Não me lembrei que hoje é o dia em que duas equipas espanholas disputam em Lisboa a Taça da Liga dos Campeões. Fui a Baixa fazer umas compras, andava a alguns fins de semana a adiar ter que lá ir de propósito num Sábado.
Encontrei um dia completamente fora do normal, da apatia e calmaria e até alguma nostalgia que abunda por aquelas paragens. Encontrei a Baixa povoada de milhares de espanhóis, muita gente nova, muitos miúdos, cheia de cor, o amarelo e o vermelho, o branco e o preto e, também, o azul, com muita música, muita alegria. Reparei em muitas camisolas alusivas a outros países. Por todos os lados, se ouviam canções e vivas antecipadas aos vencedores. Uma festa como há muito tempo não me lembro de ver. Os restaurantes estavam completos, com filas à porta, para satisfação dos empregados que, certamente, não tinham na memória uma coisa assim.
Na Praça da Figueira montaram um palco para espectáculos de música com um ecrã gigante para transmitir o jogo. Estava carregada de gente, não se via uma clareira. Só pensei, que inveja tanta multidão fará aos políticos que andaram pelas ruas do país toda a semana à procura dos votos. Quais eleições! O futebol é o fenómeno, mobiliza milhões, transporta esperança, festa e sorte, mesmo para os clubes e os adeptos que não vencem.
Reparei no policiamento, muitos polícias informando e vigiando toda esta multidão de pessoas. Reparei, também, na cerveja, um aperitivo de muitos adeptos. Esperemos que não dê para o torto, que não se embebedem e que consigam chegar ao estádio para ver o jogo, fazer a festa e regressarem de boa saúde.
Lisboa fica mais uma vez no mapa mediático e nas rotas do turismo internacional. Também é um dia de festa para Portugal. A crise foi interrompida por um dia, amanhã é dia de eleições...
2 comentários:
E o governo de Madrid, a autarquia, a polícia e os comerciantes, livraram-se de uma dor de cabeça que era bem capaz de evoluir para enxaqueca.
Em Lisboa, não haverá problemas; até porque a nossa polícia, bem equipada e com uma vasta experiência no controle de massas enfurecidas - não esqueçamos que ainda há bem pouco tempo, conseguiu travar a monumental e feroz manifestação dos agentes-irmãos que intentavam invadir a "casa da Democracia" - ainda tem bem presente a vitória retumbante, em Aljubarrota. Eles que venham, eles que venham!!! Quantos são? Quantos são?
A Baixa de tão bela desperta em mim uma paradoxal vontade de morrer (Cesário Verde)
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