Para além das que já tomou, o Governo grego viu-se agora obrigado a avançar com novas medidas para salvar o país do colapso: fim dos 13º e 14º mês, fim da renovação dos contratos a termo com o Estado, aumento de 2% a 3% do IVA, congelamento dos salários públicos e da contratação privada, passagem da idade da reforma para os 67 anos.
A própria Espanha decidiu pura e simplesmente eliminar 29 das 106 empresas públicas e vai fazer cortes significativos na alta Administração Pública, suprimir cargos de direcção e de administração, reduzir a presença no sector empresarial.
Tudo para diminuir a despesa pública.
Como na Grécia, em Portugal provou-se mais uma vez que uma crescente despesa pública deprime a economia, em vez de a fazer crescer, pelos impostos que arrasta, pelo endividamento que provoca, pelos juros que exige. Uma verdade evidente, mas que os piores cegos, os que não querem ver, ignoram e continuam a negar.
A própria Espanha decidiu pura e simplesmente eliminar 29 das 106 empresas públicas e vai fazer cortes significativos na alta Administração Pública, suprimir cargos de direcção e de administração, reduzir a presença no sector empresarial.
Tudo para diminuir a despesa pública.
Como na Grécia, em Portugal provou-se mais uma vez que uma crescente despesa pública deprime a economia, em vez de a fazer crescer, pelos impostos que arrasta, pelo endividamento que provoca, pelos juros que exige. Uma verdade evidente, mas que os piores cegos, os que não querem ver, ignoram e continuam a negar.
Pois neste estado de desgraça, e ao contrário da Grécia, Espanha, Irlanda e todos os países onde os governos têm senso, as decisões vão no sentido de manter alta a despesa e continuar os grandes investimentos públicos, ditos para promover crescimento e emprego. As mesmas decisões que levaram a um crescimento nulo, à crise económica e a um recorde do desemprego de 10,5%.
Uma travagem na despesa e nos irracionais investimentos públicos iria minoraria os danos. Ao contrário, a política de Sócrates vai obrigar, não tarda, a aplicar a receita grega. Numa total insensatez, nem olhando para esse retrato grego, com a população na rua, o governo tem emenda.
Uma travagem na despesa e nos irracionais investimentos públicos iria minoraria os danos. Ao contrário, a política de Sócrates vai obrigar, não tarda, a aplicar a receita grega. Numa total insensatez, nem olhando para esse retrato grego, com a população na rua, o governo tem emenda.
O Programa das GOP (Grandes Obras Públicas) não é apenas, pelas suas consequências, o grande destruidor de emprego, como diz Tavares Moreira, mas constitui também, na actual conjuntura, o maior ataque especulativo injustificado contra a nossa economia. O Governo Sócrates é o irresponsável especulador.
9 comentários:
Nem mais, caro Pinho Cardão, custa a crer como é possível não entender os sinais que vão chegando de todo o lado recomendando uma urgente mudança de política...
Será que se pretende mesmo chegar a um estado de total descrédito para então alterar a política?
Mas isso não será excesso de irresponsabilidade?
O governo Sócrates cada vez mais me faz lembrar a direcção de João Vale e Azevedo, mas com menos credibilidade. Mas isso deve ser mania minha...
Tudo não passa afinal de um tremendo equívoco. Os “mercados” insistem em confundir a situação económica de Portugal com a da Grécia. E de pouco valem as declarações em contrário do presidente da república, do primeiro-ministro, do ministro das finanças, do líder da oposição e dos economistas do sistema. Esses “malandros” das agências de rating teimam em não aceitar como boas todas estas beatas declarações. Simplesmente não acreditam na palavra dos nossos políticos. Sem razão naturalmente, porque se há gente que não mente, essa gente é seguramente a nossa classe política. Os portugueses podem confiar nos políticos que têm e colocar todo o odioso da situação nas ditas agências de rating. Podem acreditar nos seus governantes e aceitar mansamente o cabresto que estes lhe querem enfiar pela cabeça abaixo.
Claro que se a dívida pública subiu de 60% do PIB em 2004 para mais de 80% em 2009, qualquer coisa como 32.000 milhões de euros, os responsáveis não são os governantes mas as agências de rating. É seguramente também da responsabilidade das ditas agências a colocação dos títulos de dívida pública nos mercados internacionais e não colocar a dívida internamente. Este enjeitar de responsabilidades dos políticos, esta tentativa de desculpabilização, é de bradar aos céus.
Previa-se, desde há muito, este resvalar contínuo das contas públicas e da economia nacional. O sistema corrupto institucional que paulatinamente foi erguido, em especial nesta última década, com a criação de múltiplos e parasitários órgãos do Estado, num total e astronómico desperdício de verbas associado às políticas (as ditas “reformas” indispensáveis e da “modernidade”) de figurino único desta Europa neoliberal, só poderiam ter o desfecho a que agora assistimos.
E como as políticas continuarão a ser as mesmas, com o PS, o PSD, ou os dois juntos, como não existe uma verdadeira alternativa (não se discute a redução da despesa pública pela extinção das empresas municipais, dos institutos e outros órgãos do estado e dos seus gestores, da extinção dos governos civis, redução de deputados, …), os portugueses poderão esperar tão somente o agravamento da situação económica do país, o agravamento dos impostos e mais cortes nas funções sociais do estado. Os custos da má gestão, os custos da corrupção institucional instalada, continuarão a ser pagos pelos mesmos de sempre, pelos funcionários públicos, pelos aposentados, por todos os que trabalham por conta de outrem e, seguramente também, pelos pequenos e médios empresários.
Caro Tavares Moreira:
É seguramente excesso de irresponsabilidade. A raiar crime contra a economia.
Caro Tonibler:
A gestão VA repercutiu-se apenas na agremiação. Há aí, pois, uma diferençazita...
Caro Ruy:
Pois totalmente de acordo consigo, excepto no que se refere ao aumento da dívida, em que o meu amigo foi modesto. De 2004 para 2009, subiu 42 mil milhões de euros´, de 90,7 mil milhões para 132,8 mil milhões. Só a directa.
Contando a indirecta das empresas públicas deficitárias, a das PPPs e a das autarquias e outras, o aumento é muito maior.
Desgraçadamente. Quando a coisa aquecer a sério, vai ver que quem fez o mal ainda vai fazer a caramunha...
Caro Pinho Cardão,haverá seguramente alguma confusão quanto ao conceito de dívida Pública.
“Nos indicadores mais importantes, Portugal apresenta a evolução mais desfavorável. A subida do montante da dívida pública em percentagem do PIB, de 58,6% para 64%, foi a maior entre os 25 países da União Europeia. E o agravamento do défice de 3,2% em 2004 para 6% em 2005, conseguiu igualmente o feito de superar o valor registado em todos os outros parceiros europeus. (DN 24.10.2006)”
“Correio da Manhã: A dívida pública de Portugal em 2009 foi de 76,8 por cento e o défice orçamental de 9,4 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) divulgou esta quinta-feira o Eurostat.”
Dados do Eurostat em :
(http://epp.eurostat.ec.europa.eu/tgm/table.do?tab=table&init=1&language=fr&pcode=tsieb090&plugin=1)
Abraço,ruy
Erro meu, caro Pinho Cardão,
PIB em 2004 foi cerca de 135.000 milhões e a DP de 58,3% do PIB, logo 78.300 milhões de euros
PIB em 2009 foi cerca de 166.000 e a DP de 76,8%, logo 127.500.
Um aumento de cerca de 49.000 milhões de euros
As minhas desculpas pela precipitação.
Caro Ruy:
O que eu pretendi dizer é que o aumento da dívida, no período que indicou, foi maior do que o aquele que o meu amigo referiu.
Quanto aos valores exactos, há números do Instituto de Gestão da Dívida Pública, do BPortugal, Eurostat,OCDE., ETC. Por vezes diferem um pouco, normalmente por efeitos de ajustamentos entre as datas em que são publicados.
Caro Ruy:
Os nossos últimos comentários coincidiram no tempo.
Não tem nada que desculpar-se. O que interessa é ter-se feito luz. Infelizmente, por um mau motivo.
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