Quando o homem comeu o fruto da árvore da sabedoria teve consciência da sua existência e, consequentemente, da fragilidade e perenidade que o futuro lhe reservava de forma absoluta e angustiante. Começou o sofrimento. Ao longo da existência tentou tudo, e continua a tentar, para conseguir a eterna juventude. Anda com uma fome dos diabos para comer o fruto da árvore da vida. As últimas conquistas nas áreas da biologia são paradigmáticas da sua ânsia em conhecer os segredos da vida. Não contente com as suas descobertas, o que é perfeitamente compreensível para quem foi expulso do paraíso, procura criar vida. Novas formas de vida estão a ser equacionadas, desta feita, a criar pelo próprio homem. Sendo a criação uma emanação de Deus, poderíamos pensar que o homem estaria a substitui-lo. Claro que não. Mas pretende imitá-lo. Pergunta-se: - Afinal o que é que distingue a vida da não vida? Cientistas e filósofos têm discutido de forma aprofundada esta temática. Não é fácil. No entanto, não deixa de ser curioso que a explicação aceite para separar os dois estados seja, precisamente, a evolução darwiniana. Só os seres vivos são susceptíveis de evolução darwiniana, facto extraordinário que contraria a posição dos criacionistas. Mas para que serve criar novas formas de vida? Para gáudio do homem? Para demonstrar que pode imitar o Criador e ambicionar um estatuto semelhante? Não haverá perigo para o planeta com a libertação e ausência de controlo desses seres? São perguntas pertinentes. Com as novas formas de vida será possível resolver problemas diversos. A tecnologia viva possibilitaria produzir combustíveis não poluentes, eliminar resíduos perigosos, enviar seres vivos pelo corpo humano para fazer diagnósticos, corrigir e reparar lesões, trazer informações, ministrar medicamentos vivos que saberiam onde ir, resolvendo os problemas, fazer parte de máquinas capazes de auto-reparação, enfim um sem número de possibilidades que parecem mais fruto de ficção científica. Mas não, na próxima década irão surgir surpresas susceptíveis de atingir estes objectivos, já que várias equipas estão a trabalhar com determinação no sentido de criar vida diferente da existente. Andamos todos ansiosos por saber se existe vida extraterrestre em Marte ou em Europa, satélite de Júpiter, e, um dia destes, ainda corremos o risco de acordar com novos seres ao nosso lado. Claro que vai haver muita discussão no plano ético e religioso. Mas que vai haver mudanças nas formas de estar e de ser da sociedade, ai isso vai! Gostava tanto de ver…
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terça-feira, 19 de julho de 2005
“Vida criada pelo homem”…
Quando o homem comeu o fruto da árvore da sabedoria teve consciência da sua existência e, consequentemente, da fragilidade e perenidade que o futuro lhe reservava de forma absoluta e angustiante. Começou o sofrimento. Ao longo da existência tentou tudo, e continua a tentar, para conseguir a eterna juventude. Anda com uma fome dos diabos para comer o fruto da árvore da vida. As últimas conquistas nas áreas da biologia são paradigmáticas da sua ânsia em conhecer os segredos da vida. Não contente com as suas descobertas, o que é perfeitamente compreensível para quem foi expulso do paraíso, procura criar vida. Novas formas de vida estão a ser equacionadas, desta feita, a criar pelo próprio homem. Sendo a criação uma emanação de Deus, poderíamos pensar que o homem estaria a substitui-lo. Claro que não. Mas pretende imitá-lo. Pergunta-se: - Afinal o que é que distingue a vida da não vida? Cientistas e filósofos têm discutido de forma aprofundada esta temática. Não é fácil. No entanto, não deixa de ser curioso que a explicação aceite para separar os dois estados seja, precisamente, a evolução darwiniana. Só os seres vivos são susceptíveis de evolução darwiniana, facto extraordinário que contraria a posição dos criacionistas. Mas para que serve criar novas formas de vida? Para gáudio do homem? Para demonstrar que pode imitar o Criador e ambicionar um estatuto semelhante? Não haverá perigo para o planeta com a libertação e ausência de controlo desses seres? São perguntas pertinentes. Com as novas formas de vida será possível resolver problemas diversos. A tecnologia viva possibilitaria produzir combustíveis não poluentes, eliminar resíduos perigosos, enviar seres vivos pelo corpo humano para fazer diagnósticos, corrigir e reparar lesões, trazer informações, ministrar medicamentos vivos que saberiam onde ir, resolvendo os problemas, fazer parte de máquinas capazes de auto-reparação, enfim um sem número de possibilidades que parecem mais fruto de ficção científica. Mas não, na próxima década irão surgir surpresas susceptíveis de atingir estes objectivos, já que várias equipas estão a trabalhar com determinação no sentido de criar vida diferente da existente. Andamos todos ansiosos por saber se existe vida extraterrestre em Marte ou em Europa, satélite de Júpiter, e, um dia destes, ainda corremos o risco de acordar com novos seres ao nosso lado. Claro que vai haver muita discussão no plano ético e religioso. Mas que vai haver mudanças nas formas de estar e de ser da sociedade, ai isso vai! Gostava tanto de ver…
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