Continuando com o Ensaio de Alfredo Barroso contra Cavaco Silva no i, prelúdio das peças de ficção política que em breve subirão aos palcos de todo o país. Num dos Actos do “Ensaio”, Barroso acusa Cavaco de não aceitar continuar como ministro das Finanças dos governos chefiados por Francisco Balsemão, porventura por conhecer bem, como certamente conhecia, as consequências da política económica e financeira que ele próprio tinha adoptado em 1979-1980 - a saber: perda de competitividade da economia; agravamento brutal do défice externo; enorme endividamento em dólares das empresas públicas; recusa de financiamento por parte do sistema financeiro internacional, face um défice externo recorde.
De uma penada e para se sair bem pela porta da frente da comédia, Alfredo Barroso nega os factos históricos e inventa a história. Culpa Cavaco da política financeira de 1979-1980. Mas Cavaco não esteve no Governo em 1979. O Governo de que fez parte foi empossado apenas 3 de Janeiro de 1980 e terminou com a morte de Sá Carneiro, em Dezembro desse ano.
Em fins de 1979, data das eleições, a situação económica era difícil, na sequela das nacionalizações e da contínua sucessão de governos, bem digna da 1ª República. Após a Constituição, nos três anos e meio de Julho de 1976 a Janeiro de 1980, houve 5 governos, 2 socialistas e 3 de iniciativa presidencial. Em fins de 1979, a situação política era caótica.
Por isso, a população votou maioritariamente a AD de Sá Carneiro, penalizando os excessos revolucionários e as forças socialistas no governo que, para além das erradas políticas públicas, não tomaram as medidas conducentes a alterar o quadro económico vigente. Foi isso, sim, que trouxe todas as dificuldades apontadas por Barroso, e que Sá Carneiro e Cavaco, eles sim, herdaram. Estivessem as coisas bem e Sá Carneiro não teria ganho as eleições.
Dizer que todos aqueles problemas são as consequências da política económica e financeira que ele próprio (Cavaco) tinha adoptado em 1979-1980 é ostensiva falta à verdade e grosseira mentira. Barroso afirma, mas não cita uma única estatística que o comprove. Porque não a encontra. Por isso limita-se a afirmar. O que vale zero. No "ensaio", Barroso meteu os pés pelas mãos. O que, aliás, é vulgar em ensaios de fraca comédia.
De uma penada e para se sair bem pela porta da frente da comédia, Alfredo Barroso nega os factos históricos e inventa a história. Culpa Cavaco da política financeira de 1979-1980. Mas Cavaco não esteve no Governo em 1979. O Governo de que fez parte foi empossado apenas 3 de Janeiro de 1980 e terminou com a morte de Sá Carneiro, em Dezembro desse ano.
Em fins de 1979, data das eleições, a situação económica era difícil, na sequela das nacionalizações e da contínua sucessão de governos, bem digna da 1ª República. Após a Constituição, nos três anos e meio de Julho de 1976 a Janeiro de 1980, houve 5 governos, 2 socialistas e 3 de iniciativa presidencial. Em fins de 1979, a situação política era caótica.
Por isso, a população votou maioritariamente a AD de Sá Carneiro, penalizando os excessos revolucionários e as forças socialistas no governo que, para além das erradas políticas públicas, não tomaram as medidas conducentes a alterar o quadro económico vigente. Foi isso, sim, que trouxe todas as dificuldades apontadas por Barroso, e que Sá Carneiro e Cavaco, eles sim, herdaram. Estivessem as coisas bem e Sá Carneiro não teria ganho as eleições.
Dizer que todos aqueles problemas são as consequências da política económica e financeira que ele próprio (Cavaco) tinha adoptado em 1979-1980 é ostensiva falta à verdade e grosseira mentira. Barroso afirma, mas não cita uma única estatística que o comprove. Porque não a encontra. Por isso limita-se a afirmar. O que vale zero. No "ensaio", Barroso meteu os pés pelas mãos. O que, aliás, é vulgar em ensaios de fraca comédia.
9 comentários:
Caro Pinho Cardão
Cá estou eu de novo! Realmente o 1979 está a mais. Mas releva de alguma inconsideração da sua parte vir agora à liça com os dois governos socialistas e com os três governos de iniciativa presidencial! Como sabe, no primeiro governo socialista o ministro das Finanças foi Medina Carreira (um nome "insuspeito", julgo eu...) E Carlos da Mota Pinto era o Ministro do Comércio.
O segundo "governo socialista" , como o meu amigo lhe chama, foi um Governo de coligação PS/CDS. O primeiro Governo de iniciativa presidencial não chegou a passar na Assembleia da República e o segundo foi chefiado por Mota Pinto, sendo Manuel Jacinto Nunes vice-Primeiro Ministro e ministro das Finanças e do Plano, Álvaro Barreto o ministro da Indúsitria e Tecnologia, sendo Ministro Adjunto do PM Álvaro Monjardino, da Agricultura e Pescas Vaz Portugal, da Educação Valente Oliveira e da Comunicação Social Daniel Proença de Carvalho (este último dito da Propaganda nas palavras de Sá Carneiro). Alguns destes ministros viriam a fazer parte dos Governos de Cavaco Silva, o que é apenas um pequeno detalhe. Que diabo, sendo tão maus foram depois escolhidos por Cavaco?
Mas no ano de 1980, Cavaco Silva foi o ministro das Finanças. Está isento de culpa, como em tudo que lhe diga respeito, não é? Mas sendo caótica a situação política no final de 1979 como é que Ramalho Eanes é o presidente da comissão de honra do candidato Cavaco Silva, responsável pelos tais Governos de iniciativa presidencial? É extraordinário:a barrela serve sempre para alguma coisa... E jão não quero remontar aos tempos do PREC para encontrar aí alguns esquerdalhos que hoje andam pelo PPD/PSD...
Oh, caro Fartíssimo do Silva:
Claro que a situação política era caótica nos fins de 1979. Ramalho Eanes era o Presidente, de facto. Mas era ele o único agente político?
Fala de alguns políticos, alguns deles muito ilustres e a quem o país muito deve. Saliento Mota Pinto. Mas que podiam individualmente eles fazer com a instabilidade política que fez com que houvesse 5 governos em três anos e meio? Claro que a responsabilidade maior foi do PS que tinha ganho as eleições. Claro que teve que lidar com o clima geral, ainda muito próximo das "conquistas revolucionárias" do 25 de Abril. Mas o PS pouco ou nada fez para alterar esse estado de coisas.
Mas, levado na onda, estou para aqui com esta conversa inútil para o fim em questão. É que Cavaco não era dessa guerra. Pese o mérito dos políticos que nomeou e que reconheço, alguns constituíam mesmo uma elite, eles foram vítimas de muitas circunstâncias desfavoráveis e do facto de os governos em que estavam terem uma vida muito curta.E, com eles, mudavam prioridades e políticas públicas. O resultado não foi nada bom e desembocou na vitória da AD.
Voltando ao essencial, Cavaco não esteve em nenhum Governo em 1979 como Barroso afirmou. O que, só por si, põe em causa a afirmação de que Cavaco foi responsável pelas políticas de 1979-80. Foram Governos diferentes, pessoas diferentes, políticas diferentes, opções diferentes, prioridades diferentes. Chega?
Como é que o Pinho Cardão perde tempo com lixo? Abraço.
Não chega, caro Pinho Cardão. Eu já reconhecera que o ano de 1979 estava a mais. Ma o resto por si aduzido em defesa dos que, tendo estando lá, não são responsáveis por nada, é como tentar passar entre os pingos da chuva quando chove torrencialmente. Um bom exercício de desculapbilização no que, aliás, o seu candidato é exímio!
Ia jurar, caro Pinho Cardão, que naquela época o meu amigo era anti-eanista. Não se esqueça de que, em comícios do PSD, chegou a gritar-se: "Eanes prá Sibéria, já!". Ai a barrela, a barrela...
Caro Pinho Cardão
O João Gonçalves atrevidote, no seu melhor. Será que ele não leu o artigo do Vasco Pulido Valente no Público de ontem? Ele que costuma volta e meia transcrever na íntegra os artigos de VPV (os que lhe interessam está bom de ver)... Já agora imagino a azia com que ficou, também, quando o amigo VPV escreveu há dias, no mesmo jornal, «Mais cinco anos de Cavaco»! Lixo, lixo... Cavaco dos pequeninos!
Artigos que o meu amigo também deve ter lido. Convido-o, caro Pinho Cardão, na defesa da boa imagem do seu candidato, a varrer a testada.... Será que VPV tem carta de alforria?
Caro Pinho Cardão o meu amigo esquece-se de que os factos contam muito pouco porque ninguém está interessado em informar-se ou falar com fundamento, o que interessa é confundir tudo e desinformar, na esperança de reescrever a História...
Suzana Toscano
Os factos é que importam, contrariamente ao que insinua no seu post. Ninguém quer reescrever a História. Pelo contrário, o que se pretende é que ela não seja apagada. Daí a incomodidade de Alfredo Barroso e de outros, que, não sendo aqui lembrados, como Vasco Pulido Valente e Miguel Sousa Tavares, estão certamente a soldo da internacional socialista...
Caro João Gonçalves:
Tudo é reciclável, pessoas e coisas. E o mundo é composto de mudança, tomando sempre novas qualidades, dizia o poeta. E eu tenho alma de poeta!...
Caro Fartíssimo do Silva:
Ser Eanista, ou não, nada interessa para o caso: é conversa lateral. Como praticamente toda a do "Ensaio".
Barroso declara e afirma; mas não é por declarar e afirmar que é.
Como o meu amigo muito bem sabe.
Mas, pelos vistos, terá ainda muito que contestar.
Cara Suzana:
Temos que insistir nos factos. Porque são eles que fazem a verdade vir ao de cima. E não declarações pomposas "pour épater le bourgeois" e que constam de muitos ensaios.
Caro Pinho Cardão
Ser eanista ou não, não interessa para o caso? Desculpe, meu amigo, interessa tudo. Nos comícios do PSD gritou-se (está gravdo) "Eanes prá Sibéria, já".
Realmente, "tudo é reciclável, pessoas e coisas e o mundo é composto de mudanças, tomando sempre novas qualidades". Assim dizemos e nos desdizemos. Ai se Francisco Sá Carneiro fosse vivo... A coerência é muito bonita mas só se exige aos adversários do momento. Enquanto Eanes vencia, para os seus opositores, tudo contra Eanes. Agora, abrigam-se no Homem que ontem detestavam. É vulgar na política, em todos os quadrantes. Mas eu pensava que o Prof Cavaco Silva, que detesta a política, não entrava nesse jogo de conveniências. Mas, afinal, entra mesmo porque, na realidade, o que ele é é um político, com as virtudes e os defeitos dos demais. Bem préga Frei Tomás, faz o que eu digo, não faças o que eu faço.
Factos são factos.
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