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quarta-feira, 17 de novembro de 2010

A emergência de uma valente desparasitagem

Sucedem-se as notícias sobre contratações políticas em catadupa. É quase sempre assim quando os governos se aproximam do estertor ou a situação política se degrada a tal ponto que se acumulam os candidatos a lugares susceptíveis de se convertem noutros, mais estáveis, numa qualquer empresa controlada pelo Estado. Mas se o "clima" favorece estas colocações, também é propício à denúncia. Nessa medida as notícias são a confirmação de uma lamentável prática de que nenhum dos partidos, nenhum!, está isento. O que mais chama a atenção é, no entanto, a desfaçatez com que, num momento difícil em que se cortam consideravelmente os salários dos funcionários públicos, se reduzem os até aqui chamados "direitos" associados às mais diversas funções e tarefas efectivamente prestadas, se acaba com benefícios sociais às famílias ou a pessoas em grande dificuldade, em geral se exigem sacrifícios de quem trabalha, acontecem coisas como esta que o ´Publico´ de hoje dá à estampa. Espanta menos que os mais altos responsáveis tolerem tais situações pois elas jamais aconteceriam sem a sua cumplicidade.
Há algum tempo atrás chocou-me saber que um dos actuais vereadores da Câmara de Lisboa, então no mesmo estatuto mas representante do Bloco de Esquerda e sem qualquer pelouro distribuído, tinha ao seu serviço, generosamente pagos pelo erário municipal, qualquer coisa como meia dúzia de assessores, numa aproximação ao que, também há uns anos atrás, constituía prática no Brasil com os "aspone" (*).
É chegado o tempo de os cidadãos se mostrarem intolerantes com estas práticas. Exigir medidas de saneamento, por razões de boa gestão dos dinheiros públicos é imperativo de higiene, mas também e sobretudo impostas pelo  respeito devido a quem efectivamente trabalha horas a fio para receber uma parte do que esta gente recebe, para além de ter de suportar com os seus impostos a parasitagem.
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(*) Aspone, era o acrónimo pelo qual era conhecido no Brasil o pessoal que orbitava à volta de todas as figuras políticas, significando "Assessor de Porra Nenhuma"

1 comentário:

Tonibler disse...

Mas os mais altos responsáveis não são exactamente altos exemplos da mesma coisa?
A solução é retirar recursos ao estado. Sem dinheiro os ratos fogem.