Número total de visualizações de páginas

domingo, 11 de dezembro de 2011

A ópera bufa socialista




1º Andamento: Andante/Andantino - Há vida para além do défice. Compositor e 1º Tenor: Jorge Sampaio
2º Andamento: Allegretto/Allegro - O dinheiro aparece sempre. Compositor e Barítono: Mário Soares
3º Andamento: Vivace/Prestissimo - A dívida não é para pagar. Compositor, Maestro, 1º Tenor, Barítono e Soprano: José Sócrates
4º Andamento: Grave/Gravissimo: Apoteose final - A culpa é da Senhora Merkel
Coro, Compositor, Maestro, 1º Tenor, Barítono, Soprano e Baixo: Sampaio, Soares e Sócrates, em trabalho colectivo.
Assistente de Produção e Realização: António José Seguro
Nota final: Mesmo sem músicos, porque os salários não eram para pagar, a representação tem tido o melhor acolhimento nas corporações instaladas e na comunicação social. Augura-se-lhe mais uma época de grandes êxitos.

Nota: Segundo o nosso comentador António Pedro Pereira, a frase de Jorge Sampaio teria sido: "há mais vida para além do orçamento". Porque não encontrei ainda a versão autêntica, aqui fica a nota, mesmo tratando-se de uma questão meramente de forma.

11 comentários:

MM disse...

Mazinha, mas muito bem apanhada. Parabéns!

Fartinho da Silva disse...

Lindo!

António Pedro Pereira disse...

Caro Pinho Cardão:

É impressionante como certas deturpações e falsidades fazem o seu caminho perante o desconhecimento, a indiferença e a complacência de alguns ou perante a concordância e o aplauso de outros (por lhes dar jeito para os seus propósitos).
A frase de Jorge Sampaio foi: «Há mais vida para além do orçamento», o que é bastante diferente. (Foi reafirmado por ele recentemente numa entrevista e mandou consultar a gravação, que felizmente existe).
Mas a primeira é mais operativa para certos fins.
Há muitas mais, de protagonistas de todas as cores, mas o «fenómeno» comunicacional é o mesmo, e esse é que nos deveria convocar à reflexão.
Porque o «fenómeno» não escolhe as vítimas, hoje tu amanhã eu.

P. S. Nada disto visa desculpar quem quer que seja, cada caso deve ser julgado pela gravidade que encerra.

Pinho Cardão disse...

Caro António Pedro Pereira:
Vou ver se encontro o original (discurso de Sampaio do 25 de Abril na A.R., em 2003 ou 2004, creio). Se for como diz, aqui estarei a rectificar.
Mas trata-se apenas de questão formal. Porque em todo o contexto o que avultava era a crítica ao défice, cuja diminuição, segundo se depreendia das palavras de Sampaio, não deixava crescer a economia.
Foi um dos mais infelizes (para não lhe dar outro nome) discursos de um Presidente da República

Tonibler disse...

Ora, caro Pinho Cardão, não tire méritos ao actual presidente da república que, nesse aspecto, é um verdadeiro Cristiano Ronaldo do discurso infeliz. É recorde atrás de recorde. E, em termos de contas públicas, parece um JS Bach, tal a produção de sinfonias.

Ilustre Mandatário do Réu disse...

Claro que é meramente formal, leia-se o sumário na notícia do Público:

http://www.publico.pt/Pol%C3%ADtica/sampaio-ha-mais-vida-para-alem-do-orcamento_855017

e as secções relevantes no original:

http://jorgesampaio.arquivo.presidencia.pt/pt/noticias/noticias/discursos-933.html

Uma análise do discurso de Sampaio dava pano para mangas...

António Pedro Pereira disse...

Caro Ilustre Mandatário do Réu:

(E também Caro Pinho Cardão, que ficou de esclarecer a questão, mas se esqueceu)

Mesmo tomando por boa a sua interpretação de que é uma questão meramente formal, não vejo a necessidade da deturpação da frase.
Ou ela não visará outros fins tão ou mais condenáveis do que a suposta ou real inconveniência da intervenção de Jorge Sampaio?

Pinho Cardão disse...

Caro António Pedro Pereira:
Não , não esqueci. Mas, não sendo profissional do ou no 4R, tive outras coisas com que me "entreter". Mas, já que faz tanta questão, vou colocar uma nota no post com a sua versão, sem desistir de procurar o discurso de JS. Prova de boa fé.
Quanto ao processo de intenções com que termina o seu comentário, não comento. Por mim, nem na forma interrogativa, não sei, nem quero, ler na cabeça dos outros.

António Pedro Pereira disse...

Caro Pinho Cardão:
Quando disse esquecido, queria dizer isso mesmo, esquecido.
Sei quem é, que é uma pessoa decente, nunca lhe atribuiria processos de intenção maléficos.
Quando refiro as intenções com que a deturpação foi construída (e depois propalada), refiro-me aos seus mentores/criadores.
Os Pinhos Cardões que, por descuido, a repetem, devem apenas ser alertados para o facto, sem acrimónia, que foi o que fiz no 1.º comentário.
Quanto a deturpações, para mim são todas iguais, sejam contra Jorge Sampaio, contra Guterres (lembram-se do «no jobs for the boys» que rapidamente se generalizou sem o «no» inicial) ou contra Passos Coelho (e o seu «colossal») ou contra outro qualquer, pois procuro reger-me por princípios de verdade, não por lógicas de clubes partidários ou ideológicos.
E não perca tempo com a procura, o Ilustre Mandatário do Réu já pôs o link com o discurso, em que ele diz: «há mais vida para além do orçamento» (não do défice, a que acrescenta uma frase de plena actualidade, hoje e sempre, sobre a necessidade de produzirmos).

Francisco Carvalho disse...

se os caros economistas percebem tanto do seu 'métier' como de música estamos lixados: um caracteriza 4 andamentos em 'opera buffa' como se as óperas tivessem 'andamentos'...o outro põe JSBach a produzir sinfonias...e ainda falta o que adora os concertos para violino de Chopin.Façam-nos um favor: falem daquilo que (deviam) saber e, se possível, sem facciosismos nem preconceitos.

Pinho Cardão disse...

Caro Francisco Carvalho:
Não se tome tão a sério, caro F. Carvalho. Todas as partituras têm andamentos. Ou explicitados pelo compositor na partitura, ou interpretados no movimento, no gesto e na expressão do maestro.
Por isso,a mesma ária com o mesmo intérprete pode aparecer-nos diferente consoante o director da orquestra.
Quanto ao resto das apreciações, como não gosto da música, nem comento.