Um dos gostos mais requintados dos nossos Ministros da Economia tem sido a reestruturação accionista nas empresas ainda parcialmente detidas pelo Estado, que fazem suas para o efeito. A comunicação social costuma acompanhar, quase em tempo real, esse denodado esforço, transmitido por leais gabinetes de imprensa e que inclui sobretudo viagens e conversas com as grandes multinacionais, já que o trabalho interno é adjudicado a ilustres consultores e bancos de investimento também globais. E a glória chega quando um qualquer jornal, na coluna dos altos e baixos, coloca o Ministro com a seta virada para cima, depois de uma qualquer etapa desse inabalável trabalho. E quando é entrevista a formulação final, mesmo que no dia seguinte tudo se volte a baralhar, o Ministro é coberto pela glória total.Passageira, no entanto, como qualquer glória.
Pina Moura deixou a GALP bem entregue aos accionistas que congeminou. O desenho permitiu até que um grupo de accionistas ganhasse uns bons proventos com a operação. Carlos Tavares não concordou com o modelo e só parou quando fabricou novo exemplar, a seu gosto. O qual, noblesse oblige, Manuel Pinho rejeitou, tendo esfalfado os consultores em engendrar um outro. No meio da estafa, sem solução à vista, apareceu um empresário, Américo Amorim que, mercê dos modelos sucessivamente congeminados, já lá tinha estado e já tinha saído, o qual se apresentou para patrioticamente viabilizar a operação. Em desespero de causa, logo foi aceite, embora ministerialmente obrigado a manter o Presidente Executivo e a deter a posição por um bom par de anos.
Para além de A. Amorim, também com ministerial acordo, ter entretanto feito gato sapato do primeiro ponto, notícias recentes dizem ainda que, em total contravenção a um modelo tão laboriosamente construído, já vendeu parcialmente as suas acções à Gazprom.
Pina Moura deixou a GALP bem entregue aos accionistas que congeminou. O desenho permitiu até que um grupo de accionistas ganhasse uns bons proventos com a operação. Carlos Tavares não concordou com o modelo e só parou quando fabricou novo exemplar, a seu gosto. O qual, noblesse oblige, Manuel Pinho rejeitou, tendo esfalfado os consultores em engendrar um outro. No meio da estafa, sem solução à vista, apareceu um empresário, Américo Amorim que, mercê dos modelos sucessivamente congeminados, já lá tinha estado e já tinha saído, o qual se apresentou para patrioticamente viabilizar a operação. Em desespero de causa, logo foi aceite, embora ministerialmente obrigado a manter o Presidente Executivo e a deter a posição por um bom par de anos.
Para além de A. Amorim, também com ministerial acordo, ter entretanto feito gato sapato do primeiro ponto, notícias recentes dizem ainda que, em total contravenção a um modelo tão laboriosamente construído, já vendeu parcialmente as suas acções à Gazprom.
É a nossa sina. A de os Ministros da Economia ainda não terem compreendido que estamos numa economia de mercado, numa época de intensa globalização, em que os parceiros de hoje são os adversários de amanhã, em que os parceiros que hoje se escolhem são adquiridos pelos que ontem se rejeitaram, e vice-versa, em que tudo muda e em que os contratos têm sempre uma brecha que permite obter o contrário do que se visou. Perante esta realidade, que é esta e não outra, o único critério de venda de activos do Estado, é vender o mais caro possível.
Porque só essa prática é susceptível de defender o interesse público e não interesses privados, todos ganhávamos e os Ministros, se para isso tivessem capacidade, não deitavam fora o seu precioso tempo para atacar os verdadeiros problemas da economia.
Mas esta opção é mais dura e não traz a ministerial e almejada glória imediata.
Mas esta opção é mais dura e não traz a ministerial e almejada glória imediata.
2 comentários:
Nem mais!
ò meu caro:
Acha que eu não vendi tambem todas as acções GALP que consegui adquirir (logo que deram uma razoável mais valia?)
Só nao fui tido nem achado nas nomeações para as presidências da dita! Pequenas diferenças, num mundo que é mesmo assim!
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