25 mil milhões de euros é uma soma considerável.
Na 5ª feira passada o Governo anunciou que é este o montante que o País vai investir no seu desenvolvimento nos próximos anos, depois de mais uma comissão de sábios (entre eles o simpático, omnipresente e omnisciente Prof. Valadares Tavares) ter dito ao Executivo quais os que tinham e os que não tinham razão de ser.
Segundo as crónicas oficiais estes 25 mil milhões vão ser investidos em projectos cuja revelação constituiu para os portugueses um choque novo, ou melhor dito, o choque da novidade. Um cabaz de projectos-surpresa, segredos bem guardados nestes cem dias de governação: o TGV, o novo aeroporto numa também surpreendente localização – nada mais, nada menos do que a Ota! -, uma outra travessia do Tejo em Lisboa num corredor inesperado, Chelas-Barreiro.
E outras coisas mais, todas nunca ouvidas como projectos estruturantes, nos domínios da energia eólica, do turismo, do banda larga e da água.
Mal refeitos da inesperada abertura destas janelas de oportunidade, eis que os portugueses (pelo menos os que ainda têm paciência para ler o Expresso) tomam conhecimento da opinião de um dos mais prestigiados sábios em transportes, que em duas penadas arrasa sem dó nem piedade a utilidade dos investimentos considerados mais estruturantes, ou pelos menos os que são mais “pesados” financeiramente.
José Manuel Viegas, professor do IST e respeitado especialista, não faz a coisa por menos e diz do novo aeroporto "só" isto: "O próprio aeroporto da OTA terá uma capacidade estimada de 38 milhões de passageiros, o que lhe dá uma vida máxima de apenas 20 anos, não justificando o investimento de dois mil milhões de euros"
Depois da apreciação do mérito desta (como agora se diz) alavanca, leiam como Viegas vê a ideia de novo atravessamento do Tejo no corredor Chelas-Barreiro na parte rodoviária: "um negócio ruinoso, pois mais de metade do tráfego seria feito à custa dos desvios da Ponte Vasco da Gama".
E sobre o TGV, considera a ligação Lisboa-Madrid sem hipóteses de sucesso por inviabilidade comercial à velocidade de operação espectável, uma vez que não tem condições para competir com os voos low cost.
Faço votos para que Viegas não tenha razão.
Porque se a tiver, a dinâmica que o Governo anunciou querer imprimir ao crescimento económico à custa destes investimentos corre o risco de ser travada quando se tornar claro o carácter temerário e ilusório dos projectos. Ora, o País não resiste por muito mais tempo ao imobilismo na economia e a este recorrente stop and go.
Pior mesmo, somente o efeito de desperdício de recursos, que são preciosos para fomentar a criação de riqueza em sectores estratégicos, se os projectos se revelarem ruinosos.
Segundo as crónicas oficiais estes 25 mil milhões vão ser investidos em projectos cuja revelação constituiu para os portugueses um choque novo, ou melhor dito, o choque da novidade. Um cabaz de projectos-surpresa, segredos bem guardados nestes cem dias de governação: o TGV, o novo aeroporto numa também surpreendente localização – nada mais, nada menos do que a Ota! -, uma outra travessia do Tejo em Lisboa num corredor inesperado, Chelas-Barreiro.
E outras coisas mais, todas nunca ouvidas como projectos estruturantes, nos domínios da energia eólica, do turismo, do banda larga e da água.
Mal refeitos da inesperada abertura destas janelas de oportunidade, eis que os portugueses (pelo menos os que ainda têm paciência para ler o Expresso) tomam conhecimento da opinião de um dos mais prestigiados sábios em transportes, que em duas penadas arrasa sem dó nem piedade a utilidade dos investimentos considerados mais estruturantes, ou pelos menos os que são mais “pesados” financeiramente.
José Manuel Viegas, professor do IST e respeitado especialista, não faz a coisa por menos e diz do novo aeroporto "só" isto: "O próprio aeroporto da OTA terá uma capacidade estimada de 38 milhões de passageiros, o que lhe dá uma vida máxima de apenas 20 anos, não justificando o investimento de dois mil milhões de euros"
Depois da apreciação do mérito desta (como agora se diz) alavanca, leiam como Viegas vê a ideia de novo atravessamento do Tejo no corredor Chelas-Barreiro na parte rodoviária: "um negócio ruinoso, pois mais de metade do tráfego seria feito à custa dos desvios da Ponte Vasco da Gama".
E sobre o TGV, considera a ligação Lisboa-Madrid sem hipóteses de sucesso por inviabilidade comercial à velocidade de operação espectável, uma vez que não tem condições para competir com os voos low cost.
Faço votos para que Viegas não tenha razão.
Porque se a tiver, a dinâmica que o Governo anunciou querer imprimir ao crescimento económico à custa destes investimentos corre o risco de ser travada quando se tornar claro o carácter temerário e ilusório dos projectos. Ora, o País não resiste por muito mais tempo ao imobilismo na economia e a este recorrente stop and go.
Pior mesmo, somente o efeito de desperdício de recursos, que são preciosos para fomentar a criação de riqueza em sectores estratégicos, se os projectos se revelarem ruinosos.
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