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quinta-feira, 7 de dezembro de 2006

Levantar a cabeça!...

É preciso levantar a cabeça é a expressão que mais tenho ouvido nas rádios e televisões nas duas últimas noites e hoje de manhã e nem digo a propósito de quê!...
Com todo o respeito pela opinião dos jogadores, treinadores, directores e comentadores, não concordo.
É que gente de costas direitas e cabeça emproada, depois do que fez, é o que mais abunda por aí. E como anda à vontade, sem caução ou sem pulseira, continua a julgar-se dona do mundo e a fazer igual!...
Deste jeito, continuaremos a ser dos últimos da Europa e, no futebol, sumariamente eliminados. De cabeça bem levantada, para esconder a falta de sabedoria e mérito. De cabeça bem levantada, como nada se tivesse passado!...
E amanhã serão novamente heróis nas primeiras páginas dos jornais!...
E esquecidos ou reduzidos a pequenas letras interiores os que, trabalhando bem, têm qualidade e mérito, competem e passam eliminatórias e trazem valor acrescentado para o país!...
Para olhar estes de frente, apoiá-los e seguir-lhes o exemplo é que a cabeça, pescoço e ombros deviam andar bem erguidos!...

8 comentários:

Margarida Corrêa de Aguiar disse...

Caro Dr. Pinho Cardão,
O que há é muita gente que devia ser obrigada a fazer o pino. Já são muitos os malabaristas.
Não me refiro aos profissionais do circo que nos deliciam com os seus fantásticos espectáculos, que fazem a alegria de crianças e adultos.
Refiro-me aos outros...

Adriano Volframista disse...

Caro Pinho Cardão

Num post passado sobre o futebol anotei que seria dos mais comentados, assim foi.
Este também deve sê-lo.
Como o mencionado, este poderia ter várias leituras porque é transversal. Vamos apenas ficar pela mais interessante: a nossa ausência (genética) de sentido das proporções, ou como dizia um familiar a falta de consciência do ridículo.
Alguns factos.
Somos o país da UE (à nossa escala) com melhores performances futubolísticas. (Não compare com Espnaha SFF)
Nos últimos três anos ganhamos uma Taça dos campeões, um UEFA e fomos a uma final desta última competição. Igual só Espanha.
Somos o país da Europa com mais jogadores de origem nas ligas da UE.
Mais nenhum país (do nosso tamanho) colocou tantas equipas nas diferentes competições europeias do que nós.

Tudo isto conseguido através de um trabalho que se iniciou há pouco mais de 20 anos, capitaneado por um certo Carlos Queiróz.

Alcançámos a excelência em menos de uma geração e apenas com o esforço nosso.

Mas só um português para encontrar na excelência, motivos de desespero. Realmente somos um país pequeno com ideias de país grande.

Realizamos mais do que os nossos concorrentes, mas soluçamos porque não podemos bater, sempre, países maiores que nem sequer são nossos concorrentes.

Relativamente aos aspectos que refere no post, olhe, os italianos em breve terão um ex primeiro ministro com cadastro e nem sequer lhes afecta muito.
Os alemães têm um ex primeiro ministro que escapou por pouco de cadeia por financiamentos ilegais ao partido.
O actual primeiro ministro do Reino Unido pode ter a dúbia honra de ser o primeiro a ser interrogado pela polícia sobre alegadas práticas criminosas, (Cash for honors affair).

Há quinhentos anos D Francisco de Almeida propunha uma ocupação fléxivel do Índico tendo a frota por base, Afonso de Albuquerque uma ocupação terrestre. Ganhou este último, para financiar essa empresa empenhou as barbas e hipotecou o nosso futuro na região.
O primeiro pensava no nosso tamanho o segundo no tamanho que desejava que tivéssemos.

Quanto à questão ética do futebol, olhe, como dizia um amigo meu de Milão, só um piseano (habitante de Pisa) consegue fazer de um erro de engenharia (passível de procedimento crimonal) uma obra prima da monumentalidade.

Cumprimentos
Adriano Volframista

Bartolomeu disse...

:))))))
Pegando no final do 1º parágrafo e no início do 2º no comentário de D. Margarida, sublinho o substantivo e o adjectivo e acuso-os pelos males que afligem a nossa sociedade desportiva e política... Lembro-me com facilidade do tempo em que se praticava futebol ou outras modalidades desportivas, pelo simples prazer de os praticar e de através deles, competir.
Não se passava o mesmo no campo da política, mas recordo que apesar do maior ou menor grau de profissionalismo, os políticos da época, eram-no por convicção e em defesa das suas ideias e ideais. Todos revemos na figura emblemática de Sá Carneiro, o exemplo do que acabei de referir. A propósito da frase referida no início do post do caríssimo Sr.Pinho Cardão,"É preciso levantar a cabeça" é frequente ouvirmos também com frequência uma outra, "É necessário sabermos agir com o coração". Dizia-me um amigo, em conversa, de que modo se age com o coração? Senti-me impelido a citar a celebre frase de Sherlock Holmes... Elementar, meu caro Doctor Watson. Afinal está tudo resumido na reflexão popular... fulano tem bom coração... ou, não tem. O alucinante rítmo a que as notícias, tantas vezes manipuladas, invadem o nosso conhecimento e quase nos obrigam a formar opinião imediata acerca delas, obrigando-nos a escolher entre gregos e troianos, gera a compulsividade entre malabaristas e profissionais, futebolistas, seus técnicos e dirigentes e a política e os seus profissionais (ou deverei dizer malabaristas?)

Anónimo disse...

Caro Dr. Pinho Cardão,

Entre a Constituição que nos deram – mesmo com passagens grotescas no seu Preâmbulo e ainda que completamente programática nos primeiros Capítulos – e as Constituições dos nossos parceiros europeus não se pode dizer que haja diferenças substanciais de forma de governo e de organização da sociedade.

Na prática, porém, é uma Constituição incapaz de tornar exequível quer a efectiva boa governação do País, quer a realização dos direitos e das aspirações dos seus cidadãos, quer ainda a elevação real do estatuto da sociedade/nação à categoria de civilizado.

O País sulamericaniza-se a passos largos. O seu efeito sobre o capital humano português será devastador, virtualmente irrecuperável por muitos anos. Entre a mentalidade que reina cá e a mentalidade do (democraticamente eleito) Presidente Chávez não há grandes diferenças. Isto é, o cidadão Chávez integrar-se-ia perfeitamente na sociedade portuguesa.

Um dos fenómenos que mais tem contribuído para a dissolução dos costumes, para a desautorização pública, para a falta de respeito em geral, para a vulgaridade mais completa – numa palavra, para a mediocridade – é a televisão. Como ultrapassá-lo, se a classe política é a primeira a querer instrumentalizar a seu favor a comunicação social?

Blindando melhor a Constituição contra o mesmo fenómeno ou recorrendo a um pacto entre os responsáveis políticos de todos os quadrantes e os proprietários e responsáveis das televisões. Uma democracia como a nossa – que nada tem de tradicional, autêntico e espontâneo – não pode dar-se ao luxo de se deixar corromper, em 30 anos, pela agressividade, pelo abuso, pelo vício e pela ausência de ética da televisão.

Mas primeiro é necessário apoiar um natural e lógico optimismo na solvência de todas as questões. Um problema, por mais complexo ou grave que seja, é resolúvel. Na Alemanha, pelo menos, há a noção primária de que um problema, de qualquer natureza, não deve perdurar, não deve ficar por resolver. A palavra problema tem que conter em si mesma uma resolução. A causa – em questão – de graves danos para o País tem que, da melhor forma possível, ser eliminada.

RuiVasco disse...

Desculpem lá meus amores...tanta parra e tão pouca uva! Só levanta a cabeça quem pode! Ou porque tem as cervicais em condições, pouca areia dentro da caixa craneana, e a consciência tranquila!
E apesar das metafísicas, psicológicas, políticas, sherlockianas, e piseanas análises o único de cabeça bem levantada, porque pode e merece é mesmo o FCPorto, do nosso amigo Pinho cardão! O resto é conversa!
E diz A Volframista e bem - ao nosso nivel, somos dos melhores da UE. Fomos campeos europeus, ganhámos uma taça Uefa... pois, ganhou o FCPorto!
E tudo isto nos ultimos 20 anos, à custa do Carlos Queirós!!!! O quê? Há 20 anos Pinto da Costa e Pedroto, começaram uma verdadeira revolução na organizaçao de um clube, em todas as suas vertentes! E não venham com os arbitros, os apitos, etc...porque essa já nem o pai natal, que é uma santa pessoa, a compra!
Porque é que no dia em que o FCP se torna a unica equipa a passar à fase seguinte da Liga dos Campeoes, se fala é dos derrotados? Bolas. Somos mesmo um povo masoquista! Termino como comecei - "Só não levanta a cabeça quem não pode!"
Beijos e abraços e parabéns Pinho cardão...o Porto é o MÁiORE!

Anónimo disse...

Se se tratava apenas de assuntos de futebol – coisa que me não pareceu a princípio – peço muita desculpa a todas as pessoas a quem possa ter incomodado com o meu texto.

RuiVasco disse...

Caro Antunes Pedroso:
O seu texto enquadra perfeitamente o mundo do futebol, como o mundo do futebol se enquadra no seu texto. Ora veja só 2 ou 3 exemplos, retirados do seu texto:
-entre os nossos parceiros europeus e nós não há grandes diferenças;
- o país sulamericaniza-se a passos largos; ( é ler os nomes das nossas equipas)
- o seu efeito sobre o capital humano português será devastador; ( já temos brasileiros na selecçao nacional potuguesa e vamos ter mais)!
- entre a mentalidade de Chavez e certos dirigentes desportivos não há grandes diferenças;
- um dos fenomenos que mais tem contribuido para a vulgaridade e mediocridade do futebol, é a Televisão- ( e digo eu: basta ouvir os seus comentadores!)
- é necessario apoiar um natural e logico optimismo na solvencia das questoes. A Alemanha é um exemplo...; ( entre nós sai sempre tudo "limpo"!)
Resumindo da analise do seu texto: -o caro Antunes Pedro é um verdadeiro analista dos problemas do futebol em Portugal. Vê como isto anda tudo misturado? E acertou em tudo!

Anónimo disse...

Caro Rui Vasco,

Muito obrigado, é muito simpático da sua parte.