Está assente, é um sentimento que está consolidado e generalizado, traduzido nas sondagens e nos níveis de abstenção, e não só, que há um divórcio entre os cidadãos e os políticos, que há um distanciamento entre os eleitores e os eleitos. Esta realidade gera naturalmente desconfiança dos cidadãos nas instituições políticas e desinteresse dos cidadãos pela vida pública.
Há muito que se fala na necessidade de reformar o nosso sistema político de modo a melhorar a representatividade e, assim, aumentar a proximidade entre quem vota e quem vai a votos.
Mas enquanto a reforma não se faz - se é que algum dia os nossos políticos se entendem neste ponto – e à beira que estamos de mais umas eleições legislativas, seria um passo positivo, digo eu, que os líderes partidários que se apresentam às eleições e, em especial, os que reclamam maioria absoluta, informassem os eleitores de uma coisa simples: quem são as pessoas escolhidas para titulares das pastas mais significativas de um futuro governo.
Tão importante quanto as políticas que são anunciadas, as promessas sobre o que será feito e o que não será feito, as críticas que uns e outros fazem sobre uns e outros, são as pessoas que vão executar os programas políticos, isto é, os futuros ministros. Quem são, o que fazem, o que sabem, o que pensam, em que acreditam, que experiências têm para oferecer, que “garantias” dão.
Há quem entenda que não faz parte do jogo eleitoral este tipo de compromissos, que nada disto faz sentido. Mas tem que ser assim?