No dia em que se discutia a estratégia política do maior partido parlamentar reunido em congresso, uma das televisões abria o principal telejornal com os resultados de um estudo que indica que os portugueses têm agora pés maiores...
Dificilmente se conseguiria melhor prova do interesse que este congresso do PS despertou.
O congresso do PS foi, como se previa, um exercício de auto-elogio. E nem as vozes críticas de Manuel Alegre, Helena Roseta, João Proença ou Fonseca Ferreira causaram qualquer dramatismo. E sem dramatismo, os congressos - todos os congressos - são um imenso bocejo.
Porém, Alegre, Roseta, Proença e Fonseca Ferreira longe de incomodarem o unânime secretário-geral, foram para Sócrates e para o PS de uma não desprezível utilidade. Ao quebrarem a unicidade do discurso à custa da reposição de alguns temas caros à esquerda ideológica, permitem que no inconsciente profundo da opinião pública se considere que, apesar das muitas políticas marcadamente liberais deste governo (algumas muito mais intensamente liberais do aquelas que o PSD teve coragem de prosseguir quando no governo), elas são fruto da conjuntura que não permite outras alternativas. E não da definitiva perda da chave da gaveta onde, nos idos de 1983, o então secretário-geral do PS e chefe do governo - Mário Soares - guardou bem guardado o socialismo.
Aquele grupo de personagens é, pois, o abono de família da referência ideológica histórica do PS. Tal como o verdadeiro abono de família, representa pouco. Mas a sensação é a de que, por pouco que signifique, dá jeito.
5 comentários:
Os portugueses têm, agora, pés maiores e o Penim vai tendo as ideias cada vez mais curtas.
Como se pode comprovar pelas novas reportagens que tem feito incluír nos blocos noticiosos.
José Mário,
Totalmente de acordo, foi um congresso de auto-elogio.
Confirmaram-se as previsões dos amadores e profissionais comentadores políticos. Nada de novo!
Este foi o congresso de consagração e de consolidação de José Sócrates, com evidente reforço da sua liderança enquanto Secretário-Geral do PS e Primeiro Ministro de Portugal, com mais ou menos "estado de graça".
A voz da família da esquerda do PS contribuiu para isso mesmo.
O PS mostrou que é o que em cada momento é preciso ser, para viabilizar uma governação "socialista". E está certo. Nada de novo.
Flexibilidade (ou elasticidade, como preferirem) é a palavra de ordem: umas guinadas ora mais para a direita, ora mais para a esquerda, consoante as circunstâncias da governação.
Mas a ideologia socialista essa não se perdeu, basta ver que as políticas e as reformas do Governo, em particular nas áreas sociais, não abdicam de uma intervenção estatizante, aquela que seria desejável justamente aliviar. Também aqui nada de novo.
Como o busto de Sá Carneiro, caro JMFA, uma vez que os discursos do Santana Lopes já não têm o efeito "ideológico" que tinham
De novo, de novo mesmo... apenas que o salário minimo vai aumentar...ao longo de 3 anos. Por acaso o 3º aumento, a cereja no cimo do bolo, coincide com 2009, ano eleitoral. Estes sim, verdadeiros "abonos de familia", devidamente programados.
Estou a ouvir em 2009- "...há 3 anos que vimos aproximando o salario minimo nacional dos niveis europeus! Ainda não chegamos lá...mas lá chegaremos, se continuarem a acreditar em nós!"
Nota ao Sininho: questão de somenos, mas o seu a seu dono, mesmo a asneira! O Penim, apesar das suas ideias curtas não é o responsável pelas Noticias, nem pela Informação da SIC. Só pelos programas.
e confirma-se que manel alegre é o santana do ps..leia-se o animador de congressos
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