Alegre queixa-se de que o PS não o apoia.
Alegre queixa-se de que Cavaco Silva não fala.
Assim, Alegre dá a entender que só é capaz de funcionar mediante estímulos que venham do exterior.
Não tendo força para agir, limita-se a reagir. E quando não tem por onde reagir, queixa-se.
Nesta campanha de queixumes, o que faz é negar-se enquanto líder.
Os portugueses compreendem e Cavaco vai subindo nas sondagens. Naturalmente.
14 comentários:
As sondagens, são um crédito que, se não for saldado na altura devida, conduz à falência, mas... bastas são as vezes em que essses créditos se satisfazem, à força de hipotecas... da alma, para quem ainda a guarda.
O Bartolomeu fala que nem um oráculo. E muito melhor do que o de Delfos!...
Efeitos da folhinha de louro e dos enxôfres do Parnaso, caro Dr. Pinho Cardão...
Caro Pinho Cardão
1. Convido-o a ilustrar o seu post com qualquer declaração de Alegre em que este se queixe de que o PS não o apoia. Por acaso, já tinha lido o seu primeiro link. Mas, depois do que o meu amigo postou, fui ler de novo o i. Alegre não se queixa da falta de apoio do PS. E acrescento à minha conta e só a esta: a presença de algumas figuras do PS na Campanha de Alegre só poderão prejudicar o candidato.
2. Alegre não se queixa de que Cavaco Silva não fala. O que ele diz é que Cavaco devia falar nas circunstâncias em que o referiu no link do Sol. Claro que devia falar, digo eu também. Cavaco, como Alegre bastas vezes apontou, é um gestor de silêncios. Era o que mais faltava que um candidato não pudesse fazer críticas a outro candidato, no caso Cavaco Silva, sendo que estes dois são os únicos que estão em condições de disputar a vitória na eleição presidencial.
Mas o caro Pinho Cardão, desculpe que lho diga, inverte a realidade!
É que, por virtude dos seus silêncios, o que se pode concluir é que Cavaco não age. Não age em campanha como não agiu durante o seu triste e apagado mandato. O mandato de Cavaco caracterizou-se fundamentalmente pela suas omissões; por não agir. E, das poucas vezes em que agiu, fê-lo com o passo trocado. É aplicável a Cavaco Silva, como já disse em comentário anterior, o sketch de Ivone Silva: "Com um vestido preto, eu nunca me comprometo". Ora, sem acção não pode haver reacção! Reagir pressupões um agir anterior.
3. Dizer que Alegre se nega enquanto líder não passa de uma "boutade" de Pinho Cardão. Quem se negou, enquanto poderia ter sido um líder, foi justamente Cavaco Silva, no exercício do seu mandato presidencial. E de tal modo que nunca uma recandidatura para a Presidência da República foi tão posta em causa como a de Cavaco Silva!
Caro Fartíssimo do Silva:
Muito bem, é a sua interpretação.
A diversidade é própria da democracia.
Em termo final, os cidadãos irão decidir.
Caro Pinho Cardão
Independentemente da opção de cada um de nós (a diversidade de escolhas políticas é que é própria da democracia), esperava mais de si, na defesa deste seu post!
Gostei da forma como esta breve troca de mensagens entre o caro Drº Pinho Cardão e o caro Fartinho do Silva acabou, cada um na sua, o que vem de certo modo dar razão ao Drº Alfredo Barroso -tive a honra de o conhecer na qualidade de Chefe da Casa Civil do ex-Presidente Soares; deixou-me a imagem de um homem de estado, íntegro, educado, respeitador e, pasme-se!, até cumprimentava o mais humilde dos funcionários, coisa que vai sendo rara na nova casta de tecnocratas e imitadores que por aqui e ali pululam...-, quando diz que "dois homens inteligentes não chegam necessariamente à mesma conclusão".
Gostei.
E assim deve ser, meu caro jotaC.
Numa sociedade evoluída, que preza o valor das ideias e a vantagem no seuc onfronto, o debate deve ser franco, aberto, mas elevado. E sem a pretensão de levar o outro ao tapete. Esse é um dos equívocos mais venenosos que se instalou na sociedade portuguesa, o de julgar que a exposição dialógica de convicções tem de terminar sempre com a derrota, e às vezes com a humilhação do interlocutor.
Caro Drº Ferreira de Almeida:
Permito-me realçar a -lição de civismo e de valores democráticos que o seu comentário encerra.
Caro jotaC:
Lamento discordar de si no ponto em que diz que a troca de comentários permite, de certo modo, dar razão ao Dr. Alfredo Barroso.
De facto, quando Cavaco afirmou qualquer coisa como duas pessoas, usando as mesmas premissas, chegam a conclusões idênticas, a afirmação não pode ser retirada do contexto. Cavaco não se referia a quaisquer situações, mas a certas situações.
Por exemplo, se há um défice orçamental, e se se pretende cobrir esse défice não mexendo na receita nem na despesa, há que recorrer ao endividamento. A conclusão não pode ser outra.
Também se se vê chover, é porque chove, a conclusão não pode ser outra. Pode-se é dizer que chove muito ou pouco, isto é, ter uma apreciação qualitartiva. E esta, sim, pode mudar.
Quanto ao comportamento educado do Dr. Alfredo Barroso, se é como diz, só há que louvar. Mas, entre cidadãos, é o mínimo exigível.
Sans rancune...
Caro Drº Pinho Cardão:
Na altura em que V. Exa. abordou aqui, por diversas vezes, o artigo do Drº Alfredo Barroso publicado no i, abstive-me de opinar por três razões, a saber: -a primeira não tinha e continuo a não ter tão fortes convicções; -a segunda por achar que opinar apaixonadamente sobre opiniões conduz quase sempre a posições irredutíveis; -a terceira por achar que a troca de comentários estava ao mais alto nível e, por isso, a minha intervenção seria pelas razões expostas desprovida de interesse.
Foi tudo isto que me “ficou” em memória, e mais a tal questão de que o caro Drº precisa agora deste modo: -“(…)De facto, quando Cavaco afirmou qualquer coisa como duas pessoas, usando as mesmas premissas, chegam a conclusões idênticas, a afirmação não pode ser retirada do contexto (…)”.
Como é óbvio eu generalizei para o diálogo que então se estabeleceu entre V. Exa. e o principal anfitrião, duas pessoas inteligentes…
Ambos mantiveram as convicções e posições diferentes, se bem me lembro…
Permita-me dar-lhe um abraço!
Caro Paulo:
Registo com agrado a atenção que dispensou ao meu comentário.
Quero dizer-lhe que não fui (nem sou) íntimo do Drº Alfredo Barroso, e muito menos pertenci há sua “equipa” política aquando do exercício das suas funções. Fui apenas, digamos, um observador atento do seu comportamento, da sua actuação política e profissional durante 10 anos, o que julgo ser um período suficientemente longo para emitir algum juízo de valor sobre a sua pessoa.
Como certamente compreenderá, não devo dizer mais do que já disse, sob pena de me exceder e também ninguém me encomendou o sermão…
As minhas convicções continuam ténues, mas admito que haja quem as tenha claras e bem fortes!.
Termino dizendo-lhe que na generalidade aprecio seu comentário e, como é óbvio, respeito as suas opiniões e convicções.
Retibuo iguais cumprimentos.
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