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quinta-feira, 30 de julho de 2015

Estranha normalidade

O senhor Ministro da Presidência explica que a preocupação do senhor PM sobre a CGD é "normal". Se bem alcanço o sentido da explicação oficial, Passos Coelho terá desabafado. Para os meus padrões, normal não é que o PM desconheça que, na atual conjuntura de natural cansaço, incerteza e desconfiança, manifestações de preocupação do chefe do governo sobre o principal banco nacional só servem para ampliar o clima de intranquilidade. Além do mais, a CGD é um banco com um único acionista, o Estado, que atua em defesa do seu interesse através do Governo. Por isso, se o acionista não está satisfeito com a eficiência da CGD, espera-se que o Governo tudo faça para a melhorar. Não que lamente. 

Estranha, por outro lado, este leigo que, tendo a CGD sido a principal beneficiária de largas transferências de poupança em depósito noutros bancos, v.g., no ex-BES ou no BANIF, mesmo assim apresente resultados preocupantes. Deve haver uma explicação. Essa, sim, valia a pena ser conhecida.

3 comentários:

João Pires da Cruz disse...

Seria mais lógico que o PM se questionasse que regime é este de reguladores ricos e banqueiros pobres. Isso sim, era trabalho. Porque a CGD é apenas um caso nos outros casos todos. Estranho país este em que os bancos viveram de forma próspera nos 500 anos antes de Carlos Costa, certamente 500 anos de selvajaria...

hf disse...

A explicação e fácil e não é nenhum segredo, está nas contas destes últimos anos: ímparidades de crédito. O bloco central usa o banco para dar credito aos amigos e corria tudo bem até que a troika varreu as contas e obrigou a reconhecer tudo. A memória dos portugueses é curta. O autor do post lembra-se das transferências de depósitos mas está-se a esquecer do rol interminável de falências em que o credor é sempre a CGD. Especialmente aqueles projectos que nos foram apresentados como muito bons por sucessivos governantes...
O primeiro ministro queixa-se que a administração da CGD faz pouco, no entanto esquece-se de que foi ele que lhes atribuiu o papel de meros executantes dos telefonemas do ministro das finanças...

JM Ferreira de Almeida disse...

Meu caro hf, o autor do post confessou-se leigo. E sim, tem uma memória seletiva. Faz por não se lembrar de algumas coisas para que a participação neste espaço se alargue e possamos contar com outros contributos. Como o seu. Obrigado.