Reconheço que uma pessoa possa renunciar ao seu mandato ou pedir a demissão do seu cargo. Não devem faltar razões que justifiquem estas tomadas de posição. No entanto, se essas razões não são explicitadas, caso seja possível, naturalmente, fico um pouco perplexo com as mesmas. É o caso de Ana Jorge, que, pretendendo voltar ao seu cargo hospitalar, para um novo projeto, se "desligou" da Assembleia.
Eu sei que é muito complicado "viver" naquele ambiente, mas o respeito pelos eleitores é fundamental e quando se trata de pessoas de bem, então, é mais difícil de compreender e de aceitar.
Lamento.
9 comentários:
Caro Dr Massano Cardoso,
Se entendo bem o seu post, a Dra Ana Jorge renunciou ao seu mandato porque "quer retomar o actividade hospitalar". Ou seja, se me permite a conclusão, quer voltar a trabalhar. Que mais explicações terá a ex-ministra de dar?
Francamente, parece-me mais honesto e ético um deputado sair assumidamente da AR sem "ses" ou "mandatos suspensos", do que ficar a fazer figura de corpo presente.
E se entrarmos no respeito aos eleitores, que dizer dos cabeça de lista fictícios (sim, estou a lembrar-me do Dr. Jardim...)?
"Respeito" pelos eleitores?
Neste sistema de listas dos Secretários Gerais?
Com cabeças de lista 'pára-quedistas',como os de Castelo Branco (PSD-Açores) ou de Faro (PS-Lisboa)?
Nada de mais representativo.
Jorge Lúcio
Eu não tenho que permitir ou deixar de permitir a sua conclusão. Mas na AR também se trabalha e olhe que pode ser muito intensivo e útil para todos. Quanto a figura de corpo presente, bem, não sei. Quando se quer trabalhar, trabalho nunca falta.
Não falei de suspensão de mandatos, nem me importa minimamente os cabeças de lista fictícios. O que me importa, isso sim, é a saída de pessoas que eu considero válidas, independentemente de ter votado ou não nelas e de terem sido ou não cabeças de lista. Espero que tenha entendido a razão do meu post e do meu lamento.
Claro que deveria dar mais explicações.
Bmonteiro
Compreendo o seu "ponto de vista", mas o que eu pretendia era expressar a minha admiração pela saída de alguém que podia ser muito útil na política da saúde, dando o seu contributo e pondo ao serviço dos portugueses a sua experiência, enquanto ex-ministra, médica e cidadã responsável no lugar certo, a AR.
Caro Professor:
É uma verdadeira vergonha que alguns cidadãos aceitem candidatar-se, ou um Partido os candidate, apenas para serem apenas cabeça de cartaz e, no primeiro momento, irem embora.
Vergonha e falta de respeito total para com os eleitores.
Deplorável, qualquer que seja o motivo.
Caro Jorge Lúcio:
Na A.R., os deputados só não trabalham se não querem. E alguns não querem mesmo. Preferem o que designam por "trabalho político", que serve para tudo, nomeadamente faltar. E sem que alguém os possa censurar. "Trabalho político ao serviço do povo" é a grande e, para muitos, a exclusiva tarefa dos deputados incumpridores.
Se nos tempos obscuros e tenebrosos e obscuros de 500, aqueles homens rudes, incultos, não hesitaram ir mar dentro, penetrando o desconhecido, enfrentando adamastores e vencendo-os, porque não, arriscarmos nós, hoje, desbravar e percorrer caminhos novos?!
;)))
Caros Dr. Massano Cardoso e Pinho Cardão,
Admito que o meu comentário possa ter deixado a impressão que os "deputados não trabalham" o que não era obviamente a ideia!
Mas se a Dra Ana Jorge quer voltar a trabalhar "no ambiente hospitalar" não vejo o que lhe seja de criticar. Pelo contrário; terminado o ciclo político, o regresso à vida profissional é saudável e seria uma forma de incentivar a renovação dos quadros políticos.
E permito-me um comentário adicional: para sermos "simpáticos", diria que o mandato da Dra Ana Jorge à frente do Ministério da Saúde foi "pouco conseguido"; veja-se o crescimento da dívida do SNS... aliás justamente esse desempenho foi frequentemente criticado aqui no 4R.
Para lá de ficar na AR a tentar justificar as suas opções enquanto ministra, de que estaríamos exactamente à espera da Dra Ana Jorge na Assembleia?
Caro Jorge Lúcio:
É verdade. Mas há, na minha opinião, um dever a que os eleitos não se deveriam poder eximir: o de cumprir o mandato. Ninguém os obrigou a ser Deputados. Não devem jogar em dois carrinhos e aproveitar, em cada momento, o que melhor lhes aparece pela frente.
Pois é! Em primeiro lugar, gostaria de saber quem foi o ministro da saúde que até hoje não aumentou a divída. Em segundo lugar, gostava de saber o nome de um outro ministro que tivesse feito o contrário. Em terceiro lugar, qual ou quais políticos, nomeados ou eleitos, que conseguiram evitar o descalabro. Em quarto lugar, por essa ordem de pensar, qualquer governante não deveria por os pés na AR por não ter cumprido o pressuposto, devendo "dar" o lugar para que haja renovação política. O que me interessa é que haja renovação, mas de ideias, e, sobretudo, de comportamento, em que o caráter seja a qualidade número um.
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