado, é de instituição de um regime comunista.
Caro asam
Passos Coelho veio hoje deixar uma indicação do que deve ser feito:
"Sobre a Segurança Social, o líder do PSD defende que é preciso alterar a natureza do regime de pensão definida para um regime de contribuição definida, ou seja, o pagamento de contribuições é capitalizada a “uma determinada taxa” e as pessoas vão percebendo qual vai ser a pensão que vão receber no fim da vida ativa. Passos Coelho garante que este esquema “não implica corte de pensões”, mas exige “pode é exigir outro tipo de financiamento”, por exemplo, do Orçamento. “Se o objetivo é chegar a um compromisso tem de haver cedências de parte a parte”, disse o primeiro-ministro" (no Observador).
Obrigado pela informação.
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