Comemora-se hoje o "Dia Nacional da Cultura Científica".
Sem uma forte cultura científica dificilmente um povo conseguirá atingir os níveis desejados de desenvolvimento e bem-estar. Importa, pois, criar condições que estimulem a apetência para a cultura científica que, a par de outras formas de cultura, tem fraca expressão entre nós.
Apesar de todas as conquistas verificadas no último século, nas diferentes áreas científicas, colocam-se alguns problemas, nomeadamente a "integridade da ciência".
Integridade, de acordo com os vários dicionários, identifica-se com várias palavras, tais como: "unidade", "incorruptibilidade", "honestidade", “inocência”, “imparcialidade”, “rectidão”, "castidade, virgindade", as duas últimas em dicionários portugueses, mas que já desapareceram nos de origem inglesa e espanhola.
A integridade não é apanágio só da ciência. Quando se fala da integridade de um artista, significa que o mesmo respeita valores estéticos ou artísticos. Quando se fala da integridade de um político significa que as suas preocupações, probidade ética e financeira, foram respeitadas. A integridade de um cientista significa respeito por valores epistemológicos em que o rigor dos princípios de investigação está associado à honestidade e partilha com terceiros. Honestidade consigo próprio, e com os outros, de modo a evitar a fraude, a fabricação, a manipulação ou a "massagem" dos dados.
Nem todos os cientistas são intelectualmente honestos, e muitos não partilham os seus trabalhos com outros.
As implicações das descobertas científicas são muito importantes, em todos os domínios da economia, mas também na organização social e cultural.
Hoje em dia, há ameaças à integridade científica, motivadas por vários interesses, apesar de estarmos muito longe de virmos a sofrer um pesadelo ao cenário descrito por Polani, autor de "Science, Faith and Society", escrito em 1946 ("Faith" referente à honestidade intelectual, respeito pela evidência): "o cientista deverá, ao acordar, sentir desejo de trabalhar com o objectivo de fazer o melhor, evitando contribuir para qualquer tipo de charlatanismo". Mas a prática, infelizmente, não é esta. A história recente da ciência está cheia de exemplos em que o não respeito e a erosão da integridade da ciência é um facto. Claro que os seres humanos têm a capacidade de reconhecer essas faltas, detectando-as, denunciando-as e corrigindo-as. É a nossa capacidade intelectual a dar o seu melhor. Entretanto, os estragos não deixam de ser aproveitados por aqueles que têm medo da ciência, alimentando formas de anti-intelectualismo, e contribuindo para um cinismo eivado, muitas vezes, de falsos conceitos morais.
Não basta dinamizar a cultura científica, é preciso promover a integridade da ciência, evitar a sua erosão e respeitar os princípios éticos.
Sem uma forte cultura científica dificilmente um povo conseguirá atingir os níveis desejados de desenvolvimento e bem-estar. Importa, pois, criar condições que estimulem a apetência para a cultura científica que, a par de outras formas de cultura, tem fraca expressão entre nós.
Apesar de todas as conquistas verificadas no último século, nas diferentes áreas científicas, colocam-se alguns problemas, nomeadamente a "integridade da ciência".
Integridade, de acordo com os vários dicionários, identifica-se com várias palavras, tais como: "unidade", "incorruptibilidade", "honestidade", “inocência”, “imparcialidade”, “rectidão”, "castidade, virgindade", as duas últimas em dicionários portugueses, mas que já desapareceram nos de origem inglesa e espanhola.
A integridade não é apanágio só da ciência. Quando se fala da integridade de um artista, significa que o mesmo respeita valores estéticos ou artísticos. Quando se fala da integridade de um político significa que as suas preocupações, probidade ética e financeira, foram respeitadas. A integridade de um cientista significa respeito por valores epistemológicos em que o rigor dos princípios de investigação está associado à honestidade e partilha com terceiros. Honestidade consigo próprio, e com os outros, de modo a evitar a fraude, a fabricação, a manipulação ou a "massagem" dos dados.
Nem todos os cientistas são intelectualmente honestos, e muitos não partilham os seus trabalhos com outros.
As implicações das descobertas científicas são muito importantes, em todos os domínios da economia, mas também na organização social e cultural.
Hoje em dia, há ameaças à integridade científica, motivadas por vários interesses, apesar de estarmos muito longe de virmos a sofrer um pesadelo ao cenário descrito por Polani, autor de "Science, Faith and Society", escrito em 1946 ("Faith" referente à honestidade intelectual, respeito pela evidência): "o cientista deverá, ao acordar, sentir desejo de trabalhar com o objectivo de fazer o melhor, evitando contribuir para qualquer tipo de charlatanismo". Mas a prática, infelizmente, não é esta. A história recente da ciência está cheia de exemplos em que o não respeito e a erosão da integridade da ciência é um facto. Claro que os seres humanos têm a capacidade de reconhecer essas faltas, detectando-as, denunciando-as e corrigindo-as. É a nossa capacidade intelectual a dar o seu melhor. Entretanto, os estragos não deixam de ser aproveitados por aqueles que têm medo da ciência, alimentando formas de anti-intelectualismo, e contribuindo para um cinismo eivado, muitas vezes, de falsos conceitos morais.
Não basta dinamizar a cultura científica, é preciso promover a integridade da ciência, evitar a sua erosão e respeitar os princípios éticos.
1 comentário:
Cito uma expressão do prof Massano: "Nem todos os cientistas são intelectualmente honestos, e muitos não partilham os seus trabalhos com outros."
Nem mais! É aquilo que eu, por variadissimas vezes, de forma menos comum talvez, chamo de EDUCAÇÂO! A sociedade de hoje só avança, e a portuguesa mais carente que outras, quando assumirmos que o nosso desenvolvimento passa por esses principios de honestidade, educação ( que inclui a ética, a deontologia - o respeito pelo outro e pela comunidade!).
Pode ser um excelente elemento de análise no programa da RTp da proxima segunda feira com o ministro do Ensino Sup. e Investigaçao e os reitores das Universidades Portuguesas! Tenham eles consciência disso!
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