1.A zona Euro conseguiu sobreviver em 2010. E, muito provavelmente, sobreviverá também em 2011...
2.A questão que se pode colocar é a de saber como, a que preço, a zona Euro conseguirá essa sobrevivência.
3.Esta questão é abordada num interessante artigo de Wolfgang Munchau, publicado no F. Times de 30 de Dezembro – as afirmações do nº1 supra constam exactamente desse artigo.
4.W. Munchau diz esperar que Portugal seja o próximo país do Euro a recorrer à assistência do Mecanismo Europeu de Estabilidade Financeira (EFSF) e do FMI, na sequência da Grécia e da Irlanda, enquanto a Espanha (para já pelo menos) deverá passar sem essa ajuda...
5.O articulista sustenta que, mesmo com o apoio do EFSF/FMI, os países assistidos dificilmente conseguirão evitar uma situação de insolvência mais tarde ou mais cedo.
6.A assistência EFSF/FMI resolve um problema de financiamento, temporariamente, mas não assegura uma situação de solvabilidade que, com o tempo, tenderá aliás a agravar-se.
7.O ponto fundamental do argumento está nas enormes perdas de competitividade sofridas pelas economias dos periféricos, que agora, sem dinheiro e em regime de austeridade muito prolongada, as impede praticamente de crescer: a dívida, vencendo taxas de juro nominais (6%, 7% ou mais) bastante superiores ao crescimento nominal do PIB, condenará essas economias, de modo irreversível, a uma situação de insolvência...
8.A conjugação de (i) um endividamento altíssimo, muito acima de 100% do PIB, vencendo taxas de juro muito elevadas e de (ii) um enorme défice de competitividade -constitui um problema praticamente sem solução se não houver recurso a desvalorização da moeda e/ou inflação...
9.Mas, continuando no Euro – sendo a saída um cenário de terror, sobretudo para os políticos dirigentes – não existe qualquer hipótese de desvalorização e/ou inflação...
10.Um cenário imensamente complexo, sem dúvida, a seguir com a máxima atenção ao longo de 2011...
23 comentários:
Imaginemos, caro Dr. Tavares Moreira, uma aldeia constituída por 25 famílias, habitando cada uma delas uma residência.
Ao entrarmos na aldeia, deparamos à nossa direita com um muro extenso, ao meio, um portão enorme em ferro forjado, pintado de verde e encimado por pontas de lança em dourado reluzente. Do lado de dentro, podemos observar uma alameda ladeada por antigos carvalhos, que conduz a um vasto edifício com dois séculos, com um pórtico de entrada monumental, com colunas de jade, de cada lado da grande porta em madeira de castanho maciça. Em frente à fachada do edifício, para lá da ampla rotunda, estendem-se imensos relvados e canteiros de diversas flores, salpicados por majestosos lagos e escadarias em pedra, que dão acesso aos diferentes planos do jardim. Nas traseiras da mansão, as cavalariças e os picadeiros, a seguir um court de ténis e logo depois um campo de golf com 18 percursos, ao fim, um bosque com diversos hectares de área, limita a propriedade.
Esta família, emprega: 1 mordomo, 2 governantas, 3 motoristas, 3 cozinheiras, 4 criadas de dentro, 4 criadas de fora, 5 jardineiros e 3 tratadores de cavalos. Todos os empregados da mansão habitam cada um a sua casa, que compõe a aldeia, sendo que; o mordomo habita a casa em frente, uma moradia com 2 pisos, 300 metros quadrados de área, 5 quartos, sendo 1 deles suite, um salão com lareira e recuperador de calor, aspiração central, cozinha inteligente, garagem para 4 carros, piscina e campo de ténis. As duas casas seguintes, pertencem às governantas, têem uma área de 200 metros quadrados, 3 quartos, 2 casa de banho, cozinha equipada, vidros duplos, alpendre para um carro, um pequeno jardim à frente e uma churrasqueira nas traseiras. As 3 cozinheiras habitam as 3 casas seguintes com 150 metros quadrados de área, 2 casas de banho, dispensa, cozinha e um quintalinho à parte de trás. As 4 criadas de dentro e as 4 criadas de fora, habitam as 8 moradias seguintes, em banda, geminadas, com 80 metros quadrados cada uma, 2 quartos, uma casa de banho, cozinha e sala comum. Os 5 jardineiros, habitam as 5 moradias seguintes, geminadas também, com 50 metros quadrados, cada, um quarto, uma cozinha, uma casa de banho e uma salinha pequenininha. Os 3 tratadores de cavalos, moram lá no fundo da aldeia, cada um numa barraquinha de madeira, sem áqua, nem luz, nem esgotos, recolhem a água da chuva, tomam banho 2 vezes por ano, cozinham numa fogueira a um canto do barraco e dormem no chão...
Haverá competitividade, ou evolução tecnológica, que valha a este gente?
Não sei como é nos outros países mas em Portugal arrisco afirmar que o nosso problema não é falta de competitividade, o nosso problema é ter uma economia em que mais de 70% são serviços.
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O nosso problema não é falta de competitividade é falta de mais empresas que ou exportem, ou substituam importações.
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O calçado exporta 95% do que produz (em 2010 face a 2009, as exportações deram um pulo de quase 2%)
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O mobiliário exporta 60% do que produz (em 2010 face a 2009, as exportações deram um pulo de 26%)
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O têxtil está a recuperar, não com base no preço mas com base na moda, na rapidez e na flexibilidade (em 2010 face a 2009, as exportações deram um pulo de quase 5% para atingir o valor mais alto da década)
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A maquinaria aumentou as exportações (em 2010 face a 2009, as exportações deram um pulo de quase 15%)
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O vinho aumentou as exportações (em 2010 face a 2009, as exportações deram um pulo de cerca de 20%, tendo o preço de venda aumentado cerca de 9%).
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Só nos últimos quinze dias assisti: a uma apresentação da empresa de azulejos Dominó que exporta 60% do que produz... azulejos e exporta 60%, fica a 3/4 km da aldeia onde nasceu o meu pai e não fazia ideia; a uma apresentação da Endutex que exporta 72% do que produz; ontem o Jornal de Notícias falava da Empresa Têxtil Nortenha que exporta 92% do que produz e da Somelos que exporta 90% do que produz.
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Para várias empresas com que trabalho e, que não pertencem a estes sectores, plásticos, por exemplo, 2010 foi o melhor ano de sempre. O que é que é comum a todas elas? Exportam mais de 90% do que produzem.
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Por tudo isto, defendo que o problema não é falta de competitividade!!!
"Em 2010, as exportações nacionais de azeite vão aumentar cerca de 20 por cento, ultrapassando as 40mil toneladas e com um volume de facturação de 130 milhões de euros."
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http://www.confagri.pt/Noticias/Pages/noticia32546.aspx
CCz,
Pena que não trabalhemos todos no calçado...
Caro Tavares Moreira,
Como sempre disse, até se poderia cobrar impostos para queimar. Mas para alocar pessoas, isso não. No fim do dia, enquanto as pessoas não estiverem a trabalhar umas para as outras e estiverem a receber para uma estupidez qualquer que um imbecil de um ministro achou que era importante, bem podemos dizer que o problema é do euro, do juro, do vulcão, dos especuladores da economia de casino, da Merkle, do Bush,....
Caro Tavares Moreira
Ainda não percebi bem se compreendemos a "situação" na Europa, nem sequer os "desafios", as "opções" que se nos colocam. A palavra mais correcta seria "les enjeux que se presentaint au Portugal".
Se bem que de uma forma menos clara, a dinâmica europeia mudou, essa sim, nos últimos dois meses. (É curioso que o nosso PM, tão ágil a detectar as mudanças rápidas, não tenha detectado esta).
É já possível afirmar que é claro que o interesse europeu, reside na manutenção do euro. O interesse europeu está centrado no norte da europa, isto é, quem define o interesse europeu é o norte da europa; logo, quem o defende ( o aludido interesse) é esse norte.
Também (me) parece claro que a regra da unanimidade, face a uma situação de emergência, (como parece ser a em que nos encontramos) desapareceu. Neste caso, a maioria não é de votos mas, de realidades económicas.
Ao cabo de 24 anos de adesão, mais de 100.000 milhões de ajuda e projectos e planos incontáveis, não estamos em situação de pedir a extensão da moratória para "ficarmos iguais aos países europeus".
Por isso, o que WMunchau quer dizer, aliás como outros comentadores, é que temos (gregos e portugueses) cerca de 3/4 anos para tentarmos ficar no euro, caso falhemos, teremos mais 2/3 para sair.
Em Portugal, como na Grécia, ainda não perceberam qual é a questão e como deve ser colocada. Por isso, comentários como os de Bartolomeu e Ccz não ajudam nada porque demonstram um grande erro de paralaxe.
Este é o motivo central porque tenho uma enorme preocupação pelo futuro do país isto porque ainda não se percebeu que o FEEF é uma ajuda e não "a" panaceia universal; e que, (porque é uma ajuda) no final do período, se não resultar servirá de justificação para a expulsão.
Historicamente será um erro se não conseguirmos com sacríficio e abnegação oferecer um futuro próspero e sustentável aos nossos filhos.
Cumprimentos
joão
Caro Bartolomeu,
Mas essa é uma excelente caricatura da estrutura da economia portuguesa, no que ao sector público administrativo + empresarial respeita!
Verifico que o meu Amigo entrou em 2011 cheio de fulgor e com um acutilante sentido de observação da realidade!
Mas a competitividade, no modelo simples de economia que tão bem descreve, até poderia ser verdadeiramente arrasadora: o modelo poderia ser exportado, inteirinho, para um emirato árabe ou talvez para o amigo Hugo, que teriam certamente o maior interesse em replica-lo!
Olhe que a conclusão ainda pode ser bem diversa daquela que se lembrou de sugerir...
Caro Ccz,
Achei muito curioso o seu comentário que me fez recordar um livro de Paul Krugman que li há uma 1/2 dúzia de anos, intitulado "Pop Internationalism".
É um livro muito engraçado, não muito extenso, em que o autor põe em evidência aquilo que entende serem as falsas ideias acerca da competitividade entre países os erros de política que daí podem decorrer.
A competitividade, no entendimento de Krugman, não pode ser medida entre países mas sim entre empresas ou sectores produtivos.
Na esteira de Krugman, o Senhor também vem por em causa a ideia de competitividade que por aí corre.
De facto, podem existir empresas ou sectores bem competitivos num país de grande insucesso económico...
O problema pode estar, crucialmente, na deficiente estrutura produtiva do País - no nosso caso, com um excesso absolutamente desmedido de recursos afectos a actividades não produtivas ou muito pouco produtivas - sectores públicos administrativos e empresariais. Estamos diariamente a ser defrontados com notícias de esbanjamento de recursos em despesas inúteis que contribuem para o endividamento absurdo do País - que tornam inevitáveis os desequilíbrios económicos que conhecemos!
Caro João,
Com a sua habitual argúcia, vem dar um contributo de inegável valor acrescentado a este debate.
De facto, creio que nos defrontamos, desde há bastantes anos aliás, ao nível da decisão política,com um défice impressionante de compreensão dos problemas com que nos debatemos!
E não compreendendo a verdadeira natureza desses problemas é meio caminho para o seu arrastamento ou agravamento, como temos constatado!
Só que agora, muito próximos do "abismo", os riscos e a gravidade das consequências dessa falta de entendimento são exponencialmente elevados...
Caro Tonibnler,
Parece-me algo enigmático o seu comentário, confesso, envolto num grau de sofisticação muito elevado - com raciocinio do tipo de 2ª ou 3ª derivada...
Em todo o caso, arrisco que tenha razão!
Erro de economista, caro Tavares Moreira. os fenómenos económicos não são diferenciáveis e, logo, nem a 1ª derivada existe ...;)
O comentário do CCz diz mais ou menos a mesma coisa. Economia é trabalho, não é dinheiro. Enquanto o estado despejar dinheiro sobre trabalho que "acha" útil para alguém, a nossa economia vai continuar a definhar, com dinheiro ou sem dinheiro, i.e., com liquidez ou sem ela. Até à próxima...
Caro Tavares Moreira
Quando lhe escrevo este comentário, 04/01/11, o spread da taxa de juro face ao bund alemão encontra-se nos 4.203; talvez antecipando a próxima emissão a 05/01/11.
Uma rápida "visita" à edição on line dos jornais de referência, não encontro qualquer menção ao assunto; rondam todas a crise mas, não abordam o essencial.
No final séc XIX, ocorreu um temporal no Canal da Mancha e, como consequência, as ligações entre o Reino Unido e o Continente foram cortadas. A manchete dos jornais britânicos era a seguinte: "Temporal na Mancha, Continente isolado".
Estamos na mesma; Portugal à beira da bancarrota, claro que as manchetes locais serão sempre: "A crise do Euro"; "A insensibilidade alemã" A teimosia da Sra Merkel".
Cumprimentos
joão
Oh, caro Tonibler, essa não esperava eu de si! Então as grandezas económicas não são diferenciáveis? Como calcula as elasticidades (preço da procura, por exemplo)?
Certamente que me vai responder que as "grandezas" podem ser diferenciáveis mas os "fenómenos" não...
Mas a "arte" da economia está precisamente em transformar fenómenos em grandezas, mediante a utilização de pressupostos simplificadores, a fim de melhor poder trata-los em modelos matematicos...
Por isso a previsão económica é tão falível - mas mesmo assim menos falível do que a previsão meteorológica, esta última uma ciência "exacta"!
Quanto ao resto - que é até o mais importante, está o meu amigo cheio de razão!
Caro João,
Tem muita graça essa alusão ao modo como os britânicos qualificavam o bloqueio do Canal!
E encaixa na perfeição para explicar o modo como se reage em Portugal - nos meios oficiais, certamente- face aos problemas que afectam a economia portuguesa!
Ou seja o problema não é nosso, é dos outros - nós "apenas" sofremos as consequências o que, "bem vistas as coisas", até se se pode considerar secundário...
Caro Dr. Tavares Moreira,
não sei se o Huguinho estaria interessado neste "franchising", ao que parece ele está mais interessado em piscar o olho à menina Hillary.
Vai ver que um dia destes, ainda vamos ouvir o menino Huguinho, declarar-se disponível para comprar a dívida pública espanhola, do mesmo jeito que o menino Hortinha se mostrou disponível para comprar a nossa.
Ainda o vamos ver na TV, mandar calar El-Rey...
Caro Tavares Moreira,
O meu caro pode calcular as elasticidades. Daí até que isso signifique alguma coisa, implicava que a economia se comportasse como um sistema onde as elasticidades são uma medida relevante, que até era quando as escalas de tempo eram enormes devido aos constrangimentos de comunicação.
Hoje ainda as pode calcular, mas tem que ignorar tudo o que se passa dentro do intervalo de tempo a partir dos quais a derivada é matemática e fisicamente valida. Mas ao fazer isso, vai chegar a conclusões grosseiramente erradas, como as várias crises nos vêm mostrando.
No clima, isto já se sabe há muito tempo, razão pela qual as previsões são sempre limitadas a intervalos muito curtos de tempo e sempre com grande reserva.
De qualquer forma, posso dizer-lhe que estando a segunda parte do comentário correcta, a primeira também está porque uma é consequência da outra. Sou mesmo um chato...:)
Caro Tavares Moreira
Deixe discordar da sua definição do problema: não se trata de um problema da economia mas sim, um problema nacional.
O que se joga nos próximos 2/4 anos é o futuro dos nossos filhos e dos nossos netos. Sei que nos tempos que correm, a história e o julagamento da mesma é um mero pormenor mas, estamos a por em risco de criar um sério problema para a coesão nacional. Temo que, em troca da satisfação momentânea dos nossos interesses, estejemos a hipotecar, literal e metaforicamente,o bem estar, a prosperidade e a sustentabilidade nacional. Dificilmente as geraçõeas futuras, em especial a que nos vai seguir, perdoarão que, por comodismo egoísta e de curto prazo, não nos empenhemos em realizar os sacrfícios que são necessários para sairmos desta enrascada.
Como, uma vez ouvi a uma colaboradora mais jovem: há que tratar bem os jovens, porque são eles que vão escolher o lar para onde vamos......
Cruel mas realista
Cumprimentos
joão
Caro Bartolomeu,
Faz bem em não desconsiderar as potencialidades da intervenção do jovem Hugo...para além de um democrata respeitado e respeitador dos direitos alheios, ele bem pode ser a "Chave" da solução para as dívidas dos periféricos...caso a sua tivesse melhor "rating" o que não é o caso!
Assim o jovem e exuberante Hugo terá que se dedicar, por enquanto e no seu próprio interesse, a tratar da sua (do seu País) dívida tentando melhorar o seu "status"...
O que se não afigura tarefa simples e de futuro risonho, face às opções de política que vem seguindo!
Caro Tonibler,
Essa de chato é que nunca! Meu amigo adquiriu um estatuto, no quadro de comentadores do 4R que lhe dá direito a exprimir as suas opiniões sempre que e como muito bem entender.
E no dia, se o houver (espero bem que não), em que as suas posições pudessem ser consideradas "chatas", então...então isso seria um indicador seguro de que o 4R estaria enfermo, sendo urgente a intervenção do Prof. Massano!
Quanto ao resto, mantemos saudavelmente o nosso desacordo no acessório e o acordo no essencial!
Pois é CCz ..o problema nao é na competitividade ..o problema é na quantidade ..deveria haver muitissimas mais empresas a exportar ..mas é dificílimo abrir empresas e mantê-las com as regras laborais do tempo do jurássico.
A Endutex que cita por exemplo é o que resta de um império textil de Vizela..hoje emprega uma infima fraçao do que já empregou.
Ela hoje emprega umas 200 pessoas ..
Este post caro Tavares Moreira ..é uma certidao de obito a curto prazo .
Vocë no meu outro comentário disse que eu apoio soluçoes radicais ...mas e entao ? se o estado de cadáver se aproxima nao urgem soluçoes radicais ? prefere uma guerra civil ? terrorismo?
Se o pé começa a gangrenar nao é preciso cortá-lo? isso é ser radical ..mas salva.. e nós estamos a deixar que uns bandamencos estejam a tomar o destino de Portugal ..vamos ficar para a História como os bananas covardes que se deixam manipular por esses bandamecos ladroes ..corruptos ..pedófilos..
CHEGAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
Caro João,
Como eu entendo a sua expressão de incomodidade perante a tremenda injustiça inter-geracional em curso!
Todavia, o facto de o entender- e mais do que isso, de subscrever essa expressão de incomodidade - não altera o meu entendimento de que estamos perante um problema que na sua génese e em muitas das suas principais consequências é um problema económico.
Ou, se preferir, um problema que resulta da acumulação de pesados erros de política económica doméstica, que assumiram muito especial gravidade a partir do momento em que aderimos à zona do Euro, em 1999...
Esse foi o momento decisivo, em que o prosseguimento das políticas que já vinham de trás se tornou absolutamente fatal.
A esse respeito, espero que nos faça justiça - ao 4R e em particular a alguns dos que por aqui labutam - por desde mutio cedo termos denunciado os erros dessa política.
E fizemo-lo em permanente coerência - chegando a sofrer duríssimas consequências dessa atitude de alerta difícil e nada compreendido - enquanto que os agora chamados "decisores políticos" (apoiados por um exército de cumplicidades a começar em altas esferas da decisão financeira) insistiam no erro, alegre e insanamente embalados pela falsa euforia que o Euro desencadeou em Portugal!
Agora, meu caro, "bate-chapas e tinta Robiallac", como diz o outro...
Mas o mal está feito, os que o fizeram beneficiam hoje de imensas mordomias em prateleiras douradas e alguns dos que se bateram publicamente contra os erros cometidos acabaram, por uma questão de pura vingança - pura vingança pode estar certo - barbaramente sancionados!
Quer pior do que isso, para juntar à sua bem observada injustiça inter-geracional?
Caro Caboclo,
Registo sua justa indignação, a qual levanta um lógico problema de método (aliás habitual): como passar das palavras aos actos?
Caro Tavares Moreira
As minhas desculpas, estes lapsos de quem quer escrever muito depressa acarreta alguns "semi" equívocos.
No meu comentário, onde se lê "problema da economia" devia interpolar-se: "só um" ou "apenas um".
Quanto ao resto do seu comentário nada a acrescentar. Confesso-lhe que, de todos os "ilustres" nacionais, aquele que mais admiro e não deixo nunca de ler é Sá de Miranda. Deve ter sido uma época bem interessante a dele.
Historicamente, a situação mais semelhante à que estamos a passar e a mais próxima, é a transferência da corte portuguesa para o Brasil, antes da chegada das tropas françesas.
Em 1807 tivémos uma "janela de oportunidade" para fugir ao destino que outros estados e reis europeus, às mãos das tropas napoleónicas. Com esse movimento D João VI assegurou a manutenção da unidade nacional e a sustentabilidade futura do país.
Sem querer entrar em detalhes, o gesto do rei português foi inédito na Europa da época e impediu, certamente, a divisão, em, pelo menos, três partes, de Portugal.
Não vale a pena sequer argumentar que as circunstãncias fácticas são diferentes, isso é ilustrar o óbvio. O que quero sublinhar é as ameaças e oportunidades tem a mesma importância: hoje decide-se a sustentabilidade do projecto nacional e temos uma oportunidade única de fugir do ciclo e circulo vicioso que nos faz manter no mesmo local há mais de 100 anos; há 200 anos decidia-se a continuação do porjecto nacional e de sair do bloqueio em que nos encontrávamos.
Nesse sentido, estamos perante um desafio que não se esgota na avaliação que a próxima geração fará de nós; trata-se de um desafio que terá consequências para as próximas duas/três gerações.
O artigo de Pacheco Pereira no Público de domingo, salvo erro, é apenas uma pálida antevisão do que pode ser o nosso futuro
Cumprimentos
joão
Caro Tavares Moreira,
Agradeço a referência ao livro de Krugman. Embora acredite que hoje já não se trata de um economista mas sim de um político, vou procurar o livro para o ler.
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BTW, os dados do INE espanhol vão no mesmo sentido: http://serviciosweb.meh.es/apps/dgpe/textos/pdf/t3_20.pdf
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Os salários na indústria sobem, os salários na construção e serviços descem.
Caro João,
A sua sugestiva digressão histórica, bem lembrada, sugere-me a seguinte questão: para onde deverá fugir a "corte" política portuguesa deste nosso tempo quando as tropas do FMI desembarcarem em Lisboa?
Talvez me possa ajudar a encontrar uma solução mias feliz pois a mim só ocorrem paraísos como o do impagável Hugo, o do mano Fidel, o de Kadafi (um pouco inóspito talvez para os luxuosos hábitos desta "corte"), o de Amadinejad (também algo inóspito e de hábitos difíceis de acomodar), o de Robert Mugabe, etc,etc.
A Tunísia poderia ser um importante paraíso, mas o fantasma do caso italiano de há cerca de 15 anos talvez não o recomende...
Caro Ccz,
Se tiver alguma dificuldade em localizar o livro de Krugman diga, talvez consiga dar-lhe referências mais precisas (editora, ano de publicação). Com todo o gosto.
Vai ver que vale a pena ler!
Caro Tavares Moreira
A diferença é que, hoje, não temos por onde fugir; tal como o que se passava no tempo de Sá de Miranda.
Mas os desafios, as oportunidades e as ameças são equivalentes.
A opção de ir para ao Brasil não foi fácil e, no contexto da época foi único. O resultado foi que manteve a nossa unidade nacional e permitiu que o Brasil não se desmembra-se como sucedeu com os seus vizinhos de continente.
Podemos não querer ver ou analisar mas, pelo menos em cinco momentos da nossa história, roçamos o abismo e soubemos fugir.
Acho que podemos fazê-lo agora, possuimos a ductilidade e o desespero para o realizar.
Cumprimentos
joão
..Registo sua justa indignação, a qual levanta um lógico problema de método (aliás habitual): como passar das palavras aos actos?..
É muito simples ..vamos começar um ciclo de manifestaçoes publicas de muita gente na rua ..vamos cercar todas as instituiçoes ..invadiremos o parlamento e decretamos a 4 republica .
Esta Corte é toda esquerda iogurte ..qualquer bater com o pé no chao fogem como galinhas apavoradas ...vai ver ..
Eles vao pôr algumas filas de policia ..mas eles nao resistirao muito tempo
Aí se cria uma nova constituiçao ..uma constituiçao de verdade ..livre e justa e que enalteça o individuo e a sua capacidade criativa.
A partir dai se implanta a Democracia Direta ..e com ela .todos os megashoppings serao desmantelados ( afinal o belmiro e o amorim já estao ricos e com os pes para a cova ..para que querem ele tanto dinheiro ..está na hora de o devolver a cada pequena loja a cada pequena industria que usaram para erguer os templos faraonicos deles...) e será apoiado o pequeno comercio e a pequena industria , que expontaneamente se desenvolverá .
Lógicamente sairemos do euro que é um erro colossal.
Será decretado o fim do funcionalismo publico deixando apenas raríssimas excepçoes ..
Com um estado muitissimo menor se poderao baixar muitissimos os impostos deixando o dinheiro para os unicos que o sabem administrar ..os DONOS.
Entregar impostos... dinheiro suado e sofrido a administradores publicos é o que existe de mais perigoso..por isso a corrupçao em serviços publicos será punida com prisao perpétua .
Será feita uma estátua na entrada de cada cidade ao empreendedor mais humilde...para fazer entender que quem consegue criar empregos será admirado e objeto de emulaçao.
O Ser Humano tem a extraordinária capacidade de se resolver na adversidade . É instintivo !!
Basta confiar.
Vamos começar com as manifestaçoes ?vamos invadir o parlamento ..é só querermos ...fazemos um braço de ferro e vamos ver quem ganha!!
Se o meu caro Tavares Moreira aceitar apoiar as manifestaçoes ..eu estarei ao seu lado e logo logo seremos muitos..
RUA COM A CORRUPÇAO DO ESTADO
RUA COM O ROUBO DO ESTADO
..A CRISE EXISTE EXCLUSIVAMENTE POR HIPER MÁ ADMINISTRAÇAO..
Mas que belo panfleto revolucionário, caro Caboclo!
Marx e Engels, se o pudessem ler, teriam muito que aprender e até corrigir/aditar no seu histórico "Panfleto comunista" do século XIX!
E dá mesmo vontade de seguir seu convite à manifestação revolucionária, invadindo o Parlamento, em camisa de várias cores, gritando vivas à 4ª Reoública - falta-nos uma Eva Perón, nos seus verdes 25 anos, para comandar a cabeça da manifestação...eu estou muito velho para isso!
Entao caríssimo ..perguntou como se passa à prática ..eu disse como .
Apoiar nao é necessáriamente estar na frente fisicamente..
Pois eu acho que Marx e Engels me queimariam numa fogueira ..qual inquisiçao ateísta..
A minha proposta nao é revolucionaria ..é contra revolucionária .
Note-se que ser contra revolucionario é ser democrata é ser anti-ditadura .
Vejam onde nos trouxe a revoluçao socialista-comunista ..falência do estado provocada pelo esfaqueamento da galinha dos ovos de ouro (a economia ) ..pedófilia a nível de estado ..manutençao de espetáculos fascistas como a tourada .
..alienaçao da sociedade pelo medo e pela lei da rolha
...perseguiçao policial desenfreada
ao cidadao ...
usurpaçao para torrar ..dos recursos privados através de aumentos de impostos alucinogenados.. e quem nao paga é criminoso ..ahhh pera aí !!
Quem é o criminoso aqui ? quem usurpa ou quem se recusa a entrar nesse vórtice de loucura ?
Muito come o tolo e mais tolo é quem lho dá !
Consequência ? Dor generalizada!! saudade infinita...pena ...tristeza tristeza..vergonha sem tamanho..raiva ......revolta..ódio.
..vontade de ..
Sensaçao de que a minha terra está a ser estuprada ..por canalhas sem escrúpulos ... até quando ??
Qd me lembro qd sampaio foi falar à tv por causa de uma carta que o denunciava na pedófilia ..qd me lembro do golpe de estado que ele cometeu qd dissolveu o parlamento com maioria estável ..apenas para distrair as massas de tamanhos escandalo...
onde está essa carta ? porque nunca foi mostrada ? podia ser que alguém reconhecesse a letra ..quem sabe ?
O que temem ?
Que nojo..como se atreveu esta gente a nos governar? ..que sede !!
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