Ontem na SIC Notícias, a propósito do seu 10º Aniversário, numa das mesas redondas, discutia-se a questão muito interessante que é a de saber em que medida o carácter espectacular da comunicação tem influência na qualidade da actividade política.
Com efeito, o carácter espectacular é fornecido pela permanente novidade da informação e alteração da agenda noticiosa, conseguida pelo recurso crescente aos directos através dos quais é gerada nova informação à velocidade da luz sem que haja tempo para ser feita a necessária digestão por parte de todos os intervenientes, incluindo a opinião pública. Informação não é significado de conhecimento, pode ser antes sinal de dúvida, de confusão, de falta de clareza. Muitas vezes a informação transmitida sofre de falta de utilidade, que lhe advém da falta de interpretação e do seu significado. E com o sistema dos directos é também alterada a própria agenda política, dando lugar a uma nova agenda onde pontificam questões perfeitamente laterais ou acessórias. A partir daqui há como que uma cumplicidade entre comunicação e política que afasta da notícia as grandes questões nacionais, entrando-se na exploração do acessório, não raras vezes dando lugar a círculos viciosos difíceis de quebrar que nada contribuem para a formação de uma consciência política de qualidade.
A aceleração do serviço noticioso faz esquecer os assuntos, originando uma espécie de apagão da memória, como se os factos ou os acontecimentos não tivessem ocorrido ou tendo ocorrido tivessem sido pouco importantes. Produz uma espécie de desvalorização de opinião. A pressão noticiosa retira capacidade técnica e científica e não contribui para a investigação que requer tempo e estudo. Perde-se em profundidade para se ganhar no imediato. Ganha-se em informação, mas não chega a haver conhecimento.
Alguém ontem dizia que nós portugueses somos recordistas europeus em horas consumidas com a televisão. Gastamos em média três horas por dia. Se juntarmos a este hábito, o facto de a nossa sociedade civil não ser dinâmica e interventiva, percebemos que, embora o acesso e a difusão da informação sejam ganhos inalienáveis, o carácter espectacular da comunicação parece não ser um factor de elevação da qualidade da actividade política.
Com efeito, o carácter espectacular é fornecido pela permanente novidade da informação e alteração da agenda noticiosa, conseguida pelo recurso crescente aos directos através dos quais é gerada nova informação à velocidade da luz sem que haja tempo para ser feita a necessária digestão por parte de todos os intervenientes, incluindo a opinião pública. Informação não é significado de conhecimento, pode ser antes sinal de dúvida, de confusão, de falta de clareza. Muitas vezes a informação transmitida sofre de falta de utilidade, que lhe advém da falta de interpretação e do seu significado. E com o sistema dos directos é também alterada a própria agenda política, dando lugar a uma nova agenda onde pontificam questões perfeitamente laterais ou acessórias. A partir daqui há como que uma cumplicidade entre comunicação e política que afasta da notícia as grandes questões nacionais, entrando-se na exploração do acessório, não raras vezes dando lugar a círculos viciosos difíceis de quebrar que nada contribuem para a formação de uma consciência política de qualidade.
A aceleração do serviço noticioso faz esquecer os assuntos, originando uma espécie de apagão da memória, como se os factos ou os acontecimentos não tivessem ocorrido ou tendo ocorrido tivessem sido pouco importantes. Produz uma espécie de desvalorização de opinião. A pressão noticiosa retira capacidade técnica e científica e não contribui para a investigação que requer tempo e estudo. Perde-se em profundidade para se ganhar no imediato. Ganha-se em informação, mas não chega a haver conhecimento.
Alguém ontem dizia que nós portugueses somos recordistas europeus em horas consumidas com a televisão. Gastamos em média três horas por dia. Se juntarmos a este hábito, o facto de a nossa sociedade civil não ser dinâmica e interventiva, percebemos que, embora o acesso e a difusão da informação sejam ganhos inalienáveis, o carácter espectacular da comunicação parece não ser um factor de elevação da qualidade da actividade política.
7 comentários:
O grande problema, cara Dr. Margarida, é que, o mundo globalizado em que vivemos, já não pode funcionar sem injecções massivas de informação, desinformadora, anestesiante e alienante.
Pior, quando percebemos demasiadas vezes, que a informação domina a política e influencia os governos.
E que ninguem me venha com a treta do serviço público, porque para o ser, deveria confirmar-se na missão exclusivamente informativa. Só assim, penso, a nossa sociedade atingirá a maturidade necessária para que possa intervir, socialmente, com consciência cívica.
A grande questão é que temos uma informação que projecta sistematicamente as mesmas ideias velhas e ultrapassadas, nomeadamente em matéria política, económica e social, uma informação que joga no acessório, em vez de tratar o essencial, uma informação completamente virada para o politicamente correcto, uma informação que pretende fazer de nós todos parvos, quando a mesma notícia é dada sucessivamente pelo pivot, que diz o que o correspondente lhe enviou, pelo correspondente que repete o que o pivot disse, pelo comentador que diz o que um e outro antes disseram, pelos presentes no local que tornam a dizer o que disseram ao correspondente o que este disse ao pivot e que este disse aos telespectadores.
Uma informação para quem Chavez é uma referência, Fidel um Chefe de Estado, agora ex, mas Pinochet um ditador. Para quem Che Guevara que matava sem julgamento é um herói romântico.
Uma informação que, quando de dita investigação, muitas vezes se torna inquisitorial e pidesca. Uma informação que vai por modas e por ondas, com assuntos a serem abertura todas as semanas e a morrerem de repetente, como se nada houvesse acontecido. Por exemplo, aqui há uns anos, era Correia de Campos Ministro (e não estou a defender o Ministro) todos os dias nasciam bebés nas ambulâncias. Tão inexplicavelmente como nasciam, deixaram de nascer.
Uma informação de encher chouriços!...
Claro que há alguns grandes jornalistas e também alguns nichos de boa informação. São a excepção da regra.
Bem dito, caro Dr. Pinho Cardão, embora pela metade...
Caro Bartolomeu
Há uma manipulação viciante da informação, que interessa à comunicação e à política. De vez em quando zangam-se as comadres, mas logo a seguir estão de novo de braço dado. E quanto ao "serviço público", é bem mais vezes prestado pelos canais privados do que pela televisão pública. Mas quem paga? Os contribuintes. Faz parte do politicamente correcto de que nos fala o Dr. Pinho Cardão.
Caro Dr. Pinho Cardão
O politicamente correcto começa na política e depois propaga-se à comunicação. É o que as pessoas gostam de ouvir porque são "educadas" assim.
É por causa do politicamente correcto que estamos no estado em que estamos. Estou convencida que enquanto o politicamente correcto não for corrigido dificilmente sairemos da situação de degradação e de alienação em que nos habituámos a viver. Pode ser que por força das consequências da crise as pessoas se convençam que o politicamente correcto tem responsabilidades na situação a que chegámos, não apenas no campo económico e financeiro mas, em particular, no campo dos princípios e dos valores.
Cara Margarida CAguiar
O fenómeno não é privativo de Portugal. Passa-se em todo o mundo, se bem que em graus diversos.
Veja como, uma das monarquias mais lúcidas, "admitiu" o casamento do herdeiro com uma jornalista.
O que é privativo de Portugal, para além das horas dedicadas ao futebol (seria sempre bom ver o números que aponta retirando as horas passadas com futebol), é não ter programas/áreas de reflexão mais aprofundada.
O "Prós e Contra" é, no minimo, uma feira e, no máximo, um circo; os restantes de referência, em qualquer dos canais, estão gastos pela usura dos comentadores ou, abordam temas que não entendem. Os formatos, a duração e o modo como são produzidos, cedem demais a este imediatismo/mediático, superficialmente terpidante e muito frenético.
(O local e a boa educação impede-me de usar um vernácular mais ilustrativo).
Só não percebo porque é que os actores e autores descrevem o fenómeno mas, não prescrevem; aparentemente, está tudo bem e recomenda-se.
Cumprimentos
joão
Caro joao
De acordo. Para piorar as coisas, ainda temos que somar às horas de futebol as horas de telenovelas.
É um círculo vicioso: temos telenovelas porque o povo as pede e não temos reflexões aprofundadas porque o povo não gosta. E como a publicidade é que dá dinheiro, o que interessa são as grandes audiências. Assim trabalham as televisões, incluindo o serviço público. Uma tristeza!
http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/exclusivo-cm/chineses-ajudam-portugal-com-mil-milhoes-221743613
BANCOS ESTÃO A PERDER 16 MILHÕES POR HORA
Desde o início do ano que a Banca portuguesa vive um autêntico pesadelo. Os três maiores bancos privados (BES, BCP e BPI) já perderam em Bolsa 839 milhões de euros, o que equivale a um prejuízo de 16,5 milhões por hora.
Segundo contas feitas por Luís Gonçalves, da GoBulling, desde o final de 1999 até ao dia de ontem, o Millennium/BCP já tinha perdido 53% do seu valor em capitalização bolsista, enquanto o BES perdia 11% e o BPI 52%. No total, estes três bancos perderam 40% do seu valor em Bolsa.
16 milhoes por hora !!! kakakakakakakakakakakakkakakakakakakakakakakakkakakakakakakakakakkakaka
Demorou !!! quero vê-los totalmente falidos !! Têm políticas nojentas ..pois que se lasquem !! é muito bem feito..
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