Estive a ouvir atentamente Vitor Bento e admiro e respeito o empenho que põe na explicação clara do “nó cego” em que nos encontramos. Gosto em particular da honestidade intelectual que transmite quando separa com clareza o que é do foro económico, do que é do foro político isto é, conhecidas as regras devem os políticos fazer o balanço dos seus efeitos conexos e fazer as suas opções. Fica a certeza de que o próximo ano será muito duro, os seguintes também, com sorte (?) o futuro será amaciado se as opções forem as mais acertadas. Se.
No entanto não entendi a parte em que defende que a flexibilidade das leis laborais é necessária para que não sejam as gerações mais jovens a pagar a estabilidade de que ainda gozam os mais velhos. A modernização das empresas foi feito, durante décadas, à custa de reformas antecipadas. Hoje o sistema de pensões está a rebentar e prolonga-se drasticamente a idade da reforma e incentiva-se o prolongamento da idade activa. Por outro lado, os jovens entram cada vez mais tarde no mercado de trabalho, muito por exigência de maior qualificação. A população não aumentou, dantes trabalhava-se dos 18 aos 70 anos, agora dos 25 aos 60, a proporção entre novos e velhos está a diminuir perigosamente, de onde vem essa urgência de mandar embora os mais velhos para que se abra o mercado aos jovens? E o que fazer aos mais velhos? Confesso que não percebo.
No entanto não entendi a parte em que defende que a flexibilidade das leis laborais é necessária para que não sejam as gerações mais jovens a pagar a estabilidade de que ainda gozam os mais velhos. A modernização das empresas foi feito, durante décadas, à custa de reformas antecipadas. Hoje o sistema de pensões está a rebentar e prolonga-se drasticamente a idade da reforma e incentiva-se o prolongamento da idade activa. Por outro lado, os jovens entram cada vez mais tarde no mercado de trabalho, muito por exigência de maior qualificação. A população não aumentou, dantes trabalhava-se dos 18 aos 70 anos, agora dos 25 aos 60, a proporção entre novos e velhos está a diminuir perigosamente, de onde vem essa urgência de mandar embora os mais velhos para que se abra o mercado aos jovens? E o que fazer aos mais velhos? Confesso que não percebo.
9 comentários:
Cara Suzana,
Não é a única a não perceber, eu estou na mesma.
Penso que aquilo que cada um de nós entendeu ainda, foi o sentido da vida, individual e em sociedade.
Quando o começarmos a entender, poderemos então, começar a viver em pleno o nosso tempo de permanência.
http://www.youtube.com/watch?v=rgRgYpue5zQ
A solução não passa pela exclusão geracional, a solução passa em criar um Estado Forte mas eficaz.
A falta de flexibilidade laboral em Portugal é uma ficção, pelo menos para uma grande parte da população Portuguesa!
Uma das coisas em que parece haver convergência de ideias é o facto de -gastarmos mais do que produzimos. Eureka! Sabemos isso, então dêmos o passo em frente…
Dado o passo em frente deparamo-nos com múltiplas teorias, múltiplos caminhos a seguir todos eles a desembocarem em realidades bem distintas. Escrevem-se livros, ficamos confusos. Finalmente, depois de tanto pensarmos, alguém conclui que o melhor é começar tudo de novo, e põe tudo num livro: matam-se os velhos, exportam-se os novos; os coxos e os lerdos ficam por cá, diminui-se-lhes o salário, aumenta-se-lhes a carga horária, tira-se-lhes a reforma. Se mesmo assim não der, chama-se o FMI…
http://www.youtube.com/watch?v=ZUJts90HIHc
Quando o caro Jóta cê, fala em livros, estará a pensar no livro branco das remunerações do estado, que Sousa Franco fora encarregue de elaborar?
Cara Suzana:
Se assim é, Vítor Bento tem uma peregrina ideia do que é flexibilização.
Flexibilização não é tirar aos mais velhos para dar aos mais novos, ou vice-versa.
Flexibilização é adaptar o quadro de trabalhadores às necessidades da empresa, a cada momento. De forma regulamentada, obviamente.
Um sistema rígido parte e parte pelo lado mais fraco, os trabalhadores.
Não há muito tempo, os chineses construíam prédios com dezenas de andares com andaimes de bambu. Eram flexíveis e aguentavam.
Alguns andaimes rígidos desmoronam-se vão abaixo.
Caro Bartolomeu:
O livro a que me refiro não é bem um livro. Olhe: é qualquer coisa de imaterial, é o meu pensamento sobre o momento...
O relambório do José Mário Branco, esse sim (embora peque pela linguagem) é real, até intemporal, trocando o nome dos personagens identificamos perfeitamente o país o tempo e o espaço, é como se tudo isto fosse uma reprise permanente desde há trinta e tal anos...
E agora que mais nada tenho a dizer, retribuo os seus habituais poemas com uma música se Eric Clapton-My Father Eyes. Goze.
http://www.youtube.com/watch?v=IigRv6B763k
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