Um apurado e coincidente critério jornalístico fez o inesperado e pitoresco milagre de tornar José Eduardo Martins e Pedro Duarte como os santos e heróis do Congresso do PSD, promovidos e entrevistados em todos os telejornais, citados a toda a hora por todos os jornalistas de todos os canais.
Podia certamente ter-lhes dado, aos chefes jornalistas, para pior. Ou para melhor, sabe-se lá!...
5 comentários:
No congresso, não se ouviu de Passos Coelho nas duas intervenções que fez, uma palavra sobre a melhoria das condições de vida das pessoas, das famílias. Nem uma palavra sobre o estado em que deixou económica e socialmente o país, nem uma palavra sobre os mais de dois milhões de pobres, os baixos salários, a quebra do investimento em cerca de 25%, a quebra do número das pessoas empregadas, a quebra da riqueza nacional produzida (PIB) em cerca de 6%, o aumento da dívida externa em líquida em mais de 20% no período em que governou.
Escolheu para temas primordiais das suas intervenções a “reforma da segurança social”, a “reforma eleitoral” e as eleições autárquicas que decorrerão em finais de 2017 e à mistura, as mesmas ameaças, as ameaças de sempre ao bem-estar das pessoas se estas não estiverem dispostas a acatar as suas propostas políticas da “austeridade sem fim”.
Não só, meu caro Pinho Cardão. A verdadeira estrela da companhia para os media acabou por ser - como acaba sempre por ser - Pedro Santana Lopes, agora que Rebelo de Sousa não está em posição de animar as hostes. J.E. Martins, Pedro Duarte e P. Rangel só foram astros porque à comunicação social não interessa o que se passa nos congressos, mas nas tão só nas antecâmaras, corredores e áreas reservadas aos barões. Desta vez não houve nem antecâmaras, nem corredores, áreas reservadas nem tão pouco suites de hotel. Nada de conspirativo, pelo que aqueles distintos militantes do PSD, que deram cor a um congresso chocho, sobressaíram até à entrada em cena de PSL independentemente do que disseram. Apesar de muita coisa que disseram merecer outra reflexão e outro tratamento...
Por acaso até acho que, pela primeira vez, se cobriu um congresso de um partido da forma que deve ser. Pelo menos pareceu-me tudo absolutamente claro, tantos relativamente aos que estavam como aqueles que não estavam.
Desculpem este fora do tópico, mas aquela pessoa que está no cargo de pm vai usar o dinheiro das reformas para especulação imobiliária. É demasiado grave. Já me parece perigoso usá-lo para comprar dívida pública, mas isto é (ul)trapassa* tudo.
*) com trapaça
Caro Ferreira de Almeida:
E não sou eu a discordar do meu amigo. Acontece que Pedro Duarte e José Eduardo Martins foram promovidos a figuras do Congresso mesmo antes de este se realizar. Independentemente do que fizessem ou dissessem. A nossa comunicação social, como diz, é uma comunicação social de bastidores: quem não for iniciado nem existe. Do Congresso o que eu gostava de ouvir era a voz dos militantes anónimos, a fim de saber como vai a torrente das águas profundas. Mas, como só é dada voz aos "notáveis", de que já todos conhecemos as ideias, isso leva a um absoluto desinteresse, mesmo dos participantes, pouco estimulados a preparar discursos que sabem de antemão ser ignorados.
Caro Asam:
Trata-se, de facto, de uma abusiva apropriação de dinheiro nosso, que descontamos ou descontámos para a Segurança Social e que o governo toma como seu, em prejuízo dos beneficiários.
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