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terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Falta de consenso na repartição dos sacrifícios...

O Senhor Presidente da República na sua mensagem de Ano Novo faz vários recados. Um deles prende-se com as opções do governo em matéria de repartição dos sacrifícios. Não sabemos ainda quais são as dúvidas, mas arrisco a pensar que nelas se incluem os cortes das pensões, designadamente a Contribuição Extraordinária de Solidariedade.
 
"A execução do Orçamento irá traduzir-se numa redução do rendimento dos cidadãos, quer através de um forte aumento de impostos, quer através de uma diminuição das prestações sociais.
Todos serão afetados, mas alguns mais do que outros, o que suscita fundadas dúvidas sobre a justiça na repartição dos sacrifícios.
Por minha iniciativa, o Tribunal Constitucional irá ser chamado a pronunciar-se sobre a conformidade do Orçamento do Estado para 2013 com a Constituição da República."
 

8 comentários:

Bartolomeu disse...

"Faz" sim Senhora... vários "recados", cara Drª. Margarida.
Também poderia designa-los por "favores", ou "resignações", em lugar de recados, mas "recados" acaba por definir com bastante objectividade, o sentido da mensagem.
Lembro-me de quando era miudo, também fazer "recados" aos meus pais, em troca de uma gratificação, geralmente meia-dúzia de rebuçados, ou um chocolatinho da "Regina"...
Mas para mim, assistir na TV à mensagem do Sr. Presidente, foi muitíssimo gratificante. Foi mais que gratificante; constituiu uma verdadeira e cómuda sessão de regressão.
Durante aqueles breves minutos televisivos, voltei a sentir-me criança, sentado ao colo da minha avó, ouvindo-a contar estórias de bravos cavaleiros que combatiam monstros poderosos. Em dada altura, as palavras titubeantes e inseguras do Sr. Presidente, transportaram-me ao mundo fantasioso da floresta tenebrosa onde a "Capuchinho Vermelho" encontrou o lobo-mau que viria a engolir a pobre avózinha, acamada com uma valente gripe. Nessa altura, o meu coração deu um pulo, acelerou e todos os meus sentidos se apuraram, na perspectiva de escutar o final épico do conto... aquela altura em que os lenhadores da floresta irrompem pela casinha da avó e abrem a barriga do lobo à machadada, libertando a avózinha.
Mas não.
Nesta estória-mensagem-recado de Ano Novo... a avózinha mantem-se indefinida e infinitamente prisioneira do estômago do lobo mau, até que este a digira e em seguida, engula também a "Capuchinho" e depois, quem sabe os lenhadores da floresta... as árvores, os regatos...
Quem sabe...?

Unknown disse...

Ora aqui temos mais um Crescimentista, como são chamados todos os que dizem que APENAS as medidas de austeridade não só não são suficientes como são contraproducentes, pois provocam recessão se não forem acompanhadas de crescimento, do bom crescimento.
Mas neste despautério em que se tornou a discussão pública entre nós, neste maniqueísmo Crescimentismo / Austeritarismo, ou se está de um lado ou de outro.
As vozes sensatas são abafadas por esta vozearia sem sentido.
Mas receio que o PR não se tenha situado do lado certo da questão, pois não foi suficientemente explícito (e pedagógico) sobre o que importa fazer: cortar nas verdadeiras gorduras, em todas, onde quer que se encontrem, e fazer crescer o que deve crescer, não o consumo de produtos importados.
Estou curioso pelas reacções dos críticos do Crescimentismo deste blogue, porque ao mesmo tempo são cavaquistas inveterados.
Passar-se-ão de armas e bagagens para o lado certo, Austeridade boa com bom Crescimento?

Tonibler disse...

A passagem de Aníbal Cavaco Silva pela Presidência da República deve trazer aos portugueses a sensação de urgência na reformulação da constituição, particularmente em 3 pontos:

- A redução drástica dos artigos fundamentais para que não possa suscitar qualquer dúvida, mesmo a pessoas inferiorizadas;

- A questionabilidade da República deve ser introduzida;

- E a figura do "impeachment" deve estar presente na constituição.

Unknown disse...

Sugestão para tempos de “Constitucionalidade”: em todas as páginas de livros da história de Portugal relativos ao período anterior a 1976, incluir a seguinte nota de rodapé:

“Atenção! Estas páginas contêm acontecimentos não conformes com a Constituição de 1976.”

http://jornalismoassim.blogspot.pt/2012/12/comunicacao-social-verdadeira-oposicao.html

Nuno Cruces disse...

"Por minha iniciativa, o Tribunal Constitucional irá ser chamado a pronunciar-se sobre a conformidade da Contribuição Extraordinária de Solidariedade que querem aplicar à minha pensão com a Constituição da República."

Stoudemire disse...

Pode continuar a cesnurar, que eu vou continuar a escrever:

1) O Estado vai injectar 1,1 mil milhões de euros no Banif.Banif: Estado vai chegar a controlar 99%. Nuns casos privatiza-se; noutros, nacionaliza-se.

2) Luís Amado nomeado para presidir conselho de administração do Banif.

3) Segurança Social perdeu 1500 milhões de euros na bolsa.

4) Um ano e meio após o início da intervenção da troika em Portugal, a dívida do Estado continua a crescer a um ritmo semelhante ao dos últimos 18 meses do Governo de José Sócrates.

5) Miguel Relvas, Dias Loureiro e José Luís Arnaut em férias de luxo no Rio de Janeiro.

Stoudemire disse...

«Censurar» e não «cesnurar»...

Maria Margarida disse...

Caro Bartolomeu
A parte boa da "regressão" foi regressar ao colo da sua Avó, mas depois o que nos conta é um pesadelo tenebroso. A estória do Capuchinho Vermelho fica completamente adulterada, imprópria para ser contada a crianças sentadas ao colo das suas Avós.
Caro Manuel Silva
Não vejo como impedir o consumo de produtos importados. Será que estamos dispostos a comprar apenas produto nacional? Havendo alguma retoma ou simplesmente uma melhoria das expectativas coloca-se a questão de como evitar o consumo de importações como, por exemplo, bens de equipamento?
Caro Tonibler
Em tempos de crise ou de mudança tudo é questionável, tudo é susceptível, por mais perfeito que seja num determinado momento, de ser interpretado tendo em conta as circunstâncias. Pode ser que os senhores deputados se interessem pelas suas sugestões.
Caro murphy V.
Está mesmo convencido que nada mudará em Portugal por ser um país socialista?
Caro Nuno Cruces
Muitos irão fazer o mesmo.
Caro Stoudemire
"Pode continuar a censurar", quem?