Mais do que os significados diversos que os meus Colegas têm dado à re-eleição do Dr. Marinho e Pinto como bastonário da Ordem dos Advogados, tem sido para mim particularmente significativa a percepção pública desse facto, aferida pelos comentários feitos por quem não pertence à corporação. Um, lido no CM, pleno de inocência e ingenuidade, rezava assim: "Parabéns Dr. Marinho Pinto, desejo-lhe muitas felicidades. Acabe com as despesas judiciais que o povo fica-lhe agradecido". Reacções como esta dão bem a ideia da tremenda eficácia da mensagem que o de novo bastonário quis publicamente fazer passar, e passou. O que é mais grave é que a mesma eficácia se fez sentir perante quem não é "leigo"...
8 comentários:
A famosa teimosia que nós temos de pegar num infeliz exemplo e generalizá-lo a toda a sociedade. É pena que olhe a nossa sociedade de cima para baixo.
Eu tenho grande simpatia por pessoas como o Marinho. Sendo a ordem dos advogados uma organização que serve unicamente para uma ilegalidade, uma pessoa que contribui desta maneira para a sua destruição só pode ser para mim simpática.
Caro Tonibler essa sua veia anarquista até tem muito sentido de humor :)
Caro Blogocionário, faço os possíveis por olhar de cima, sim. Agradeço-lhe esse reconhecimento.
Caro Tonbler, estou convencido que alguns dos meus Colegas votaram com esse sentimento.
Caro J.M.Ferreira de Almeida,
Ficou sublimemente demonstrada a cisão da nossa classe:
9.500 votaram a favor de Marinho;
9.600 votaram contra Marinho.
É certo que estes últimos alegarão que Marinho perdeu em todos os demais órgãos da OA;
Mas não é menos verdade que para Marinho esses órgãos não existem...
Dito isto, a julgar pela "balburdia" que foram os últimos 3 anos, já não sei quem deveremos chamar primeiro: Se o FMI, se os capacetes azuis!
Marinho e Pinto preferirá a brigada de minas e armadilhas, meu caro Henry ;).
Mais a sério, urge que a Classe pense seriamente em reformar a orgânica da sua Ordem. Estes últimos anos - não só os ultimos 3 - puseram a nú a debilidade de uma estrutura desmultiplicada em tantos órgãos que se torna impossivel não evocar o modelo dos sovietes. Com uma diferença: não há centralismo porque os advogados são avessos à autoridade, e em especial à autoridade do centro.
A situação só não é mais grave porque a capacidade de auto-regulação da profissão reside mais no advogado que na sua Ordem. É por isso mesmo que a larga maioria dos advogados só toma contacto com essa realidade aquando das eleições trienais ou quando paga as quotas.
Caro J.M.Ferreira de Almeida,
Mais a sério, concordo inteiramente consigo, Ilustre.
Mas assaltam-me, imediata e inevitavelmente, duas questões:
1- Como interpelar e sensibilizar a Classe para a urgência desse debate?
2- Qual(ais) o(s) modelo(s) alternativo(s)?
Já agora, nesse debate não me querem explicar a diferença entre uma ordem profissional e um cartel (que sendo a ordem de advogados, o carácter negativo da expressão fica que nem uma luva )
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