Escusam
de insistir mais…Cabo Verde só fala português.
É a posição dos responsáveis pela
Selecção de Futebol de Cabo Verde que brilhantemente, mas de forma algo
surpreendente, se classificou para os Quartos-de-Final do Campeonato Africano
de Futebol e, por isso, é alvo do
assédio da comunicação social.
E acrescentam: Cabo Verde é um país lusófono, o português é a língua oficial e quem
quiser que se sujeite às regras, tanto que até é disponibilizada tradução.
Parabéns a Cabo Verde: pelo êxito desportivo e pelo exemplo que dá de defesa da língua ao pessoal cá do burgo.
4 comentários:
Bem bonito, sim senhor!
Não li a notícia, mas não me espanta que os Cabo-verdianos, tenham tido essa atitude e ainda, que venham a declarar não aderir nunca, em circunstância alguma, ao acordo ortográfico.
Qualquer dia, constatamos que há Portugueses mais portugueses, que os portugueses nascidos em Portugal.
Quando certos figurões não fazem outra coisa do que denegrir a descolonização (inevitável e anacrónica, porque excessivamente atrasada no tempo), descolonização realizada em condições dificílimas (porque toda a margem de negociação tinha sido estupidamente queimada pelo velho e podre regime do Estado Novo, apesar dos reiterados avisos dos mais altos responsáveis militares para a insustentabilidade da situação, especialmente na Guiné-Bissau e em Moçambique, onde a Força Aérea já nem podia operar), assim como denegrir os países que se tornaram independentes, deviam olhar para o exemplo de governação inteligente e decente de Cabo Verde, apesar da falta de recursos.
E em matéria de adesão à Língua Portuguesa e sua defesa, nenhum dos países, apesar do generalizado analfabetismo e da ausência de uma rede escolar digna desse nome (a pesada herança do colonialismo), têm sido um exemplo na sua defesa que deveria envergonhar os sabujos dirigentes que temos tido e que inventaram e implementaram a inenarrável TLEBS ─ Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário ─ e o vergonhoso (Des)Acordo Ortográfico.
Quem quiser ver na sua crueza o que representa este primeiro aborto, a TLEBS, procure no Google o belo e elucidativo texto da consagrada escritora e Professora Universitária Teolinda Gersão (antiga Leitora de Português na Universidade Técnica de Berlim e Professora de Literatura Comparada), texto com o título «Uma redacção p'rá "setôra" de Português...», resultante da sua experiência no acompanhamento dos seus netos no estudo do Português. Vale a pena lê-lo. É arrepiante.
E sobre o 2.º aborto, o vergonhoso (Des)Acordo Ortográfico, o escritor e intelectual Vasco Graça Moura e o Professor de Linguística António Emiliano têm suficiente produção escrita a mostrar a irracionalidade deste monstro.
E depois vêem as aves agoirentas do costume com a lengalenga da excessiva despesa na Educação e dos fracos resultados, não sendo raro coincidirem, tantas vezes, nas mesmas (sinistras) personagens a responsabilidade pela introdução no Ensino ou nas normas da Língua destes abortos e esta crítica descabelada que fazem.
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